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O mercado de ações gosta do plano da Pirelli, não da fuga da Campari: Intesa e Ubi ainda estão em alta

A Bolsa, que segue em alta, recompensa o novo plano de Marco Tronchetti Provera com um salto de mais de 3% – Campari ao estilo holandês em vermelho escuro – Depois do boom de ontem, os dois bancos que poderiam se fundir seguem em território positivo.

O mercado de ações gosta do plano da Pirelli, não da fuga da Campari: Intesa e Ubi ainda estão em alta

O Touro reaparece nos mercados, no rescaldo de uma sessão fraca: as cotações europeias fecham positivas, Wall Street regressa aos seus máximos e a Piazza Affari, que ontem dançou sozinha, revela-se ainda mais tónica: +1,01%. 25.477 pontos base. Os bancos italianos respiram, depois do fogo de artifício da véspera (as exceções são o Banco Bpm +1,74% e, fora do cabaz principal, o Mps, +11,99%) mas a disposição do Ftse Mib contribui para manter a recuperação do Stm +4,6% e Moncler, +3,72%, bem como o salto da Pirelli +3,33%, recompensado por compras após o plano industrial, que vê as margens aumentarem para 18-19% até 2022.

Já o mercado rejeita Campari, -3,39%, após as contas. O conselho anunciou a intenção de transferir a sede da empresa para a Holanda e os acionistas serão chamados a decidir no dia 27 de março. Quem preferir pode exercer o direito de retirada e receber 8,376 euros por cada ação da Campari, preço inferior ao valor atual da bolsa.

A propensão ao risco também volta às demais listas europeias, na esteira das boas notícias das asiáticas. Frankfurt +0,76%, Paris +0,9%, Madrid +0,74%, Londres +1,04%. Wall Street recupera força para bater novos recordes, graças às ações de tecnologia, após temores sobre o alarme de vendas da Apple. 

A dissipar as nuvens sobre a propagação da epidemia chinesa está o facto de, aparentemente, o número de pessoas recuperadas ter ultrapassado o número de novos infetados pela primeira vez na China. Parece pouco consolo, mas o mercado também está de olho nos movimentos de Pequim para apoiar a economia e alguns setores, a começar pelo setor de aviação. Segundo a Bloomberg, as autoridades chinesas estão a ponderar se trazem as transportadoras mais pequenas para um casamento com as maiores, ou salvam directamente as empresas com intervenções estatais, dado que o sector vive uma crise tremenda, com empresas globais a terem desembarcado oito em cada dez voos reduzindo o vasto espaço aéreo da China a um mercado menor que Portugal.

No plano macro, aguardando a ata da última reunião do Fed, os dados dos preços ao produtor também ajudaram a bolsa americana, que em janeiro cresceu acima das expectativas na base mensal (+0,5% contra +0,2%) e a uma taxa superior do que o estabelecido pela Fed numa base anual (+2,1%). Ainda no plano macroeconómico, as novas obras iniciadas nos Estados Unidos em janeiro diminuíram mas menos do que o esperado (-3,6% vs -11,1%) enquanto as licenças de construção registaram um aumento mensal de 9,2% (contra as expectativas de +1,0%).

No mercado de câmbio, o euro permanece estável em relação ao dólar e negocia pouco movimentado em 1,0798. O ouro ainda está à frente e se movendo a 1609,45 dólares a onça. O petróleo acorda cheio de otimismo, com o Brent subindo 2,35%, para 59,11 dólares o barril.

Voltando à Piazza Affari, Prysmian se destaca +3,26%. Hera +2,48%, que lançou um ataque ao rival da A2a pela Ascopiave, escrevendo uma intervenção paga nos jornais do Veneto e dizendo que "a A2a está errada na forma e no conteúdo" e explicando assim o ponto de vista da multiutilidade bolonhesa. Finecobank recupera, +3,23%. Nexi +2,13%, promovida pelo Citigroup que aumentou o preço-alvo da empresa de pagamentos de 13,7 para 20 euros e confirmou a “compra”.

Na frente mais quente, a deOperações lançadas pela Entente (+0,13%) na Ubi (+0,3%, após o salto de ontem) hoje continuamos mais cautelosos, depois que a diretoria desta última deu mandato ao diretor-gerente Victor Massiah para nomear os consultores financeiros e advogados que auxiliarão o banco na avaliação da oferta, com as "alternativas possíveis". A Reuters escreve que amanhã o CAR, pacto consultivo da Ubi que agrega cerca de 18% do capital do instituto, se reunirá para uma avaliação inicial da oferta lançada pelo Intesa. O Bper ainda sofre (-0,34%), depois do forte crash de ontem na sequência da notícia de que vai aumentar o seu capital para comprar 400-500 balcões no final da operação, se for concretizada. Boa Unipol +2,77% que deveria assumir o pólo de seguros.

No final da lista: Juventus -1,96% Leonardo -1,19%; Atlântida -0,48%. O secundário segue no vermelho: spread em 135 pontos base (+1,23%) e yield em 0,93%. Para Angela Merkel as negociações para a definição do primeiro orçamento da União Europeia após a saída do Reino Unido serão "muito duras e complicadas".

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