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O efeito Fed sai, hoje as três bruxas. FCA e Telecom em destaque

O anúncio de quatro novas pequenas altas de juros em 2016 extingue o efeito Fed na bolsa e hoje Wall Street vive o dia das "três bruxas", em que as opções do último trimestre devem ser reguladas – A alta do dólar pesa commodities – Na Piazza Affari FCA e Telecom em destaque após a possibilidade do CDP - Poste Italiane em direção a FtseMib

O efeito Fed sai, hoje as três bruxas. FCA e Telecom em destaque

A pressão do Fed já se esgotou. Depois da euforia que se seguiu às decisões do banco central, os mercados voltam a ter de lidar com os seus problemas habituais: a debilidade da economia chinesa, a queda do petróleo bruto e de outras matérias-primas, a deflação à espreita na generalidade das economias.

Neste cenário, as Bolsas estão prestes a viver um dia dominado por complexos deadlines técnicos: também em Milão é a sexta-feira das “três bruxas”, quando as opções do último trimestre (e do último mês) devem ser liquidadas . Em Wall Street estão em jogo contratos no valor de 1.100 bilhão de dólares, um recorde histórico. 

As ações dos EUA fecharam significativamente mais baixas: S&P 500 -1,5% a 2.041 pontos (ainda bem acima de 1.900 pontos, o limite no qual uma avalanche de 670 bilhões em vendas seria desencadeada), Dow Jones -1,43%, Nasdaq - 1,43%.

A Apple (-2,1%) está sob pressão, por temores de desaceleração das compras na China, e de petróleo. Exxon cai 1,5%, Chevron -3,1%. O índice de commodities Bloomberg (uma cesta que inclui um pouco de tudo, de gás natural a café) caiu para mínimos de 16 anos. 

A alta do dólar pesa sobre as commodities. A moeda norte-americana desacelera em relação ao euro, negociado a 1,0843, mas sobe em relação a outras moedas, a começar pelo yuan. O índice do dólar sobe 1,4%. O ouro perde 1,6% para 1054 dólares a onça, próximo dos mínimos dos últimos 6 anos. 

CHILE E MÉXICO AUMENTAM TAXAS, YUAN AINDA EM BAIXO

O mundo se ajusta ao avanço do dólar. A taxa de câmbio do Yuan caiu novamente pelo décimo dia consecutivo. Enquanto isso, Chile e México elevaram as taxas, adaptando-se aos movimentos do Fed para evitar saídas de capital. As taxas do dólar de Hong Kong, atrelado à moeda americana, também subiram. Surpreendentemente, no entanto, Taiwan reduziu o custo do dinheiro. O peso argentino cai 30% após o anúncio da desvalorização decidida pelo presidente Mauricio Macri.

O desempenho de Wall Street se refletiu esta manhã nas bolsas de valores asiáticas. Tóquio, onde a reunião do Banco Central terminou sem grandes novidades, recuou 0,2%. O Banco do Japão fez alterações qualitativas: as compras vão incluir também obrigações com maturidade superior a dez anos e unidades de fundos imobiliários. Além disso, aumenta o componente de compras de ETF, incluindo aqueles que acompanham o índice da Bolsa de Valores de Tóquio.

Hong Kong -0,3%. As listagens chinesas também caíram: Xangai -0,3%, apesar de um tímido despertar do mercado imobiliário. 

EUROPA, AÇÕES SUBEM. OBRIGAÇÕES PARA BAIXO 

A recuperação das bolsas dos mínimos alcançados antes das decisões da Fed continuou na Europa, mas espera-se um arranque vermelho esta manhã em linha com a Ásia e Wall Street. Futuros relatam Londres -17 bps, Paris -25 bps, Frankfurt -86 bps. O Milan avançou 1,48%, travado na final pelo desempenho das bolsas norte-americanas e pela queda do petróleo bruto. 

Ontem o mercado mais efervescente foi Frankfurt (+2,57%). Paris +1,14%, Londres +0,68%. Madrid, às vésperas das eleições, ganha 1,72%. As ações sobem e os títulos caem: o rendimento dos BTPs de 10 anos sobe para 1,63% (-6 pontos base). O spread entre BTPs e Bunds de dez anos ficou estável em 102 pontos base.

IMI: EM 2016 MILÃO +16%. 12 TÍTULOS NA MOSTRA

É hora de previsões e resoluções para o novo ano. Banca Imi está otimista com a Piazza Affari: em 2016 o aumento pode chegar a 13%, graças a uma série de fatores: a estabilidade do quadro político, maior visibilidade dos lucros para 2016-17, expectativas de consolidação, especialmente entre os bancos, altos dividendos rendimentos. 

