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Crash do mercado: as moedas europeias são o novo porto seguro?

ANÁLISE DA FXCM ITALIA – Após o choque chinês, o mercado confirma o cenário de forte aversão ao risco, mas também demonstra que não está centrado no dólar, preferindo diversificar suas compras de moedas portos-seguros e preferindo as europeias (euro, libra e franco).

Crash do mercado: as moedas europeias são o novo porto seguro?

Aversão ao risco e busca de refúgio. Paraísos seguros. É o que está a acontecer nos mercados, depois do enésimo crash das bolsas chinesas, que levou ao alargamento do pânico aos mercados emergentes e também às bolsas americanas. Em nossa opinião, estes últimos representam a bússola capaz de fornecer a leitura do mercado atual.

De fato, diante de um Fed que deu a entender suas perplexidades com uma alta de juros em setembro, as bolsas poderiam ter buscado novas máximas, antes de prosseguir com a potencial realocação de parte do capital colocado em risco nas bolsas de títulos.

O facto de as bolsas americanas terem caído significativamente, a par de vendas que atingiram as listas mundiais, com o ouro a regressar a cerca de 1.170 dólares o barril (o único cenário que se teria revelado favorável ao ouro teria sido precisamente o das vendas generalizadas em nas listas) confirma o cenário de forte aversão ao risco, confirmação também corroborada pelas descorrelações ocorridas no mercado de câmbio.

De fato, o mercado não está se mostrando centrado no dólar, pois se assim fosse provavelmente teríamos fluxos de capitais em compras gerais contra o dólar (contra todas as outras moedas), o que colocaria os EUA e suas políticas de normalização em dificuldade de políticas monetárias.

O mercado preferiu, assim, diversificar as suas compras de moedas portos-seguros (até agora apenas o iene, onde preferiu não concentrar todas as compras devido ao perigo de contágio chinês) preferindo as europeias (euro, libra e franco) enquanto comprou dólares contra moedas de commodities, sofrendo também com o peso das matérias-primas.

Os resultados, especialmente na frente australiana e neozelandesa, não demoraram a chegar com movimentos de queda de mais de 200 pontos no espaço de alguns minutos devido às paradas atingidas (a maioria dos comerciantes varejistas parecia estar comprando essas moedas, ao contrário de nós e instituições, dados recuperados do Speculative Sentiment Index da FXCM, um indicador proprietário de sentimento).

Na frente do euro, vimos uma movimentação de 1.1500 para 1.1720 durante o dia, com o iene em forte valorização frente ao dólar. A entidade dos movimentos também se deve ao fato de os mercados ainda se caracterizarem pela liquidez de verão e pela presença de fortes stop loss, que são afetados hoje.

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