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Vivendi negocia venda de 10% da Universal com Ackman

Antes de listar na Bolsa, prevista para setembro, a Vivendi negociou com a Spac Pershing Square Tontine a venda de 10% da gravadora, uma operação de 4 bilhões

Vivendi negocia venda de 10% da Universal com Ackman

Todo mundo gosta de música, boa música, até os velhos lobos de Wall Street, nome dado anos atrás para Bill Ackman, proprietário da Spac Pershing Square Tontine Holdings. Após os rumores publicados por Wall Street Journal, Ackman confirmou negociações em andamento com a Vivendi, gigante da mídia francesa, pela compra do 10% das ações da Universal Music Group, a gravadora que detém os catálogos de grupos históricos como Beatles e Queen e que produz e distribui as músicas de Lady Gaga, Ed Sheeran, Taylor Swift, Justin Bieber, só para citar alguns dos nomes mais conhecidos. Em dezembro passado, a Umg assumiu todo o catálogo de canções de Bob Dylan, alcançando o que foi definido o acordo musical do século. Por fim, na carteira da Universal também há 4,5% de Spotify, o serviço de streaming de música sob demanda mais usado no mundo, com 158 milhões de assinantes e 356 milhões de usuários no total.

“A Universal Music Group é uma das maiores empresas do mundo”, disse Bill Ackman, CEO da PSTH. “Liderada por Sir Lucian Grainge, tem uma das melhores equipas de gestão que alguma vez conheci”, continuou o financiador norte-americano, acrescentando que a empresa “cumpre todos os nossos critérios de aquisição e princípios de investimento, como uma empresa de música líder”. No primeiro trimestre de 2021, a Universal registrou vendas de € 1,8 bilhão (+2,2% historicamente e +9,4% a taxas de câmbio e perímetro constantes).

Se passar, aquele entre Psth e Vivendi será uma operação de 4 bilhões de dólares (aproximadamente € 3,3 bilhões), o que daria à Universal um valor empresarial de € 35 bilhões. "Ao final deste ano, depois que a Vivendi concluir a listagem planejada da UMG na Bolsa de Valores de Amsterdã, a PSTH espera distribuir ações da UMG aos seus acionistas", diz a nota, que também destaca que "ao contrário de muitas transações delle Spac, Psth e Umg não se fundirão em uma única empresa”, especifica a Pershing Square Tontine Holdings, que pretende permanecer listada em Nova York.

Recordamos que no passado mês de Fevereiro a Vivendi anunciou a distribuição aos accionistas de 60% do capital da sua subsidiária como dividendo extraordinário e lista Universal Music Group na Bolsa de Valores de Amsterdã até o final de setembro. A operação recebeu luz verde de um consórcio liderado pelo grupo tecnológico chinês Tencent, que controla 20% da Universal, depois de ter comprado a participação em duas tranches (entre março de 2020 e janeiro de 2021) que avaliaram a Universal em 30 mil milhões de euros.

O negócio entre a Vivendi e o espaço de Ackman vai além desses 30 bilhões e até supera os 33 bilhões informados em maio na documentação em vista da assembleia de acionistas da Vivendi em 22 de junho, chegando a € 35 bilhões, incluindo dívidas (cerca de 42 bilhões de dólares). Além disso, graças a essa operação, a Grazie Vivendi se veria com 7 bilhões de liquidez para investir em mídia. 

No entanto, pode não ter ficado por aqui, uma vez que, segundo indica a própria empresa francesa, a Ackman poderá também decidir comprar títulos da controladora Vivendi ou avançar para a Universal, “os fundos da Pershing Square e suas afiliadas indicaram que podem obter maior exposição econômica à UMG, comprando ações da Vivendi e/ou comprando ações da UMG depois que a Vivendi distribuir ações da UMG”, diz a nota.

Em referência ao saco, após a confirmação das negociações, em Paris a ação da Vivendi caiu 0,55%, enquanto a ação da Bollorè (que controla 27% da Vivendi) subiu 1,35%. Finalmente, no pré-mercado de Wall Street, Pershing Square Tontine perdeu 6,63%.

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