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Trump: “Dólar muito forte”. Bolsas, bancos e spreads em tensão

O presidente americano expressa seu apreço por Yellen (“Decidirei se a confirmo” em fevereiro), mas pede taxas baixas – Crescem as tensões internacionais que se refletem nos mercados financeiros – Btp-Bund spreads nos níveis de três anos atrás e muitos leilões antes das eleições Francês – Sem cancelamento de registro para MPs – Assembleia de acionistas da Eni hoje

Trump: “Dólar muito forte”. Bolsas, bancos e spreads em tensão

“Acho que o dólar está forte demais. Em parte é minha culpa, porque é o efeito da confiança que as pessoas depositam em mim”. Palavras de Donald Trump em entrevista ao Wall Street Journal. Não é a única novidade do pensamento de Trump. O presidente também expressou seu apreço por Janet Yellen, que ainda não acabou. "Vou decidir se confirmo ou não" em fevereiro, quando termina o mandato. Enquanto isso, Trump informa ao Fed que ele "gosta de taxas baixas". Em suma, o presidente também está mudando de tom na política econômica como já aconteceu com a política externa. O secretário de Estado Rex Tillerson teve uma reunião muito amarga com Vladimir Putin sobre a Síria ontem em Moscou. E sobre a Coreia do Norte, o próprio Trump twittou: "O presidente Xi Jingping me ligou com quem tive uma conversa muito boa sobre a ameaça coreana". A lista de amigos e inimigos deve, portanto, ser atualizada.

ABE TEMEM LANÇAMENTO DE GÁS DA COREIA, BOOM DE EXPORTAÇÕES CHINESAS

O eco dos comentários de Trump foi sentido na Ásia, equilibrando as tensões sobre a crise coreana. Algumas das bolsas de valores estão fechadas para feriados. Pyongyang anunciou que "algo grande deve ser esperado para esta noite". O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que os mísseis coreanos podem ser carregados com sarin.

O dólar cai (-0,55%) após as palavras de Trump. A Bolsa de Valores de Tóquio também caiu (-1,1%) sob pressão do iene. O custo dos CDSs na Coréia do Sul sobe para uma alta de 10 meses, mas a Bolsa de Valores de Seul se mantém firme após a decisão do banco central de manter as taxas inalteradas. As listas de preços chinesas subiram ligeiramente. Em março, as importações cresceram 20,3%, acima das estimativas. As exportações se recuperaram para +16,4%, de -1% em fevereiro. O yuan subiu (+0,2%) depois que as palavras de Trump afastaram o risco de uma guerra cambial.

LUA DE MEL EM WALL STREET COM O PRESIDENTE TERMINA

A incerteza também prevaleceu em Wall Street: o Dow Jones fechou em baixa de 0,3%, o S&P 500 (-0,38%). Por fim, o Nasdaq fechou em baixa de 0,52%. Os índices caíram abaixo da média de 50 dias, um sinal de perda de ímpeto não visto desde novembro.

Wall Street está lutando para encontrar uma chave para entender os muitos momentos decisivos do presidente, que está prestes a comemorar 100 dias na Casa Branca. Há sinais de que a lua de mel entre os mercados e Donald Trump acabou. O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos está em 2,22%, nos níveis iniciais do comício eleitoral de novembro. A evolução do preço do ouro, que ontem subiu 0,9% para 1.286 dólares a onça, também mostra que o apetite pelo risco está diminuindo rapidamente.

Por outro lado, o principal indicador de volatilidade, o Vix, subiu acentuadamente na quarta sessão: +5,8%. O setor financeiro perdia 0,9% na véspera das contas do JP Morgan e do Citigroup. O Wells Fargo também perdeu terreno depois que Warren Buffet anunciou que havia vendido grande parte das ações do banco com o objetivo de cair abaixo de 10%.

PAUSA PARA O ÓLEO. TENARIS SUBIDA, DEPOIS FREIOS

Depois de algumas altas e baixas, o petróleo caiu 0,3% à noite, com o Brent a 55,9 dólares. Wti em 53,1. É a primeira queda após sete sessões de alta. A EIA disse que os estoques semanais caíram 2,17 milhões de barris, acima das estimativas.

Entre os estoques de petróleo italiano, a Eni fecha inalterada na véspera da reunião orçamentária. Tenaris perde 1,9%, apesar da promoção do Mediobanca, que elevou a classificação para Outperform. Pela manhã, as ações do grupo Rocca dispararam depois que o Departamento de Comércio dos EUA aumentou as tarifas antidumping sobre produtores de tubos para o setor de energia da Coreia do Sul. Saipem - 0,9%. De realçar também a queda de Maire Tecnimont (-3%) após o corte de Kepler Cheuvreux para 'segurar' de 'comprar'.

MILAN AINDA NO VERMELHO, SPREAD NOS NÍVEIS DE TRÊS ANOS ATRÁS

Terceira sessão consecutiva em vermelho para a Piazza Affari. O índice Ftse Mib -0,5% permaneceu por um fio de cabelo acima de 20 (20.004, para ser exato): foi o pior desempenho entre os mercados europeus. Os demais mercados, após tentativa de recuperação durante a manhã, fecharam com pouco movimento ou com paridade como Paris. Frankfurt ganhou 0,1% e Londres perdeu 0,2%.

O mercado de dívida sempre foi animado. O spread Btp/Bund fechou em 208 bps após subir para 212 pela manhã, nova máxima desde meados de fevereiro de 2014. A taxa de 2,29 anos fechou em 2,33% após um pico de XNUMX%.

A pouco mais de uma semana da primeira volta das eleições presidenciais francesas, o spread França/Alemanha fechou nos 72 bps, abaixo do pico na zona dos 80 no início da semana e abaixo do máximo de cerca de 85 bps em fevereiro.

