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Vivendi, Bolloré relança na Telecom e Mediaset: "Queremos uma relação permanente"

“É complicado na Itália, mas podemos fazer melhor”, diz Vincent Bolloré durante a reunião da Vivendi em Paris. “Somos construtores de longo prazo”, ecoa o CEO Arnaud de Puyfontaine, que acrescenta aos ativos italianos: “Na Telecom, somos o primeiro acionista a fortalecer nossa presença na Itália. Começámos mal com a Mediaset mas queremos recuperar uma relação construtiva”. Acionistas votam em 25 pontos, mas fundos pedem nenhum voto em 15 resoluções

Vivendi, Bolloré relança na Telecom e Mediaset: "Queremos uma relação permanente"

"É complicado na Itália, mas podemos fazer melhor." Palavra de Vincent Bolloré, proprietário da Vivendi que realizou a reunião em Paris na terça-feira, 25 de abril. “O melhor ainda está por vir”, ecoou o CEO Arnaud de Puyfontaine, também falando em italiano, ao final da apresentação das estratégias do grupo, nas quais os ativos italianos desempenham um papel importante. “Somos construtores de longo prazo. Como você sabe, Roma não foi construída em um dia e estamos no caminho certo”, acrescentou o CEO, enfatizando que o objetivo é “construir um edifício sólido e perene”. De Puyfontaine também lembrou os 2 bilhões em remuneração aos acionistas como dividendos e recompras nos últimos dois anos e anunciou um crescimento nas receitas e no lucro operacional.

Em geral, portanto, para o grupo francês "está tudo bem". Olhando para a Itália, no entanto, A Vivendi é a maior acionista da Telecom Italia com 23,9% e segundo acionista da Mediaset com 28,8%. Em 18 de abril, a Agcom resolveu que, com base no Tusmar, texto consolidado dos serviços de audiovisual e rádio, o grupo deve reduzir uma das duas participações. Na sexta-feira passada, em nota, a Vivendi destacou a centralidade da Telecom em sua estratégia e seu desejo de ser um acionista de longo prazo, dando assim uma indicação implícita de suas escolhas.

Segundo os especialistas, no entanto, uma esterilização de mais de 10% da participação na Mediaset poderia ser suficiente para cumprir a decisão da Agcom. “Na Telecom Italia somos o primeiro acionista a fortalecer nossa presença na Itália – confirmou de Puyfontaine – um mercado com elevado potencial e em plena transformação que é muito importante para concretizar o nosso projeto de campeão europeu de media e conteúdo”. O CEO sublinhou “a posição de longo prazo” em Telecom.

Um duro cabo de guerra está em andamento com a Mediaset e uma disputa desde o verão passado, pelo não cumprimento do acordo assinado em 8 de abril de 2016 que previa a transferência da TV por assinatura Premium para a Vivendi e uma troca de participações societárias no valor de 3,5%. “A Vivendi assumiu uma participação na Mediaset”, repetiu De Puyfontaine, como parte de sua estratégia de distribuição de conteúdo latino em canais de TV. “Nossa aliança – acrescentou – não começou nas melhores bases, mas queremos recuperar uma relação construtiva e perene”. A Vivendi detém 28,8% do capital da Mediaset.

A Bolloré apresenta-se hoje à Assembleia Geral da Vivendi com 20,65% do capital mas com 29,94% dos direitos de voto, por força da legislação francesa que prevê o voto duplo para acções detidas por mais de dois anos.

A reunião tem 25 itens na pauta. Dois procuradores recomendaram votar contra 15 resoluções, incluindo a reeleição do próprio Bolloré para o conselho fiscal e a cooptação de seu filho Yannick.

No que diz respeito às fusões e aquisições e à estratégia de aquisições do grupo, repetidos rumores dão à Vivendi interesse em adquirir a Havas, agora controlada pelo grupo Bolloré e liderada por Yannick Bolloré e em adquirir a gigante dos videogames Ubisoft, após conquistar no ano passado a Gameloft, que, como a Ubisoft, pertencia à família Guillemot.

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