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O Dia dos Namorados das Bolsas de Valores analisa a inflação dos EUA e o PIB da Alemanha

Terceira alta consecutiva de Wall Street, enquanto o dólar cai e a especulação a descoberto prevalece nas bolsas europeias – BTPs em alta – Bancos sob ataque, especialmente MPS e Carige – Ferrari e Piaggio se defendem.

O Dia dos Namorados das Bolsas de Valores analisa a inflação dos EUA e o PIB da Alemanha

Feliz São Valentim. As Bolsas, à espera dos dados da inflação americana, esperam que uma subida demasiado rápida dos preços não obrigue a Fed a aumentar demasiado rapidamente o custo do dinheiro, pondo em causa o longo flerte com o Touro e criando condições para uma nova turbulência.

A Europa também aguarda o seu Dia dos Namorados: hoje serão divulgados os dados finais do produto interno bruto italiano e, sobretudo, os relativos à Alemanha, confirmando o excelente estado de saúde da economia além do Reno. Ambos os sinais caem nos mercados estressado pela profunda correção de preços registrada na semana passada sob a pressão do retorno da volatilidade e ansioso para medir a liderança do novo presidente do Fed.

Ontem Jerome Powell, no seu discurso para a cerimónia de posse, sublinhou que "a economia global está a recuperar fortemente pela primeira vez numa década" e que "o sistema financeiro está extraordinariamente mais forte e seguro, com capital e liquidez muito superiores, com melhor gestão de riscos e outras melhorias”. E as Bolsas de Valores, ainda que cautelosamente, tendem a aderir a essa versão em nome da confiança. Feliz dia dos namorados, de verdade. Veremos.

CHINA JÁ EM FERIADO, SEUL OLÍMPICO

As listas de preços asiáticas contrastaram esta manhã. Desce em Tóquio, com o índice Nikkei, penalizado pela força da moeda japonesa, no máximo dos últimos 15 meses: o cruzamento dólar-iene desloca-se para 107,2 face a 107,8 na véspera. O euro foi negociado esta manhã a 1,237 em relação à moeda americana.

Na véspera do feriado prolongado de fim do ano lunar, as Bolsas chinesas pouco movimentaram: índice CSI300 das bolsas de Xangai e Shenzhen -0,1%. Hong Kong +0,7%.

A bolsa coreana subiu, apoiada pelo ambiente olímpico: índice Kospi +0,9%. A Bolsa de Valores da Índia está plana.

TERCEIRO AUMENTO PARA WALL STREET, TWITTER FLYING

Terceira sessão consecutiva em alta para Wall Street, no final de um dia agitado. O Dow Jones subiu 0,16%, para 24.640 pontos, depois de perder 180, mas também ganhar 100. O Nasdaq fechou em alta de 0,45%, ligeira subida final do S&P500 (+6,94 pontos).

A yield dos bilhetes do Tesouro a 10 anos caiu para 2,82% (vs. 2,84%).

Em evidência Amazon (+2%) e Apple (+1%), apesar do CEO Tim Cook ter esfriado a expectativa de dividendos extraordinários vinculados ao retorno de recursos aos EUA.

A melhor blue chip é a Cisco (+1,6%). A fuga do Twitter continua: +7%, para 27 dólares, a mais alta dos últimos dois anos e meio.

MORGAN STANLEY EMAGRECE O OBJETIVO DA ENI

Petróleo volátil, depois de um início positivo agora o Brent caiu para 62,29 dólares o barril, -0,48 dólares.

A Eni, que divulgará os resultados no sábado, 16 de fevereiro, fechou em baixa de 0,8%, a 13,38 euros. A Morgan Stanley reiterou a recomendação de Underweight, reduzindo o preço-alvo para 14,20 euros, de 14,60 euros. Saipem -2%, Tenaris -1%.

EUROPA NO VERMELHO. A CURTA DA ESPECULAÇÃO CRESCE

Mais uma sessão difícil para os mercados europeus, aguardando dados de inflação nos EUA e sinais dos bancos centrais. Neste clima de incerteza, os mercados do núcleo europeu estão fortalecidos (aliás, menos enfraquecidos) do que no sul da zona do euro. As posições "curtas" em empresas listadas no Velho Continente, de acordo com uma elaboração do Il Sole 24 Ore sobre dados da S&P Market Intelligence, totalizam 103 bilhões, o dobro dos números do início de 2017.

Pelo segundo dia consecutivo, a Bolsa de Valores de Milão abre as filas do Velho Continente. O índice Ftse Mib recuou 1,35%, a 22.034 pontos. O desempenho positivo desde o início do ano reduz-se a um piscar de olhos, mas o resto da Europa e do mundo já mergulhou no vermelho forte por algumas sessões: Eurostoxx -5%. Madrid segue de perto com uma queda de 1,2%. Perdas menos acentuadas em Frankfurt (-0,7%) e Paris (-0,6%). Londres limita o dano a 0,15%. Em janeiro, o crescimento do índice de preços foi da ordem de 3%.