CHUVA DE OFERTAS NA EUROPA ANTES DO VOTO FRANCÊS

As atenções dos investidores voltaram-se para o movimentado calendário de leilões: a Alemanha colocou 2,435 mil milhões de euros em Bunds a 0,21 anos com uma yield de 0,41%, um claro decréscimo face aos 22% de XNUMX de março passado.

Portugal emitiu 1,25 mil milhões de euros a 5 e 8 anos e até 2025 com yields de 2,174% (de 2,753%) e 3,303% (de 2,859%) respetivamente.

A Irlanda colocou € 1,25 bilhão em Gilts em 2023 e 2026, com rendimentos caindo para 0,202% e 0,936%, respectivamente, ante 1,046% em 9 de março.

O TESOURO AUMENTA 10 BILHÕES. EM MAIO A BTP ITÁLIA

Mas os holofotes permaneceram sobretudo na oferta do papel italiano. O Tesouro atribuiu 4,5 bilhões do novo BTP de três anos em junho de 2020 com cupom de 0,35%, juntamente com a reabertura dos benchmarks de 7 e 20 anos e o off-the-run de março de 2030. Yields subiram pela 3ª e a 20 anos, respetivamente com os máximos em julho de 2015 e desde abril de 2016, enquanto a 7 anos caiu.

O Btp Italia de 22 bilhões vence no sábado, 17 de abril, mas a primeira emissão de 2017 só será lançada em maio, após os feriados.

BANCOS FRACOS. DEZ BILHÕES PARA BANCOS EM RISCO

De acordo com as disposições do Governo, a verba que o executivo prevê utilizar para a recapitalização dos bancos em crise ascende a 10 mil milhões de euros. Não são recursos novos, mas uma parcela, cerca de metade, do que foi arrecadado com o decreto de poupança aprovado no final de dezembro e convertido em lei em meados de fevereiro.

A notícia não impediu a nova queda no setor de crédito, mais forte na Itália do que no resto do Velho Continente, que também não é tão brilhante (Stoxx europeu no setor -0,5%, na Itália -1,5%). Unicredit caiu 2,2%, Intesa -0,9%, Banco Bpm -3,1%, Mediobanca -2,6%. Uma voz discordante no setor bancário foi o Fineco Bank, que subiu 1,6% para 6,46 euros. 

Poste Italiane-1%. A saída do Estado do capital parece estar se afastando. O governo mudou seu programa de privatizações. Para o período 2017-2020, o Def calcula arrecadações iguais a 0,3% do PIB ao ano, equivalente a aproximadamente 5 bilhões. Abaixo dos 0,5% (8,5 bilhões) estimados no Documento Econômico e Financeiro do ano passado. O Tesouro deverá transferir sua participação para a Cassa Depositi e Prestiti. Ao que tudo indica, os termos das relações comerciais entre CDP e Poste serão revistos. 
 
MPS: MAIS CORTES À FRENTE, SEM EXCLUSÃO

Em Siena, por sua vez, foi realizada a assembléia ordinária de Monte Paschi, enquanto a extraordinária foi omitida por falta de quórum. Portanto, nenhuma medida foi tomada em breve sobre a perda de 2016 bilhões em 3,2. “O novo plano será radicalmente diferente do de novembro”, antecipou o CEO Marco Morelli. O banco pediu para cobrir com ajudas de Estado o défice de 8,8 mil milhões apontado pelo BCE e, por isso, está a negociar com a UE um plano de reestruturação que vai definir os compromissos que o banco assume para ter dinheiro público.

O estado poderia eventualmente cobrir mais de 6 bilhões desse déficit e se tornar de longe o maior acionista com cerca de 70% do capital. Os cortes de pessoal serão significativamente superiores aos 2.600 despedimentos já previstos. Não há hipóteses de fechamento do capital da Piazza Affari, garantiu Morelli.

PRADA CRUSHES LUXO: MONCLER -2,3%

Dia difícil para o luxo sob pressão após o anúncio das contas da Prada esta manhã -1,4% na Bolsa de Valores de Hong Kong. O lucro líquido caiu 15,9% para 278,3 milhões, o Ebitda caiu 18,6% para 653,4 milhões. Mas a posição financeira líquida ficou positiva em 18,4 milhões de uma dívida financeira líquida de 114,8 milhões no ano anterior. A Prada distribuirá um dividendo de até € 0,12 por ação dos € 0,11 distribuídos no ano passado. 

A fraca Ferragamo (-1,17%) muito presente como a Prada nos mercados asiáticos, que representam a sua principal área geográfica, onde alcançou 2016% das receitas totais em 36, que ascenderam a 1,438 mil milhões de euros (+1 % face a 2015). Moncler também cai (-2,3%). Luxottica +1,27%
 
JUVENTUS (+5%) VOA ALÉM DOS 500 MILHÕES

A estrela da Juventus brilha: +5,70% após a vitória sobre o Barcelona. Na véspera da saída de Silvio Berlusconi do Milan, o clube da Juventus ultrapassou a barreira do meio bilhão de capitalização, em 503 milhões. As ações subiram 66% no acumulado do ano. O índice P/L estimado para 2017 é de 10,7. 

As montadoras movimentaram-se pouco na Europa, apesar dos brilhantes resultados da Daimler (+0,2%): o lucro operacional dobrou para 4 bilhões de euros. Fiat Chrysler cai 0,2%. Por outro lado, a Cnh Industrial teve um bom desempenho (+1%), o que reage aos últimos dados do mercado de máquinas agrícolas dos Estados Unidos. 

Positivo para Piaggio (+1,6%). Roberto Colaninno observou que nos três primeiros meses do ano "houve crescimento do faturamento e do Ebitda", enquanto a dívida "está diminuindo".

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