As ações favoritas incluem Atlantia, Autogrill, Pop. Milan, Ei Towers, Fiat Chrysler Automobiles, Finmeccanica, Hera, Poste Italiane, Prysmian, Safilo, Salini Impregilo e Unipol.

O FED É BOM PARA FCA, MELHOR BLUE CHIP 

Entre os industriais, destaca-se o salto da Fiat Chrysler, a melhor blue chip de ontem com uma subida de 4,2%, para 12,88 euros. A ação beneficia do voto de confiança do Fed à economia norte-americana, onde, nesta fase, o grupo realiza grande parte das margens.

Em três sessões, as ações subiram 10%, recuperando-se amplamente da queda de segunda-feira (-5%). A Prysmian também teve um bom desempenho (+2,58%) que comunicou uma nova encomenda em Omã para um sistema de cabos subterrâneos para o transporte de eletricidade em alta tensão.

UTILITÁRIOS BEM, VERSALIS DESCONHECIDO NA ENI 

A tendência energética (óleo WTI abaixo de 35 dólares) também influenciou a sessão da Piazza Affari. As petrolíferas desaceleram na final em linha com as notícias que chegam dos EUA. 

A Eni manteve-se inalterada no dia do Conselho que, afirmou o CEO Claudio Descalzi, não tinha em pauta a venda da Versalis. No entanto, Descalzi confirmou a negociação da venda para o fundo Sk Capital Partenrs, interessado em ficar com 70% dos ativos. “Mas não está excluído – acrescentou – que no futuro as negociações se estendam a outros”. 

A queda do petróleo pesa mais em Tenaris (-0,6%) e Saipem (-2,62%). O setor elétrico está mais tônico. O CEO da Enel, Francesco Starace, disse ontem que a empresa já atingiu suas metas no final de 2015.  

Os serviços públicos tiveram um bom desempenho, impulsionados pela opinião positiva do HSBC sobre Snam (+3,07%, preço-alvo em 4,3 euros de 4, redução confirmada) e Terna (+1,2%, em 5,2 de 5 euros, compra confirmada).

FLY TELECOM. DEPOIS DA GOVERNANÇA BANDA LARGA EM PRIMEIRO LUGAR

A Telecom Italia continua em forte evidência (+3%) no topo do índice europeu do setor. Os fundos prometem batalha contra a decisão da assembleia de acionistas de estender o conselho a representantes da Vivendi. Mas o que move o mercado no dia do primeiro Conselho de Administração ampliado para incluir a Vivendi é a aposta de que, uma vez ratificado o predomínio do grupo francês na governança, veremos uma aceleração do plano de ultra banda larga, que o O CEO também falou sobre o acionista francês e outras transações extraordinárias que podem criar valor. 

Ontem Claudio Costamagna, ilustrando o novo plano estratégico do CDP, aludiu a uma possível entrada da Cassa Depositi e Prestiti no capital da empresa.

ALEXANDRIA AINDA PENSA NO ORÇAMENTO DO MPS

Dia positivo para os bancos, que se movem em linha com o índice setorial europeu. A exceção é Monte Paschi (-0,83%), devido à possibilidade de o Banco vir a registar um efeito fiscal negativo de 130 milhões a partir da revisão das demonstrações financeiras de 2014, associada às alterações contabilísticas de Alexandria solicitadas pela Consob.

Unicrédito avança +1,2%. O instituto não precisa de aumento de capital porque tem capacidade para gerar o suficiente para cumprir os objectivos do plano trienal e já fez provisões iguais a 12 cêntimos por acção para a eventual distribuição do dividendo em 2015. Disse o CEO Federico Ghizzoni na coletiva de imprensa após a reunião do conselho de ontem, a última do ano corrente.

Intesa (+1,2%), Pop.Milano (+2,3%) e Mediobanca (+2%) também foram positivos. As seguradoras tiveram bom desempenho: Generali +2%, UnipolSai +0,1% e Cattolica +1%. 

POSTAGENS PARA FTSE MIB

Poste Italiane +2,6% para 7,095, após o terceiro aumento consecutivo de volta ao limiar psicológico de 7 euros. A partir de 21 de dezembro próximo, a ação substituirá Ansaldo StS no índice FtseMib, que reúne as 40 maiores blue chips da Piazza Affari.

Beni Stabili subiu mais de 6% após o anúncio da finalização da venda de um imóvel em Roma. A ação, segundo a Equita, está sendo negociada com um desconto de cerca de 12% sobre o NAV de 2015.

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