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Brasil, o rali chama a virada olímpica

Um país nunca viu uma alta da bolsa (+18% em 2016) diante da pior queda do PIB dos últimos 25 anos: está acontecendo com o Brasil - Os mercados apostam na saída de Dilma antes das Olimpíadas, senão enfrentaríamos uma choque real, um rating ainda mais louco e uma reavaliação dos investimentos brasileiros

Brasil, o rali chama a virada olímpica

Há uma Bolsa mais forte do que qualquer escândalo ou risco de impeachment e que, desde que se espalhou a crença de uma iminente mudança governamental, iniciou uma recuperação tecnicamente sustentada, quebrando uma tendência negativa que durava três anos e que desde então início do ano se confirma com +18%.

Nunca vimos um país como o Brasil publicar seus piores dados de PIB em 25 anos, mas o mercado de ações está se fortalecendo a cada dia. Certamente a recuperação do petróleo deu algum fôlego aos cofres do estado, mas sem dúvida o governo da "presidente" Roussef com um consenso pessoal caiu de 70% em 2014 para menos de 10% agora está condenado.

Trancado num círculo vicioso e incapaz de fazer as reformas necessárias para colmatar os desequilíbrios macroeconómicos de um país em recessão e rompido pelo maxi escândalo da Petrobrás, agora naufragado na chamada investigação "Lava Jato", que afectou transversalmente os aparatos estatais, grandes corporações e o PT, que agora só tem que se ater a uma retórica radical e falida.

Até o último baluarte do Partido dos Trabalhadores: El Calamaro Lula da Silva, o símbolo do ex-trabalhador que desembarcou na política, cai em pedaços após as inspeções policiais em casa e a comprovada conivência de corrupção e escândalos.

O Brasil é um país acostumado a escândalos, mas desta vez chegou a um ponto sem volta com a esperada anulação das eleições de 2014 e novas eleições presidenciais para o final de 2016. Seja impeachment ou anulação do voto, o caminho de Dilma é marcado e os mercados comemoram com os credit default swaps, que indicam a probabilidade de falência cair das máximas acima de 500 pb para perto de 400 pb em algumas semanas.

A situação é pesada como um anjo caído O Brasil perdeu o grau de investimento e agora tem um rating BB "lixo" com perspectiva negativa, a ampulheta inexorável vê a linha do tempo marcando apenas 6 meses para evitar uma nova queda no inferno do inaceitável taxas de reentrada no mercado.

A valorização do real é bom para a inflação, mas também para investidores que buscam oportunidades de alto risco e, portanto, com retornos atrativos também atrelados à alavancagem cambial. Os fluxos, por enquanto, privilegiam ações e títulos com vencimento em até três anos, enquanto a cobertura pelo menos parcial com o CDS volta a ser utilizada para vencimentos mais longos.

Com a aproximação das Olimpíadas, se a mudança de governo não ocorrer rapidamente e o atual governo permanecer no cargo por mais 3 anos, o risco de uma reviravolta ou "reprecificação" dos investimentos brasileiros é muito grande e o país cairia para um único B com uma queda também da parte de curto prazo da curva de juros e um choque da moeda.

Em suma, o Brasil representa o exemplo típico de como, numa era de taxas baixas inexploradas por muitos, o nível das apostas sobe e os mercados emergentes voltam àquele faroeste que serviu de trilha sonora das fortunas alternadas dos investidores no final do os anos 90. Que Saudaji Carioca!

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