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Estagflação: para Fugnoli é um “monstro imaginário”

Os mercados temem um retorno às condições que caracterizaram os anos XNUMX, mas, segundo o estrategista da Kairós, são temores infundados: eis por que

Estagflação: para Fugnoli é um “monstro imaginário”

Estagflaçãoquem era ela? O termo, cunhado no final dos anos XNUMX, indica a presença simultânea de estagnação e inflação no mesmo mercado. O tema voltou à moda a ponto de estar no topo das preocupações dos investidores, que temem a volta daquela condição particular dos anos XNUMX. Mas de onde vêm esses medos?

Em primeiro lugar, apesar das muitas garantias recebidas nos últimos meses de bancos centrais de todo o mundo, a inflação parece cada vez menos “transitória”. E esse crescimento dos preços (não só da energia) vem acompanhado de uma crescimento global menos impetuoso do que o esperado no início de 2021. E a situação pode piorar ainda mais, já que não faltam riscos de queda.

Os pontos mais fracos do sistema estão do lado da oferta: os itens no topo da lista incluem as dificuldades no transporte internacional e a escassez de semicondutores, que desencadeiam um efeito dominó em diversos setores da indústria. Mas o problema mais alarmante diz respeito energia, onde existem fortes tensões nos preços dos combustíveis fósseis tradicionais.

Outros fatores de risco são compostos por políticas monetária e fiscal – que em todo o mundo estão prestes a se tornar menos expansivos do que nos últimos anos – e o desconhecido da China, que no último ano viu o PIB desacelerar significativamente (uma desaceleração que não pode ser explicada apenas pela crise no setor imobiliário causado por Evergrande).

Todos esses motivos de ansiedade puseram fim ao ciclo altista das bolsas, dando lugar não a um pessimismo real, mas a uma espécie de perplexidade generalizada. No entanto, de acordo com Stefano Fugnoli, estrategista da Kairos, tudo isso corre o risco de “nos fazer esquecer alguns elementos importantes e inquestionavelmente positivos”.

Na última edição de seu coluna de análise "No quarto andar", Fugnoli aponta que a pandemia parece estar enfraquecendo, pelo menos nos países desenvolvidos, e que até a variante Delte, apesar das muitas preocupações levantadas nos últimos meses, parece estar sob controle.

Além disso, “existe no mundo uma forte reserva de demanda de investimento públicos e privados na capacidade de produção – continua o estrategista da Kairós – sem falar nos estoques, próximos ao seu limite mínimo”.

Por essas razões, segundo Fugnoli, "um componente do conceito de estagflação, estagnação, marcada pela ausência”. Quanto à outra componente, a inflação, "uma parte diminuirá devido à destruição da procura e um provável aumento da oferta, enquanto outra parte se manterá e também se verá pelo lado positivo, o da procura animada de matérias-primas, bens e serviços tangíveis”.

Também porque no futuro o fator mais importante a considerar não será a inflação, mas crescimento: “Se houver crescimento, como esperamos – conclui Fugnoli – a inflação será bem tolerada pelas bolsas”.

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