E há três. Pela enésima vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump demitiu seu assessor de segurança nacional via Twitter. Desta vez para cair é John Bolton, uma figura desajeitada desde seus tempos de embaixador nas Nações Unidas no governo de John W. Bush. “Não é você que me demite, sou eu que vou embora”, comenta com irritação o agora ex-assessor da Presidência.
Bolton sempre foi um dos mais ferozes defensores da guerra no Iraque e do direito americano de invadir militarmente nações nas quais homens hostis aos Estados Unidos estão no poder.
Em março de 2018, Trump havia escolhido Bolton para substituir McMaster, um general nunca apreciado pelo presidente, com o objetivo de sair do acordo nuclear iraniano e encurralam Teerã com novas sanções. No entanto, esta política até agora não alcançou os resultados desejados, conseguindo apenas aumentar a tensão no Oriente Médio, no Golfo e em rotas vitais de petróleo.
A partir daí, os desentendimentos entre o número um da Casa Branca e seu assessor de segurança se multiplicaram. Bolton teria gostado de um presidente mais intervencionista na Venezuela e mais duro com a Rússia. foi contra oencontro com o ditador norte-coreano Kim Jong-un. O último desastre foi o encontro secreto com o Talibã para negociar uma paz no Afeganistão que Trump acreditava que poderia alcançar e Bolton não.
O resto foi feito pela personalidade do agora ex-Assessor de Segurança, que alienou a maioria dos outros membros da administração Trump, a começar pelo Secretário de Estado, Mike Pompeo.
Mas foi o próprio presidente que colidiu com Bolton, que considera fundamental a lealdade de seus colaboradores e viu no secretário de Segurança uma figura muito pesado e independente, pronta para discutir com ele em reuniões na Casa Branca e para criticá-lo (ainda que veladamente) na imprensa.
O quarto conselheiro de segurança da era Trump agora é vice interino de Bolton, Carlos Kupperman. Mas podemos apostar que o presidente não demorará a escolher o quinto.
