“Não conseguimos fazer sentir nossa proximidade com a cidade e peço desculpas por isso. Mas nos colocamos a serviço da cidade e das instituições para reagir. Espera-se de nós uma ajuda concreta. Devemos e podemos fazer algo para aliviar as consequências desta tragédia". Ele disse isso na tarde de sábado João Castellucci, CEO da Autostrade per l'Italia, na primeira conferência após a colapso da ponte Morandi em Gênova, que custou a vida de mais de 40 pessoas.
UM FUNDO PARA AS FAMÍLIAS DAS VÍTIMAS
“Vamos disponibilizar um fundo para as necessidades imediatas das famílias das vítimas – acrescentou – independentemente de ressarcimentos e aspectos legais. Os métodos de entrega serão acordados com o Município, que fará a gestão do fundo".
UMA NOVA PONTE DE AÇO EM OITO MESES
Quanto à reconstrução da ponte, Castellucci explicou que "foi desenvolvido um projeto que nos permite trabalhar em paralelo, acelerando os tempos, e nos permitirá em oito meses para terminar as demolições e reconstrução da ponte”. A nova infraestrutura, continuou o gestor, “será de aço” e será “ainda menos impactante” que o anterior. Acresce que “já são possíveis intervenções para a reparação da viabilidade de pessoas e bens a partir de segunda-feira”.
UM FUNDO TAMBÉM PARA QUEM TERÁ QUE ABANDONAR SUAS CASAS
A Autostrade, garantiu Castellucci, também estabelecerá um fundo para aqueles que serão forçados a fugir de suas casas para permitir que o trabalho seja realizado. “Temos que fazer, queremos fazer e faremos tudo ao nosso alcance para aliviar a dor das vítimas e da cidade de Gênova”, afirmou Fabio Cerchiai, presidente da empresa.
RESPONSABILIDADE? O JULGAMENTO IRÁ CONHECER
Do lado das responsabilidades, Castellucci não fala muito: "Somos os donos da infraestrutura, isso é inegável, mas o judiciário apurará a veracidade dos fatos. Todos os relatos que eu conhecia falavam de boas condições. Mas isso estará sujeito a verificação. Todos nós queremos saber o que aconteceu."
CUSTOS DAS RODOVIAS: CERCA DE MEIO BILHÃO
Quanto aos custos da Autostrade, o diretor-geral disse que “fazendo o cálculo de todos os valores, é fácil chegar a meio bilhão”. Castellucci esclareceu que o montante não inclui indemnizações às vítimas - ainda a definir - mas também que nenhuma das intervenções previstas pela empresa constitui de forma alguma uma assunção de responsabilidade pelo sucedido. Mas o julgamento do vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio foi implacável: "Aquilo dos Benettons é só esmola"
DO GOVERNO 28 MILHÕES PARA A EMERGÊNCIA
Sábado também aconteceu na Prefeitura de Gênova gabinete flash sobre as consequências do colapso da ponte Morandi. O ministro do Interior, Matteo Salvini, disse que durante o encontro foram decididas as "contribuições". Em particular, o governo decidiu alocar imediatamente para a emergência 28 milhões. O facto foi confirmado pelo governador da Ligúria, Giovanni Toti, revelando que o Executivo tem “aceito substancialmente” os pedidos da Região, que ascendem a cerca de 30 milhões de euros. Questionado sobre a nomeação de um comissário especial, o governador não respondeu.
Entretanto, depois de falar durante dias sobre a revogação, o governo parece agora orientado para revogação da concessão à Autostrade.
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