INDÚSTRIA ITALIANA EM RALLY

A indústria italiana cresceu além das expectativas em dezembro, fechando 2017 com um aumento médio de produção de 3%, o melhor em sete anos, o que permitiu ao nosso país acompanhar seus principais parceiros europeus: o aumento foi "idêntico ao da Espanha , maior que a da França e um pouco menor que a da indústria alemã", destaca Nicola Nobile, economista da Oxford Economics.

Desempenho negativo ontem do mercado obrigacionista italiano, em linha com a tendência da periferia da zona euro e prejudicado pela oferta de novos papéis por parte do Tesouro.

AUMENTO BTP, 7,677 BILHÕES VENDIDOS EM LEILÃO

Ontem o MEF colocou um total de 7,677 bilhões de BTPs em 3, 7 e 30 anos, pouco abaixo do valor máximo ofertado (7,75 bilhões), com rendimentos subindo para o maior desde outubro para os dois vencimentos mais curtos. O rendimento do BTP de 10 anos sobe para 2,08%; o spread com o Bund aumenta para 133.30 pontos, +4,14%.

Dias agitados do lado da oferta. Hoje o calendário prevê 1,5 mil milhões de Bunds a 30 anos e até 1,25 mil milhões de obrigações portuguesas para 2022 e 2028; Quinta-feira será a vez dos leilões espanhol e francês, num total máximo de 15 mil milhões, incluindo indexados.

BANCOS, TIRO AO ALVO EM MPS E CARIGE

Os bancos, barômetro da bolsa italiana, estão na base do pior desempenho de Milão: a cesta fechou em baixa de 1,96%. Sob pressão Unicrédito (-3,39%), Banco Bpm (-3,24%) e Ubi (-2,58%). O Bper também caiu (-1,33%): a recomendação da Equita mantém-se firme em "hold", enquanto o preço-alvo foi revisto em alta de 4,3 para 5,3 euros.

Intesa Sanpaolo também esteve no vermelho (-0,98%) o que não bastou os lucros recordes do pólo entre Fideuram e a banca privada Intesa, que registou um lucro líquido de 2017% para 11 milhões de euros em 871, graças a um financiamento recorde de 12,4 mil milhões.

A queda da Banca Monte Paschi, desencadeada pela publicação dos resultados de 2017, continua: o JP Morgan reduziu o preço-alvo para 4 de 4,20 euros. Carige (-2,63%) e Creval (-3,05%) também sofrem fora do cabaz principal, julgados pela Equita como o candidato ideal a uma fusão face à nova vaga de F&A que poderá caracterizar o setor.

A melhor ação foi a do Mediobanca (-0,04%), apoiada por rumores na imprensa sobre uma participação no Allianz Bank.

Banca Generali (-4,31%), Azimut (-1%), Mediolanum (-4%) e Anima (-4%) sofreram no setor administrado. Entre as seguradoras, Generali -1,75%.

MONCLER, A AÇÃO PREFERIDA DO MEDIOBANCA

Triste dia dos namorados para marcas de luxo. Em Paris, a Kering, dona da marca Gucci, caiu 3,2%, apesar das vendas acima do esperado no quarto trimestre. A rival LVMH também caiu 1,2% após o salto de 4% na segunda-feira. Em vez disso, a Moncler fechou inalterada a 26,55 euros, anulando os ganhos na final, apesar da Mediobanca Securities ter elevado a recomendação sobre a ação de neutra para superação, escolhendo a ação como sua principal escolha para 2018 no setor de luxo.

SÓ FERRARI E PIAGGIO CONTINUAM

O declínio não poupou outras blue chips. A Telecom Italia perdeu 2,6%, enquanto o índice europeu do setor de telefonia caiu 1,2%. As concessionárias estão sob pressão: Enel -0,7%, A2A -1,3%, Atlantia -1,6%, Buzzi -0,8%. Entre os industriais ainda as vendas de Leonardo (-2,66%), Prysmian (-1,72%) e Fiat Chrysler (-2,03%).

Entre os poucos sinais positivos está a Ferrari (+0,4% a 99,40 euros): a Equita confirmou a recomendação de Compra, elevando o preço-alvo de 120 euros para 110 euros.

A Piaggio estava em território positivo (+0,17%) após a publicação dos números de vendas de janeiro para veículos comerciais leves na Índia em janeiro. Banca Imi (compra, Target 3,1 euros) e Banca Akros (compra, Tp 3 euros) afirmam que o valor superou as expectativas.

No restante da lista, Ima +5,5%, apoiada pela compra da Equita, assim como da Mittel (+4,91%). Txt e-Solutions +2,7%.

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