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Agricultura abaixo dos 40? Na Itália é um fracasso. aqui porque

A agricultura com menos de 40 anos foi travada na Itália por um baixo volume de negócios geracional, mas também por uma visão limitada sobre as possibilidades de desenvolvimento do setor. Descobrimos desde os primeiros números da pesquisa Nomisma 2014 sobre agricultores jovens e não jovens.

Agricultura abaixo dos 40? Na Itália é um fracasso. aqui porque

É verdade que em tempos de crise cada vez mais jovens italianos procuram setor agroalimentar como fonte de emprego? Não exatamente. Pelo menos do que emerge de um pesquisa realizada este ano por nomisma em uma amostra de 1.125 jovens com menos de 40 anos, incluindo 607 agricultores, segundo o qual a Itália é o farol traseiro na Europa para a agricultura com menos de 40 anos.

A pesquisa Nomisma parte de um cenário de referência essencial para avaliar a sustentabilidade futura do setor primário na Itália e a real extensão da alegada "corrida para a agricultura". O tendência do emprego entre 2008 e 2013 é negativa: se os que têm emprego neste setor diminuíram 6%, os com menos de 24 anos registam mais do dobro do decréscimo, igual a -15%.

A este número deve-se acrescentar a singular taxa de senilidade de que padece nosso país em relação a outras nações européias: se na Itália os agroempresários com mais de 65 anos representam 37% do total, contra 5% dos que têm menos de 35 anos, na França os maiores de 65 anos são iguais a 12%, enquanto na Alemanha são apenas 5,3%.

Esta estrutura demográfica reflete-se obviamente no índice de rotatividade geracional (rácio entre empresários com menos de 35 anos e empresários com mais de 65 anos) que coloca a Itália numa posição de relativa fragilidade face aos principais países europeus. Se em Itália o índice de rotatividade geracional é igual a 14% (em 1990 era de 17,5%), ou seja, 14 jovens por cada 100 idosos, este rácio é de 18% em Espanha, 73% em França e até 134% na Alemanha ( Média UE-27 = 25%).

No que diz respeito à difusão da inovação, porém, ela logo chegou às explorações jovens: a intensidade de trabalho por hectare de SAU é menor nas explorações jovens (9,7 dias/hectare face à média de 10,5), índice de maior inovação /mecanização; a média setorial dos que possuem computador limita-se a 3,8% das fazendas, cifra que chega a 45,5% nas fazendas dirigidas por jovens agricultores. Até 46,4% dos jovens também tendem a diversificar atividades, ante 37,4% dos maiores de 40 anos.

Uma visão limitante da agricultura obstaculiza a vontade de inovar, identificada na amostra de jovens agricultores. Entre as desvantagens para o desenvolvimento da atividade têm sido apontadas as burocracia e a dificuldade de encontrar recursos financeiros realizar investimentos visando aumentar o índice de competitividade.

A pesquisa da Nomisma mostra que menos de 10% dos jovens agricultores estão satisfeitos com sua dotação de máquinas e equipamentos e, de fato, 3 em cada 4 agricultores declaram que pretendem comprar novas máquinas agrícolas nos próximos 5 anos, mesmo que haja permanece um sentimento de incerteza quanto ao futuro. A percepção de 67% dos entrevistados de serem considerados pela opinião pública – como agricultores – de “classe social” inferior influencia negativamente.

Este sentimento negativo leva 47% dos jovens agricultores a esperar que os seus filhos continuem a trabalhar na agricultura desde que haja uma melhoria das condições económicas do setor, enquanto 10% esperam que possam encontrar emprego noutro setor. Sensações semelhantes, em sua maioria negativas, também vêm da amostra de jovens não agricultores. Difunde-se a ideia de que a agricultura corresponde à penúria e à pobreza, ainda que se reconheça a sua utilidade social, ambiental e económica para a comunidade.

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