Quem, hoje em dia, teria a ideia de tentar questionar-se em torno de uma palavra elogiada e escarnecida, como aquela que o antigo léxico tem em
comum com o contemporâneo, encontrar-se-ia falando de dignidade com um espírito incerto e talvez duvidoso, em vez de fazer um trabalho ocioso. No entanto, é
precisamente a sua modernidade sempre renovada, tão imensa que se torna
uma moda quase quotidiana do discurso corrente, acrescida das contínuas proclamações contidas em quase todas as leis europeias, para nos obrigar a refazer o seu longo percurso expressivo. Procuremos, então, nestas páginas, descrever as formas de uso do termo e sua fenomenologia com espírito crítico, ampliando a análise um tanto cética das diferentes concepções da palavra. “Daquele debate tentarei extrair algumas noções, e espero talvez o seu percurso histórico, filosófico e epistemológico, limitando-me à consideração da honrabilidade da vida humana e, portanto, omitindo outros significados que digam respeito a coisas, ou atividades, ou instituições ; ou animais, território, paisagem, natureza enfim, senão num breve raciocínio no final.”
O significado do termo 'dignidade' é incerto ou talvez muito extenso. Muitas vezes assumiu o sentido genérico de vida humana honrada. Todas as constituições modernas se referem a seu valor, mas seu abuso na linguagem cotidiana o transformou em um clichê banal.
Cosme Marco Mazzoni, jurista, lecionou e realizou pesquisas em várias universidades italianas, especialmente em Siena, e no exterior, especialmente na França e nos Estados Unidos. Ele foi Humboldt-Stipendiat na Universidade de Tübingen. Nos últimos anos tem lidado com aspectos jurídicos relacionados com biotecnologias e bioética. Além de livros e ensaios do repertório tradicional de civil law, ele escreveu ou editou os volumes: A legal norm for bioethics, (1998), trad. inglês A Legal Framework for Bioethics (1998), A European framework for bioethics (1998), Ethics and Law in Biological Research (2002), Por um estatuto do corpo (2008), Psyche or the shape of the body (2013), A pessoa física (2016), O dom é o drama (2016).
Ambiente jurídico. Vol 1 livro
