O nível de verificação das emissões de CO2 das empresas italianas melhora: em 2012 quase metade das maiores empresas conseguem divulgar as emissões de carbono e seu desempenho. É o que revela o Cdp Italy 100 Climate Change Report 2012, publicado hoje pelo Carbon Disclosure Project (Cdp) e Accenture.
“As empresas italianas melhoraram significativamente a transparência no desempenho de suas emissões e o crescente compromisso com a divulgação ajudará a reduzir os riscos financeiros e melhorar sua posição com investidores e seguradoras – disse Danilo Troncarelli, líder de sustentabilidade da Accenture – O mais importante é uma melhor qualidade no medição das emissões que conduzirão a maiores formas de gestão das mesmas”.
46 das 100 empresas italianas mais importantes por capitalização de mercado responderam ao questionário que gerou o relatório anual do CDP, em comparação com 35 no ano passado e 21 em 2010. O CDP coleta as informações em nome de 655 investidores institucionais com mais de US$ 78 bilhões em ativos, usando dados como parte de sua análise de investimento e estratégia.
O relatório indica que as empresas que confiam a gestão das questões de mudanças climáticas diretamente ao conselho ou à alta administração estão aumentando (95% contra 61% em 2011) e que mais da metade das empresas (58%) estabeleceu metas de redução. Aqui, dos respondentes, sete em cada oito pertencem ao setor de utilidades e quatro em cada seis ao setor industrial.
No entanto, trata-se principalmente de objetivos de curto prazo: 90% dos objetivos serão alcançados até 2015 e 40% destes já serão alcançados até o final de 2012.
Apenas cinco empresas estabeleceram metas de longo prazo a serem alcançadas até 2020.
A redução de emissões também traz consigo economias econômicas. A análise do CDP e da Accenture, realizada a uma amostra de 33 das 46 empresas que responderam ao questionário, revelou que as poupanças anuais que poderiam ser alcançadas com os seus objetivos de redução de emissões poderiam atingir os 630 milhões de euros. Do total de investimentos relacionados à redução de emissões, mais da metade tem prazo de retorno inferior a três anos.
“Iniciativas de redução de emissões na Itália podem ter um retorno de investimento satisfatório – explica Diana Guzman, diretora do CDP para o sul da Europa – No entanto, apesar da significativa vantagem econômica que a redução de emissões traria, notamos que as empresas ainda não estão definindo uma abordagem para a gestão de longo prazo do CO2, que é vital para construir a prosperidade econômica futura”.
Em 2012, no topo do Carbon Disclosure Leadership Index (CDLI), ou seja, o ranking de transparência, encontramos a Fiat com 95 pontos, confirmando assim a liderança pelo terceiro ano consecutivo. Seguido por Stm, Enel, Eni, Fiat Industrial, Intesa Sanpaolo, Buzzi Unicem, Pirelli, A2A, Italcementi. As dez maiores empresas que compõem o Carbon Disclosure Leadership Index (CDLI) deste ano melhoraram seus resultados em 7 pontos percentuais. No ano passado, os setores cobertos pelos dez primeiros na classificação eram cinco. Sete setores estão representados este ano (Bens de Consumo, Energia, Finanças, Materiais, Indústria, Tecnologia da Informação e Utilidades). O número de empresas com pontuação superior a 70 (as High Scorers segundo a metodologia do CDP) cresceu de 13 em 2011 para 20 em 2012.
As empresas também foram avaliadas quanto à quantidade e qualidade de suas estratégias e reduções de emissões e classificadas de acordo com diferentes níveis de desempenho. Os melhores resultados de desempenho estão incluídos no CDP Carbon Leadership Index (CPLI). Com base neste índice, as três primeiras posições são ocupadas pela Fiat, Eni e Intesa Sanpaolo. Os índices são usados pelos investidores para avaliar a conformidade corporativa com os regulamentos de emissões e para orientar as decisões de investimento.
