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Bienal de Arquitetura de Veneza: a 19ª edição está em andamento. A beleza retorna no dia do Conclave

A Bienal de Veneza de 2025, com curadoria de Carlo Ratti, abre com uma reflexão sobre o futuro, entre a inteligência natural e a artificial. O evento se espalhará pela cidade, com instalações e projetos inovadores que abordam desafios globais.

Bienal de Arquitetura de Veneza: a 19ª edição está em andamento. A beleza retorna no dia do Conclave

Como muitas vezes no passado, também desta vez o Bienal de Veneza Ela surpreende, interpretando e antecipando o futuro. Ele faz isso na véspera da abertura do 19ª Exposição Internacional de Arquitetura (10 de maio a 23 de novembro de 2025), com curadoria de Carlo Ratti e intitulado "Intelligens. Natural. Artificial. Coletivo". Enquanto os cardeais se encerram em conclave, o presidente da Bienal, Anjo de Pedra Buttafuoco, ilustra o destaque da nova edição: quanto às artes visuais, aqui também estará o Pavilhão da Santa Sé.

Bienal de Veneza: Uma Instituição que Antecipa o Futuro

A singularidade da Bienal, explica Buttafuoco, é “matéria viva do devir”, uma instituição que “se move no presente, não como uma mera crônica, mas como um espaço no qual os eventos acontecem antes de serem historicizados”. “Nós – recorda – tivemos o privilégio de ser palco de uma estreia fundamental: um pontífice em visita à Bienal, com Francis aqui em 2024. E uma das joias da Bienal de Arquitetura de 2025 é justamente o Pavilhão da Santa Sé, que eu gostaria de destacar”.

“Finalmente – acrescenta Buttafuoco – deixamos para trás os 'sons de guitarra' no cemitério e a beleza retorna com força”. Beleza que encontra plena expressão na Pavilhão da Santa Sé, definido como “emocionante, forte, poderoso”.

Veneza como espelho do mundo

Veneza se torna uma ponte para o novo mundo. E com o início do conclave Na quarta-feira, os 133 cardeais que escolherão o líder dos 1,4 bilhão de católicos do mundo o farão sabendo que raramente nos últimos tempos a política global e a sociedade civil tiveram tanta influência em suas decisões.

O presidente da Bienal explica que Veneza não é apenas um palco de comparação entre nações, mas é um lugar onde, através de cada detalhe da cidade, o mundo inteiro se reflete. “Se olharmos qualquer detalhe desta cidade, lemos o mundo”, diz o presidente da Bienal. “Desde San Marco, com a sua fachada imponente, até ao símbolo do leão, que encarna significados universais, Veneza é uma cidade que soube representar, ao longo dos séculos, o encontro de diferentes culturasO presidente da Bienal enfatiza como “a história e a arte venezianas não são apenas um testemunho de um passado glorioso”, mas também “portadoras de uma mensagem universal que tem o poder de tocar sensibilidades e línguas de todas as latitudes”. A Bienal, neste contexto, “não é apenas uma vitrine de excelência artística, mas se torna um lugar onde desafios globais são confrontados e soluções que vão além das fronteiras nacionais são buscadas”.

Carlo Ratti e a visão de futuro

Com mais de 750 participantes e 66 países envolvidos, a 19ª edição explora ainteligência natural, artificial e coletivo projetar um mundo mais habitável de acordo com o projeto de Carlo Ratti, arquiteto-engenheiro e diretor do Senseable City Lab no MIT em Boston. “Veneza – explica Ratti – é o nosso modelo local para uma visão global, um lugar frágil, mas cheio de soluções: é aqui que a arquitetura pode aprender a mudar de pele”. Para isso, Ratti escolheu dar voz não apenas a arquitetos, mas também a cientistas do clima, engenheiros, matemáticos, filósofos, programadores, agricultores, estilistas, artistas, chefs e escritores. Mais de 750 participantes de todos os cantos do globo, um verdadeiro exército criativo que trará mais de 280 projetos para a exposição. Uma revolução dentro da revolução: pela primeira vez haverá 66 participações nacionais – com 26 Pavilhões nos Giardini, 25 no Arsenale e 15 no coração da cidade – incluindo quatro estreias absolutas: Azerbaijão, Omã, Catar e Togo. Entre os momentos mais esperados, o voltar no cenário veneziano de Michelangelo pistola, mestre da Arte Povera, com uma instalação especial que promete ser um dos destaques da edição.

A Bienal se espalha por Veneza

Il Pavilhão Central estará em restauração para todo o ano de 2025, mas o Mostra irá se espalhar como uma rede neural no cidade, envolvendo os Jardins, o Arsenale e o centro histórico, com instalações e protótipos também espalhados pelos bairros e prédios universitários. O coração da exposição será o Cordeiro do Arsenale, onde os visitantes serão recebidos com uma provocação: à medida que as temperaturas globais aumentam, a população mundial diminui. A partir daí, você entrará em três mundos temáticos: “Inteligência Natural”, “Inteligência Artificial”, “Inteligência Coletiva”, até chegar à seção “Out”, dedicada a espaço. “O espaço não é uma rota de fuga, mas um espelho: explorá-lo serve para melhorar a vida na Terra”, diz Ratti. A Bienal de 2025 também quebra outro padrão: o da elite autorreferencial. “Construímos a Exposição de baixo para cima”, explica Ratti, relembrando o edital “Espaço para Ideias”, lançado em 2024, que trouxe à tona novas vozes, muitas vezes ignoradas. Assim, ao lado de vencedores do Prêmio Pritzker, ex-curadores da Bienal, ganhadores do Prêmio Nobel e professores eméritos, encontraremos recém-formados, jovens experimentadores e artesãos digitais. Dos nonagenários que ainda inovam, aos vinte que acabam de entrar no mundo do design: uma verdadeira inteligência coletiva, sem hierarquias.

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