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Talvez o fator casa, mas Londres 2012 é um recorde para a Grã-Bretanha: nunca tantas medalhas!

Quando faltam 24 horas para a conclusão da 30ª edição dos Jogos Olímpicos de Verão, para a Grã-Bretanha já é um recorde de medalhas: na casa das 60 medalhas, com 26 ouros, a nação anfitriã nem chega a tanto longe das superpotências EUA e China – Aqui estão todas as façanhas e curiosidades para recordar da terceira Olimpíada de Londres.

Talvez o fator casa, mas Londres 2012 é um recorde para a Grã-Bretanha: nunca tantas medalhas!

E, no final, as previsões otimistas de uma grande Olimpíada pelos atletas britânicos se mostraram acertadas: de fato, a menos de dois dias do fim das competições, A Grã-Bretanha já cruzou a linha de chegada com 59 medalhas, conquistando 26 ouros, resultado nunca alcançado desde os primeiros Jogos de Londres de 1908, no entanto, quando havia apenas 22 nações presentes e os contos da época falam de regras e favores, todos dirigidos aos atletas da casa. Assim, excluindo aquela longínqua edição, o recorde anterior era o de há quatro anos em Pequim com 47 medalhas, já mais 17 do que em Atenas, números superados pelo grande sucesso destas duas semanas, que trouxeram a Union Jack firmemente em terceiro lugar no quadro de medalhas, atrás dos EUA e da China (que, como era de esperar, correram em separado), também para deleite do casal real William e Kate, muitas vezes visto nas bancadas a seguir as várias disciplinas entregando-se a aplausos desenfreados, mas também para justificar os cerca de 320 milhões de euros gastos nos últimos anos por tudo relacionado à preparação de seus atletas.

E pensar que a aventura da expedição britânica certamente não começou da melhor forma, sem ouro e apenas três medalhas conquistadas nos primeiros quatro dias, fato que já havia levado até o tabloide inglês The Sun a implorar aos atletas ao escrever em seu site: "Queremos uma medalha de ouro, em qualquer esporte e o quanto antes, por favor". Além disso, o boca a boca começou a se espalhar sobre uma possível maldição de Tutan Cameron, ou ainda o facto de a presença do primeiro-ministro David Cameron nas bancadas ter trazido azar aos atletas britânicos, até mesmo aos favoritos, sobretudo depois das desilusões e insucessos de Tom Daley e do seu parceiro no salto sincronizado e de Mark Cavendish na prova de ciclismo de estrada , referindo-se à sua presença também na última final de Wimbledon, perdida por Murray contra Federer. Mas, felizmente para os torcedores britânicos, só vieram satisfação e grandes atuações a partir de então.

A primeira medalha de ouro veio com o remo feminino, graças à dupla sem Heather Stanning – Helen Glover, que pôs fim à espera espasmódica da imprensa e dos fãs após 5 dias e 12 horas de paixão (alguns sites em inglês também cronometraram os minutos e segundos), no mesmo dia Bradley Wiggins também obteve sucesso no contra-relógio do ciclismo, prova dominada pelo vencedor do último Tour de France e que também viu o terceiro lugar do outro britânico Froome.

Estava certo com o ciclismo, mas na pista, que a Grã-Bretanha conquistou um punhado de medalhas, levando para casa 7 ouros em 10 em disputa, além de uma prata e um bronze (quatro anos atrás em Pequim as medalhas de ouro eram sempre 7, mas os pódios chegavam a 12), estabelecendo três recordes mundiais. Num velódromo que registou um enorme sucesso de público ao longo da semana de provas, no último dia também foi possível homenagear o herói da casa (e porta-estandarte na cerimónia de inauguração) Chris Hoy, que com sua vitória em keirin acrescentou mais uma pérola a uma carreira lendária. O ciclista escocês, a quem a Rainha conferiu o título de Sir em 2009, com 6 ouros olímpicos, dois conquistados nesta edição, ultrapassou o outro baronete Steve Redgrave (5 ouros e um bronze), o remador que na estreia foi o penúltimo portador da tocha, tornando-se o esportista britânico de maior sucesso nas Olimpíadas. A equivalente feminina de Chris Hoy nesses Jogos deveria ter sido Victoria Pendleton (2 ouros olímpicos, 9 títulos mundiais e 26 títulos nacionais), mas sua rivalidade de décadas com a australiana Meares a enganou no sprint, sua última corrida de sua carreira, onde ela teve de se contentar com a prata, fechando esta aventura com "só" ouro em keirin. No entanto, Laura Trott, de XNUMX anos, já assumiu seu bastão, conquistando duas medalhas de ouro em três dias (omnium e perseguição por equipes), tornando-se a nova estrela do velódromo.

