O novo altar em ônix branco é composto por duas lajes de mármore que sustentam uma multidão de cabeças masculinas e femininas, rostos pagãos e cristãos que nos lembram personagens do imaginário clássico mas também relíquias e emblemas do sagrado.
O Ambone, a segunda obra, ao contrário, apresenta-se com formas essenciais particularmente simples; um paralelepípedo feito de pedra labradorita, escolhido por seus reflexos metálicos, azuis, dourados e por sua luz interior.
"O púlpito da Basílica de Santa Maria Assunta em Gallarate - declara Claudio Parmiggiani -, em sua forma, ele depende apenas de sua função absoluta. Mensageiro da Palavra. Nenhuma imagem, apenas o Verbo como luz divina, apenas o esplendor da matéria, apenas a luz como Verbo divino. Luz sugerida por súbitos flashes de ouro e azul que animam e animam a superfície do púlpito. A Palavra está dentro da matéria”.
O conjunto é completado pelo novo piso do presbitério, feito de ônix claro que insere o espaço arquitetônico da igreja entre o Altar e o Ambone, ampliando sua coerência arquitetônica.
Se o objetivo era criar um vínculo entre a pesquisa espiritual e a pesquisa artística, devemos dizer que o resultado foi alcançado, mesmo que resta saber qual das duas pesquisas levou a melhor.
Sem dúvida a linguagem artística utilizada nos parece altamente comunicativa e incisiva, enquanto a sagrada é um pouco mais distante e muito mais complexa de interpretar pelo mal-estar espiritual que consegue provocar.
Notas biográficas do artista
Cláudio Parmiggiani (Luzzara 1945) é uma das principais figuras artísticas italianas e internacionais do pós-guerra. Sua poética se posiciona contra a fragmentação atual e busca a criação de uma obra atemporal. Suas obras são apresentadas com um forte caráter contemplativo e espiritual.
Ele possui inúmeras exposições individuais em todo o mundo: Tóquio, Londres, Veneza, Nova York, Paris, Innsbruck, Marselha, Viena, Roma, Berlim, Milão, Barcelona, Maastricht, Boston, Frankfurt, Zurique, Bruxelas.
