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Brasil, eleições presidenciais: Lula prepara o grande retorno para fechar a era Bolsonaro

No Brasil, começa a corrida para as eleições presidenciais de outubro: os mercados também votam em Lula, que ainda não é candidato formal, mas a provável saída de cena de Bolsonaro promete ser turbulenta

Brasil, eleições presidenciais: Lula prepara o grande retorno para fechar a era Bolsonaro

No último dia 2 de fevereiro, faltavam exatos 8 meses para eleições presidenciais brasileiras, que provavelmente vão fechar a era Bolsonaro (não sem tensões, também há quem preveja uma saída de cena ao estilo do Capitólio), entregando à principal economia da América do Sul o retorno de um dos líderes mais queridos (e depois mais contestado) por aqui: o Lula de 76 anos, fundador do PT (Partido dos Trabalhadores) e ex-presidente do Brasil de 2003 a 2011.

Lola no momento não é formalmente um candidatoMas as pesquisas dariam a ele uma vitória ampla já no primeiro turno, com 44% das preferências contra 24% creditados ao presidente cessante Jair Bolsonaro, de extrema direita. “Seja eu o candidato ou não – declarou Lula recentemente em entrevista ao Corriere della Sera, no qual também esperava a volta de laços mais estreitos com a UE – sempre trabalhei e sempre trabalharei para que o Brasil volte a ser de todos os brasileiros e que ninguém aqui passe fome”.

Lula agora agrada os mercados e a comunidade internacional

A verdade é que todas as pistas apontam para o grande retorno. Mesmo o surpreendente endosso dos mercados financeiros, no passado hostil à gestão estatista do ex-sindicalista, mas hoje segundo o jornal valor economico Proponentes de seu apelo global: a comunidade internacional, de fato, há muito descartou Bolsonaro, culpado de um gestão perversa da pandemia (Brasil está com 70% vacinado com duas doses graças às iniciativas dos governadores locais, mas Omicron está se espalhando e as mortes passam de 600 por dia), enquanto uma temporada de diálogo também seria reaberta com Lula na agenda do clima, após a 'atual o governo tem favoreceu o desmatamento da floresta amazônica. No ano passado, para se ter uma ideia da emergência, foi liberado mais CO2 do que oxigênio devido às queimadas em algumas áreas da Amazônia.

O problema da inflação no Brasil

Mas a agenda de Lula será movimentada principalmente no front econômico. Que país Bolsonaro está deixando para ele? Um Brasil contraditório, com o grande bicho-papão dainflação que vai desacelerar o crescimento do PIB, desencadeando possíveis tensões sociais pouco antes das eleições. No plano financeiro, as coisas também devem correr bem: no mês de janeiro o índice de ações da Bovespa subiu 7%, o melhor crescimento desde dezembro de 2020, impulsionado pelos investimentos estrangeiros e pelo aumento das matérias-primas, em particular do petróleo, que se encontra agora no seu nível mais elevado desde 2014, a favor da Petrobras, mas também do café, do cacau e do açúcar.

Por outro lado, o índice de confiança empresarial está em queda, mas acima de tudo é preocupante l'inflazione. O Brasil fechou 2021 com um aumento de preços ao consumidor superior a 10% ao ano, o quarto maior valor entre os países observados, atrás apenas de Argentina, Turquia e Estônia (além, obviamente, da Venezuela, que viaja cerca de 700%). O número é superior ao de outros grandes países latino-americanos (Chile e México em torno de 7%, por exemplo), à média do G20 (+5,9%) e à da zona do euro (menos de 5%). Esta inflação elevada, aliada ao abrandamento da procura chinesa, ameaça a recuperação do PIB, que em 2021 marcava +4,65% mas cujas previsões para 2022 foram reduzidas pelo Banco Mundial, de 2,5% para 1,4%.

Os primeiros efeitos no custo de vida já podem ser vistos: a ascensão do petróleo (que está em torno de 90 dólares o barril) beneficia os acionistas da Petrobras, mas fez com que pela primeira vez o litro da gasolina passasse a custar 8 reais (em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro), o equivalente a cerca de 1,3 euros, enquanto a norma até recentemente girava em torno do euro por litro.

O que aconteceu com o acusador de Lula?

Nesse contexto, Lula parece destinado a retornar à cadeira que deixou em 1º de janeiro de 2011, antes de ser derrotado em meia-luta pelo Tangentopoli brasileiro. Mas agora as coisas mudaram. Recentemente foi definitivamente fechou o caso Triplex, pelo qual Lula foi inicialmente condenado a 12 anos de prisão (dos quais 580 dias já cumpridos), sob pena de anulação da sentença (o julgamento deveria ter começado do zero, mas entretanto o prazo prescricional já passou) porque segundo o STF não cabia que o caso fosse julgado pelo magistrado Sergio Moro, protagonista da Lava Jato brasileira e entretanto também se tornou Superministro da Justiça com Bolsonaro, que depois renunciou.

A ironia do destino quer isso agora é Moro, o grande acusador de Lula, quem está em apuros. Na verdade, o magistrado mais famoso do Brasil acabou recentemente no olho do furacão por um suposto conflito de interesses, depois que sua assinatura foi descoberta em um lucrativo contrato de consultoria (a partir de $ 24.000 líquidos por mês) com a empresa norte-americana Alvarez&Marsal, que presta serviços a algumas empresas envolvidas na Lava Jato. Além disso, o projeto político de Moro, a chamada "terceira via", não decola: candidato nas próximas eleições presidenciais a oferecer uma alternativa ao dualismo Lula-Bolsonaro com a formação centrista do Podemos, as pesquisas lhe dão apenas 8%. muito longe até de Bolsonaro e no mesmo nível de Ciro Gomes, ex-ministro de Lula e hoje líder do partido social-democrata.

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