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Centro Studi Confindustria: a Itália está na encruzilhada entre o declínio ou a recuperação e o futuro se joga hoje

RELATÓRIO CENTRO STUDI CONFINDUSTRIA - Segundo Luca Paolazzi, chefe do CsC, o futuro da Itália nos próximos vinte anos se joga hoje - A alternativa é entre declínio ou renascimento, mas para restaurar o brilho do país, precisamos implementar imediatamente as reformas estruturais que sempre adiámos – As desvantagens de hoje podem transformar-se numa alavanca para relançar o PIB.

Centro Studi Confindustria: a Itália está na encruzilhada entre o declínio ou a recuperação e o futuro se joga hoje

As reformas não são uma corrida curta à la Usain Bolt, mas uma longa maratona. Não são um acto isolado e episódico, a realizar em tempo suspenso na arena da festa, a confiar a uma valente e valente equipa de primeiros socorros. Não podem ser um parêntese para começar tudo de novo. E para dizer como Angela Merkel, pelo menos nisso é difícil culpá-la, “nunca há uma última reforma e em um mundo em rápida mudança temos que nos adaptar”. Luca Paolazzi, diretor do Centro de Estudos da Confindustria, fala claramente na conferência "Cambia Italia": as reformas são necessárias e a tarefa mais difícil é justamente a de criar as condições na política para que haja "competição saudável entre partidos, entre alinhamentos opostos mas sem deslegitimação e no quadro de uma cultura de reformas partilhada e enraizada”.

TRIPLICAR O CRESCIMENTO ATÉ 2030

Daí a força dos números e dos números que, ele especifica, não são previsões, mas tendências e objetivos: a Itália está em uma encruzilhada não apenas econômica, explica Paolazzi, se permanecer inerte permanecerá presa a um crescimento inadequado de 0,7 % ao ano até 2030 (+16% acumulado), se reagir "com vigor, determinação, coesão", transformando as desvantagens competitivas em alavancas de desenvolvimento, pode triplicar para 2,2% ao ano (+55% acumulado). Em valores absolutos, a escolha traduz-se em enormes diferenças: sem alterações, o PIB em 2030 será 253 mil milhões superior ao de hoje, ou seja, 2.760 euros per capita, enquanto com as reformas poderá aumentar em 872 mil milhões, mais 11.160 per capita.

"Não sabemos como será o mundo daqui a vinte anos – diz Paolazzi – mas devemos fazer a nossa parte, o que for preciso para diminuir a distância entre nós e os outros países”. Para voltar a crescer em ritmo sustentado, é preciso fechar a lacuna com outros países em termos de produtividade e horas trabalhadas. As alavancas? Conhecimento, competição, burocracia, participação no trabalho. Sim, porque para o mundo como um todo a crise iniciada em 2007 não é pior do que a de 29. Mas para a Itália é. A falta de reformas penaliza especialmente os jovens e menos escolarizados, o que provoca fuga de cérebros.

A GRANDE EXPLOSÃO

O caminho a seguir é o do Big Bang. Quatro razões para Paolazzi: responde ao critério de equidade, porque nenhum grupo de interesse é privilegiado; cada grupo compensa seus custos com os benefícios recebidos em outros campos e, portanto, responde a um critério de eficiência; a mudança é tão profunda que voltar atrás se torna (quase impossível); complementaridades e sinergias são criadas.

A POLÍTICA ABORDA OS NÓS ANORMAIS DA DIVERGÊNCIA

Cabe à política enfrentar algumas "questões anômalas que levaram o país a divergir por tantos anos": a sociedade microempresarial, alérgica ao Estado, que leva à anarquia de demandas; fragmentação partidária, que cultiva interesses particulares, senão pessoais; o aparato público deteriorado, a cultura anti-meritocrática e familista.

Com algumas recomendações para um longo caminho e sem poção mágica: apoiar a formação de maiorias coesas, com reforma eleitoral e regras parlamentares antitransformação; tornar mais efetiva a ação governamental com procedimentos parlamentares de confiança construtiva, superando o perfeito bicameralismo, nomeando e destituindo ministros; simplificar o Estado, com menos interferência direta e maior efetividade regulatória, tornando sistemática a revisão dos gastos públicos e acabando com a troca entre anuência e recursos dos contribuintes.

“Capturar este momento fugaz?” Paolazzi se pergunta no final. Sim, devemos. 

 

 

Para saber mais sobre a fala de Paolazzi, clique aqui. 

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