No esplendor das vitórias britânicas nestes julgamentos a serem notadas dois episódios que causaram algumas controvérsias. A primeira referente ao rodas das bicicletas dos atletas da casa, definidas como especiais, se não manipuladas, pela federação francesa de ciclismo, desconfiado dos muitos décimos de segundo ganhos pelos britânicos e do fato de que eles imediatamente os colocaram nas tampas das rodas assim que terminaram de usá-los. Uma discussão que arriscou tanto a virar um caso diplomático que o primeiro-ministro inglês David Cameron interveio convidando os franceses a se portarem com mais dignidade aceitando a derrota, até porque todas as bicicletas de todos os atletas, não apenas dos britânicos, estavam equipadas com tubulares produzidos pela uma casa francesa. A outra polêmica dizia respeito à prova vencida pela equipe britânica no sprint masculino em uma final tensa contra a França, que deu o ouro a Chris Hoy, Jason Kenny (garoto considerado o novo fenômeno das pistas em sua terra natal) e Philip Hindes. A questão girava em torno de uma queda deste último na primeira fase de qualificação, um erro cometido de propósito, como o próprio Hindes admitiu mais tarde com franqueza. O ciclista explicou que caiu de propósito para tirar partido de uma lacuna do regulamento, nomeadamente que em caso de acidente nas primeiras fases da prova, a equipa envolvida pode reiniciar a prova, e como a Grã-Bretanha não largou muito rápido, Hindes decidiu usar esse truque de acordo com os camaradas. Não é exatamente o auge do fair play, mas os juízes deixaram o time da casa se safar.

Duas medalhas que alegraram particularmente os britânicos foram os obtidos por Andy Murray no tênis e por Zara Phillips na competição equestre por equipes. Já o tenista escocês conseguiu vingar a derrota no último Wimbledon na final contra Federer, conquistando a medalha de ouro no torneio de simples batendo claramente o campeão suíço, que chegou no último ato talvez cansado da batalha épica em a semifinal com o argentino Del Potro. Para Murray, mesmo que não possa ser considerado um slam, tratava-se de quebrar o feitiço de nunca ter vencido um grande torneio, de ter conquistado um ouro que a Grã-Bretanha vinha perdendo há 104 anos, mas sobretudo por ter vencido nas quadras de Wimbledon depois que o último britânico havia sido Fred Perry em 1936. A Murray, que, apesar de ter admitido várias vezes que não gosta dos britânicos e da Inglaterra, quando joga nessas quadras tratada como a ídola da casa, por pouco ficou de fora da dobradinha, tendo perdido a final de duplas mistas com o compatriota Robson para Mirny-Azarenka, da Bielorrússia, mas ainda assim trouxe para casa mais uma medalha (prata), enquanto a aventura nas duplas masculinas com seu irmão menos famoso, Jamie, terminou imediatamente.

Para a neta de XNUMX anos da rainha Elizabeth, Zara Phillips, no entanto, foi um verdadeiro conto de fadas, com a prata no concurso completo de equipes equestres o que a tornou a primeira expoente real a conquistar uma medalha olímpica, enquanto a primeira a participar de uma edição dos Jogos havia sido sua mãe Anna. Os três primos William, Kate e Harry também vieram torcer nas arquibancadas pelo cavaleiro da casa Windsor, assim como mais de cinquenta mil torcedores. Poucos dias depois, também chegou a medalha de ouro para a equitação britânica, desta vez na prova de adestramento.

Outra façanha que fez os torcedores de todo o Canal exultarem e emocionarem foi a do velejador Ben Ainslie, capaz, na última prova da sua grande carreira, de conquistar o quarto ouro consecutivo na classe Finn, alcançando mitos como “companheiro Dane Elvstrom, lançador de disco Al Oerter e Carl Lewis. Aos quatro ouros, porém, o inglês consegue somar uma prata conquistada em 1996, que o torna o velejador mais medalhado de todos os tempos.

