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Trump empurra o Dow e pune a nova economia: bancos sobem, serviços públicos caem

Os mercados tentam se adaptar ao novo rumo de Trump, que vai privilegiar os setores tradicionais e domésticos em detrimento do Vale do Silício e empresas mais internacionalizadas e que, ao subir as taxas, vai favorecer os bancos e as concessionárias de energia – Btp-Bund spreads até no máximo 15 meses – FCA resgatado, colapso de Safilo

Trump empurra o Dow e pune a nova economia: bancos sobem, serviços públicos caem

"Foi uma grande honra." Assim falou Donald Trump após o encontro com Barack Obama na Casa Branca. No entanto, por pelo menos três anos, apenas acusações pesadas voaram entre os dois, além do limiar da difamação. Mas, depois de uma dura campanha eleitoral, os ex-duelistas se desafiam apenas com elogios.

Uma trégua que, pelo menos nos mercados, independentemente dos protestos e marchas radicais, se mantém. E isso permite que Trump se concentre na formação de uma equipe de alto nível, que em breve poderá se fortalecer com a chegada de Jamie Dimon, número um do JP Morgan, o banqueiro americano mais poderoso e prestigiado do mundo.

Ainda assim, confirma-se a ideia de uma rápida mudança de ritmo na política fiscal americana, que o Fed terá de cumprir: basta com a política de juros baixos, que desestimula os investidores. Somente retornos adequados canalizarão o capital para a América Corporativa. Os mercados (não só os americanos) já estão se adaptando, vendendo utilitários e outros títulos que aproveitaram as taxas zero.

Em suma, Trump não perde tempo e não busca compromissos, como confirma a escolha de Myron Ebell, um dos cientistas mais céticos sobre a emergência ambiental. A nova era Trump deve favorecer empresas de setores tradicionais, atuantes sobretudo no setor doméstico; as outras, de perfil mais internacional, poderão ser penalizadas pelo novo protecionismo que está por vir.

É neste clima que Meteo Borsa se prepara para registar as notícias da terceira sessão da era Trump, no final da primeira semana após a grande reviravolta.

EMERGÊNCIAS EMERGENTES SOB FOGO, TÓQUIO AVANÇA

Tóquio subiu (+1%), enquanto as moedas e bolsas dos países emergentes sofreram, pressionadas pela perspetiva de um rápido regresso do capital aos EUA graças ao aumento das yields dos T bonds. O peso mexicano ainda cai (-7,5%), seguido pelo real brasileiro (-5%). O won coreano também está se segurando, enquanto a fixação do yuan chinês está acima de 6,8 em relação ao dólar pela primeira vez em seis anos.

EUPÓRICO FINANCE, APPLE E AMAZON SOFREM

Os caminhos dos mercados americanos se separam: o Dow Jones dispara para um novo recorde (+1,17% para 18.807,88 pontos) e o índice S&P500 sobe 0,2%. Por outro lado, o Nasdaq desacelerou (-0,81%), travado pelas perdas das ações de tecnologia, que não contam com a simpatia do novo presidente. As perdas mais massivas dizem respeito a serviços públicos e telecomunicações, com uma queda de bons 2%. A alta tecnologia sofre: Apple perde 2,8%, Amazon -3,8%.

As ações financeiras, por outro lado, avançaram: o índice do setor +3,70% (+6% nas duas últimas sessões), a maior alta desde 2008. Donald Trump prometeu revisar (ver cancelar) a lei Dodd-Frank. Comemore Wells Fargo (+7,58%) em grande recuperação após o escândalo das contas fantasmas, Bank of America (+4,40) e JP Morgan (+4,64%).

Os preços do petróleo ainda estão em baixa: Brent em 45,74 e Wti americano em 44,51 dólares, ambos em queda de 0,2%. A possibilidade de um acordo sobre cortes de produção é cada vez mais hesitante. Segundo a Agência Internacional de Energia, a oferta hoje supera a demanda em 800 barris por dia.

A queda do petróleo bruto é compensada pela expectativa de investimentos no setor, impulsionados pelo novo governo norte-americano. Assim continua o rali de Tenaris (+3,8%), o mais sensível ao mercado norte-americano. A Saipem também está em alta em Milão (+2,6%) graças a novos contratos no valor total de cerca de um bilhão de dólares na Arábia Saudita. A Eni está em baixa (-0,3%).

BTP BUND SPREAD É O MAIS ALTO EM 15 MESES

Sessão volátil para as bolsas europeias no segundo dia da era Trump. Na Piazza Affari, o índice Ftse Mib fechou uma sessão altamente volátil em paridade substancial com +0,03%, aos 16.804 pontos, depois de atingir a máxima do dia em 17.164 e a mínima de 16.707.

Os outros índices europeus foram mais fracos: Madrid marcou -1,63% sob a pressão das ações mais ligadas ao desempenho da economia mexicana, Londres -1,21%, Paris -0,28%, Frankfurt -0,15%.

