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Eletrodomésticos: a indústria italiana começa e termina com doces

Da primeira máquina de lavar em 1948 à venda em 2018: a história da Candy é, com suas parábolas ascendentes e descendentes, a da indústria italiana de eletrodomésticos, que nos melhores anos chegou a produzir mais de 30 milhões de peças

Eletrodomésticos: a indústria italiana começa e termina com doces

Como a família faria sem uma máquina de lavar e uma geladeira? a italiana ainda estaria confinada em casa, perdendo horas lavando roupa, comprando comida e cozinhando mal todos os dias, e muitas vezes jogando fora metade dessa despesa porque sem a geladeira muitas vezes as coisas corriam mal. São eles, os utilitários domésticos (conforme definido no livro de Tersilla Faravelli, Paola Guidi, Anti Pansera "Da casa elétrica à casa eletrônica") que lançaram uma base sólida para a emancipação feminina. E é a indústria italiana de eletrodomésticos, a primeira do mundo nos anos 70 e 80, que deu a maior contribuição, de longe, para essa verdadeira libertação porque nos anos de crescimento dos países europeus forneceu equipamentos domésticos automáticos e avançados aparelhos em muito acessível. Além da indústria automobilística. É a indústria branca (e da TV) que tem dado um contributo decisivo para a modernização das famílias europeias.

NÓS FOMOS N.1 NO MUNDO PARA O BRANCO!

Esta história que poucos conhecem começou numa pequena oficina em Monza pertencente à família Fumagalli, com a criação das primeiras máquinas de lavar italianas, não muito longe das superautomáticas de hoje mas muito longe das redondas, semiautomáticas e barulhentos desse período. Em apenas alguns anos, o laboratório se torna uma indústria moderna e, a partir desses anos, a Candy ganha impulso e recursos para se tornar o número 1 europeu em lavagem. Seguido por Merloni, Indesit, Zanussi, Ignis. Entretanto, as famílias também descobriram a máquina de lavar loiça….

A MAIOR MÁQUINA DE LAVAR NOS ESTADOS UNIDOS

A indústria branca italiana, segundo o blog www.lacasadipaola.it, fabricou mais de 1975 milhões de refrigeradores em 5, um milhão a mais que os Estados Unidos (205 milhões de habitantes contra nossos 53 milhões); A Alemanha, já poderosa, rica e industrializada, produzia apenas 1,5 milhão. E o Japão (105 milhões de habitantes) chegou a 3,4 milhões. Para as máquinas de lavar, o ranking muda um pouco, mas apenas porque um modelo rudimentar foi difundido nos Estados Unidos, muito simples de fabricar. Pouco se sabia sobre a China, mas eram dispositivos de baixa confiabilidade, certamente muitos, mas não em números muito grandes. Já nos anos 80 e 90, o branco fabricado na Itália era exportado para toda a Europa e depois ainda mais. O avanço da italiana White fez fechar várias fábricas, a começar pelas francesas, desapareceram marcas ilustres e depois até a gigante sueca.

Mas a crise do petróleo, os primeiros apertos das finanças mundiais com os repetidos rebentamentos das "bolhas", escolhas empresariais nem sempre estratégicas e sobretudo uma globalização desenfreada desde a Ásia conduzida com operações de dumping, provocaram ao longo do tempo a erosão dos preços, das margens e recursos financeiros do setor. Os anos difíceis, a partir dos anos 90, assistem a uma progressiva concentração com a chegada das multinacionais que conseguem apoderar-se daqueles que outrora foram os primeiros produtores de Branco.

O exemplo mais sensacional é o da Electrolux e da Zanussi. Lino Zanussi, em junho de 1968, poucos dias antes de partir para a primeira viagem do avião recém-adquirido para a empresa, havia nos convocado para uma coletiva informal de imprensa anunciando que em seu retorno comunicaria uma aquisição sensacional. foi eletrolux que vinha passando por uma grave crise há alguns anos. Mas – relata o blog www.lacasadipaola.it – nos céus da Espanha o avião caiu. Zanussi e toda a alta administração morreram. Em 1983, todo o grupo foi vendido para a Electrolux.

Depois de ter escrito o livro que conta essa história com Tersilla Faravelli e Anti Pansera (“Da casa elétrica à casa eletrônica”, único texto sobre o assunto), Paola Guidi começou a escrever a continuação já que o livro parou nos anos 90. O que você leu faz parte do texto da obra.

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