Iniciadas as competições das modalidades de atletismo, então, outras medalhas chegaram para a equipe britânica, mas com certeza a noite mágica foi a de 4 de agosto, quando três medalhas de ouro chegaram em poucas horas. Os arquitetos deste grande empreendimento foram sexy Jessica Ennis no heptatlo, completo com um recorde mundial nos 100 metros, Greg Rutherford no salto em distância e Mo Farah nos 10000m. Esses três sucessos também foram retratados como símbolos da multietnia britânica, com uma mulher negra (Ennis), um homem branco (Rutherford) e um africano (Mo Farah) levando oitenta mil pessoas sob a mesma bandeira em êxtase. Em particular, a história pessoal de Farah é marcante: nascido na Somália, escapou da guerra civil quando era criança com seu pai e irmãos, depois de um começo difícil no novo país, ele se tornou um dos britânicos mais queridos e populares atletas, símbolo de união e integração entre povos e religiões.

Outra boa história para contar foi a do Os irmãos Brownlee, Alistair e Jonny, de 24 e 22 anos, terminaram respectivamente em primeiro e terceiro no final das três provas de triatlo (natação, ciclismo, corrida). Os dois meninos, que em seus pensamentos na véspera gostariam de cruzar a linha de chegada de mãos dadas (algo que o comitê olímpico proibiu a priori), chegaram com trinta segundos de diferença, divididos pelo espanhol Javier Gomez. A imagem que mais vai ficar marcada é a de Alistair (o vencedor) que, dominado pelo cansaço das três provas, deitado espera Jonny logo após a chegada, que, ao chegar à meta, é abraçado pelo seu filho mais velho irmão, mas também exausto desmaia e tem que ser levado ao hospital para um check-up, felizmente sem consequências.

Nesta edição triunfal para os atletas da Union Jack, o primeiro ouro na história dos Jogos para o boxe feminino, concedido a Nicole Adams, a primeira medalha (bronze) conquistada na história por ginastas e também um sensacional bis no C2 da canoagem slalom.

Até agora, as últimas medalhas (mas provavelmente o saque ainda não terminou) que foram aumentar a coleção de medalhas britânicas são as duas que ainda chegaram esta manhã da canoa masculina (uma de ouro e uma de bronze) e as quatro conquistadas na sexta-feira: uma prata na dupla masculina de vela, dois bronzes, um no taekwondo e um no boxe, além do bronze obtido pela seleção feminina de hóquei em campo. Estes últimos, além dos colegas homens que hoje disputam o terceiro lugar contra a Austrália, são os únicos que têm dado alegria aos torcedores da casa nos torneios de esportes coletivos: de fato, tanto no vôlei masculino quanto no feminino, basquete e pólo aquático foi um verdadeiro banho de sangue, com pancadas uma atrás da outra e últimos lugares nas várias eliminatórias tristemente ocupadas por quase todas estas equipas britânicas. Nos dois torneios de futebol, as coisas correram um pouco melhor, mas em todo o caso ambas as equipas não conseguiram passar dos quartos-de-final, com a equipa masculina em particular a nunca convencer, empenhada sobretudo em silenciar as polémicas decorrentes da recusa de Welsh Giggs e Bellamy para cantar o hino, além de toda a conversa sobre as ausências dos dois ídolos da casa David Beckham e Gareth Bale.

Voltando à primeira semana em destaque das provas de natação, mesmo aí houve mais desilusões do que sorrisos, com o grupo britânico esmagado pela força excessiva dos nadadores americanos e chineses e com a campeã inglesa Rebecca Adlington que não conseguiu concretizar as esperanças da véspera.

No final deste balanço dos triunfos e derrotas destas duas semanas, um véu de tristeza desce com a notícia da morte de Conrad Readman, um senhor inglês de 49 anos apaixonado por todos os esportes, que ficou famoso por ter tirado duas semanas de folga e comprado ingressos para todos os dias das competições londrinas, apelidado para este “Superfã Olímpico”. Todos os dias acompanhava os seus amados atletas de todas as especialidades com extraordinária perseverança e paixão, mas, infelizmente, enquanto estava no Velódromo a assistir às façanhas dos vários Hoys e Pendletons, sofreu um enfarte e para este infeliz adepto não havia não era nada para fazer. O que é certo, porém, é que ele já havia conquistado sua medalha especial…

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