A subida das yields das obrigações norte-americanas (bond T a 2,09 anos em 25%, mais XNUMX pontos base em dois dias) provocou uma forte correção no mercado da zona euro, marcada pela forte subida das yields dos índices de referência europeus em detrimento das ações italianas .

A rentabilidade dos BTPs de 10 anos sobe para 1,94%, patamar não visto há 15 meses, ante 1,74% na véspera; o Bund de 30 anos subiu mais de 3%, também o maior desde setembro de 2015. O spread Itália/Espanha atinge 46 pontos base, o mais alto desde fevereiro de 2012. O diferencial de rendimento entre Itália e Alemanha (Bund de 0,32 anos para 156% ) para XNUMX pontos base.

BLACK DAY PARA UTILIDADES: A DÍVIDA CUSTA MAIS

A evolução do custo do dinheiro refletiu-se sobretudo nos preços dos serviços públicos, marcados por fortes perdas (-3,6% o índice do setor). Em Milão, a Enel perdeu 4%. Mesma derrota para Snam, enquanto Terna deixa 4,5% no chão. Iren também sofre, com queda de 6%, apesar de os dados do trimestre terem ficado acima do esperado.

Pela mesma razão, todas as empresas expostas às tendências das taxas de juros estão indo mal: Atlantia -2,3%, Sias -3%, Enav -3,5%, EI Towers -2,8%, Rai Way -2,8%. Italgas cai para pico (-5,8%), que chegou à lista há apenas quatro dias devido ao spin-off do Snam. Erg perde 5%.

“Há sérias razões – escreve Marino Masotti de Websim – para pensar que a correção não tem mais motivos para continuar. Em 2012, quando a Snam chegou a negociar um desconto de 10% no RAB, o rendimento do BTP havia disparado para 7%, três vezes mais do que os valores atuais. As taxas reais estavam em 6,5% enquanto hoje estamos em 1”.

BANCOS SUPERSTAR, RUMO AO SUPER CUPOM AZIMUT

Compensando o efeito negativo sobre os serviços públicos, está a recuperação do setor financeiro, recompensado pela perspectiva de aumento das taxas. A recuperação do setor em Wall Street também teve repercussão imediata na Europa: as seguradoras (Stoxx no setor +2,8%) e os bancos (+2,2%) subiram. Deutsche Bank fechou em alta de 5,5%, Société Générale +3,5%.

A resposta do mercado foi boa Unicrédito trimestralmente (+2,8%). O grupo fechou os primeiros nove meses com lucro líquido de 1,76 bilhão (+14,7%). Mas o lucro líquido somente no terceiro trimestre caiu 11,8%, para US$ 447 milhões, abaixo das expectativas de consenso. Enquanto aguardava para saber o valor exato do aumento de capital, o mercado valorizou o Cet1 igual a 10,82%, subindo cerca de 50 pontos base em relação ao trimestre anterior graças também ao impacto das vendas do Pekao e do FinecoBank.

O Intesa ganhou 4,3%, o Banco Popolare +5,6%. Fechamentos em queda para Monte Paschi (-3%) e Ubi (-2,2%). Entre as seguradoras, a Generali ficou praticamente estável (+0,09%) após os resultados do terceiro trimestre ligeiramente abaixo das expectativas dos analistas. Unipol +1,1%. O cenário internacional foi mais animado: em Paris, Axa ganhou 4,2%, Allianz +2,47%.

Fly Azimute (+5,60%). No trimestre, o lucro líquido cresceu significativamente, fechando em 53,5 milhões de euros, acima do consenso dos analistas que indicava 43 milhões de euros. O CEO da empresa, Sergio Albarelli, declarou que continuará em seu compromisso de criar valor para os acionistas com o pagamento pontual do dividendo em 23 de novembro, bem como o lançamento do plano de recompra.

RECEBIDA PELA FCA, A MARCHA DE LEONARDO CONTINUA

Em linha com o que está acontecendo em Wall Street, as compras de títulos de defesa continuaram: Leonardo +4,4%. Boom da Fiat Chrysler (+7,8%). A Cnh Industrial teve bom desempenho (+4%). Forte queda de StM (-3,1%: todas as ações de tecnologia caem em Wall Street).

CORRIDAS PIQUADRO, ALÇA DE OMBRO SAFILO

Entre as ações menores, a Piquadro saltou 8,65% após o anúncio do acordo para a aquisição da The Bridge. A Safilo deixa mais de 13% no terreno nas perspectivas para os próximos anos, apesar dos bons dados do trimestre.

A Geox avançou 8,6% também graças à promoção do Kepler Cheuvreux para "comprar". O terceiro trimestre foi "abaixo do esperado", mas a administração confirmou o compromisso de corte de custos e a tendência positiva do atacado também para o primeiro semestre de 2017.

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