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O duplo erro de Boeri na flexibilidade e mais de 55

A esperança média de vida na Europa daqui a cinquenta anos será de 84,6 anos para os homens e 89,1 para as mulheres. Será necessariamente necessário trabalhar mais tempo e recolocar no mercado de trabalho os maiores de 55 anos expulsos do trabalho, com incentivos e políticas ativas. Pelo contrário, Boeri propõe uma flexibilidade penalizadora. Significa trabalhar contra o futuro: qual é o sentido?

O duplo erro de Boeri na flexibilidade e mais de 55

Há uma passagem chave no Relatório 2015, apresentado por Tito Boeri, enquanto o presidente do INPS parece voltar-se para a Europa para advogar uma mudança de linha política no que diz respeito à avaliação da sustentabilidade dos regimes de pensões sobre os quais, há décadas, a União mede as virtudes financeiras dos orçamentos dos Estados-Membros ( tanto que a questão da idade de aposentadoria representa um dos conflitos mais graves e difíceis de superar na questão da Grécia).

Boeri afirma que "a sustentabilidade social de um sistema previdenciário importa tanto quanto a financeira". “Tanto que – prossegue – se os trabalhadores forem condenados a “pensões de fome” será necessário intervir mais tarde (talvez quando os idosos ficarem velhos e inválidos) com outras transferências monetárias.

Ainda assim, com suas propostas (é correto que o presidente de uma instituição previdenciária substitua o ministro do Trabalho na elaboração de um novo projeto previdenciário?), Boeri entra em contradição com a principal reivindicação que toda a literatura previdenciária vem recomendando há pelo menos meio século, desde que a demografia, outrora dependente dos insumos econômicos, hoje os condiciona de forma rigorosa. 

[Relatório de Tito Boeri]

O Velho Continente - sobretudo a Itália - continuará a ser atingido por um ciclone demográfico que tornará insustentáveis ​​e injustos até os mais rigorosos modelos de pensões (no que diz respeito à relação entre as gerações). No que diz respeito à expectativa de vida, os gráficos disparam. Ao nascer, para os homens, passou de uma média de 76,7 anos em 2010 para 84,6 cinquenta anos depois (na Itália de 78,9 para 81,1); para as mulheres, respectivamente de 82,5 para 89,1 (na Itália de 84,2 para 89,7). Aos 65 anos, em meio século, os homens viverão em média mais 22,4 anos, as mulheres 25,6 anos (na Itália 22,9 e 26,1 respectivamente).

Além dos efeitos das tendências demográficas (completamente ignoradas por Boeri) serão as necessidades de emprego - líquidas dos fluxos imigratórios - que exigirão o prolongamento da vida profissional também para garantir um tratamento mais adequado. Assumindo, como faz Tito Boeri, uma saída – e não uma relocalização – do mercado de trabalho para os desempregados com mais de 55 anos e uma flexibilidade oportunista e economicamente penalizada pela passagem à reforma, significa trabalhar contra o futuro.

Por outro lado, é preciso aceitar, antes de tudo no plano cultural, que você vai ter que trabalhar mais e investir, portanto, em políticas que favoreçam o envelhecimento ativo, ao invés de aposentar pessoas que ainda podem exercer uma atividade. De que adianta, de fato, destinar recursos significativos a serviços assistenciais - por mais modestos que sejam - em vez usá-los em incentivos para políticas ativas reintroduzir os maiores de 55 anos no mercado de trabalho?

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