“Parece-me que não houve condições depois das declarações completamente inapropriadas, ou pior, que ele fez”. Então o Presidente da República Giorgio Napolitano quis explicar o cancelamento da reunião, marcada para esta noite, com Peer Steinbrück.
Ontem, aliás, o candidato do SPD à chancelaria alemã, ao comentar as relações italianas durante uma reunião do seu partido, depois de manifestar as suas legítimas preocupações sobre os efeitos da incerteza eleitoral na economia da Zona Euro, deixou-se levar, chamando-se "horrorizado com a vitória de dois palhaços".
As referências a Beppe Grillo são claras (“um palhaço de profissão e não se ofende se assim o definem”) e a Silvio Berlusconi, “um palhaço com altos níveis de testosterona”.
Declarações contundentes, muito distantes das de Schauble (que se limitou a um lacônico "É democracia" sobre o voto italiano) e do estilo solicitado por Napolitano, mas que fazem parte do repertório de Steinbrück, que já chamou a atenção várias vezes do ciclone por suas gafes.
As declarações também vêm da Alemanha, onde Napolitano participou de um encontro com alguns intelectuais alemães em Munique por Steffen Seibert, porta-voz da chanceler Angela Merkel, que, depois de ter passado por cima da insensatez de Steinbruck, sublinhou o papel central do Presidente da República na formação de um governo, afirmando em seguida que Berlim trabalhará de perto com qualquer executivo que surja em Itália.