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New York Times, assinaturas diminuem: "Culpa de Trump"

Ganhos do New York Times continuam a crescer apesar da crise econômica global, mas as assinaturas crescem mais lentamente do que o esperado – jornais falam sobre o “efeito Trump”

New York Times, assinaturas diminuem: "Culpa de Trump"

Continue o chuva trimestral nos mercados internacionais que hoje, entre outras coisas, está pressionando as Bolsas de Valores (FTSE Mib +1,7% impulsionado por Stellantis e CNH, só para dar um exemplo próximo). Entre as empresas que divulgaram suas contas hoje, está a Empresa do New York Times, cujos resultados durante anos serviram como um teste decisivo para a publicação mundial e que desta vez mostra muitas luzes, mas também algumas sombras profundas.

O New York Times encerrou o primeiro trimestre com ganhos de 54% para 68 milhões de euros e receitas iguais a 473 milhões (+6,6%). Mas o que faz os investidores torcerem o nariz são os dados relativos ao assinaturas: cresceu sim, mas muito pouco. O jornal americano tem um total de 7,8 milhões de assinantes nas versões impressa e digital, sendo 6,9 milhões para notícias online e aplicativos e jogos de culinária. Nos primeiros três meses, as assinaturas online cresceram 301 unidades, o pior aumento desde o terceiro trimestre de 2019.

O que causou essa desaceleração? De acordo com o NYT, o valor deve ser cobrado no final doefeito trunfo. A saída do ex-presidente dos EUA e a chegada à Casa Branca de Joe Biden puseram fim à temporada de turbulência presidencial que o New York Times acompanhou com inúmeros artigos, investigações (a mais famosa é a da declaração de impostos de Trump) e verificação contínua de fatos que nos últimos anos atraíram a atenção de milhões de leitores, levando-os a se inscrever para se manterem informados. Com o fim da era Trump, os EUA caminham para uma "normalização política” o que parece prejudicar as contas do jornal. Também pode ter contribuído para o resultado a expulsão de Trump das principais redes sociais. Entre outras coisas, apenas hoje o Facebook decidiu confirmar a suspensão do perfil do ex-inquilino da Casa Branca quatro meses após o ataque ao Capitólio. 

Voltando ao NYT, a empresa sublinhou que, apesar do abrandamento registado no trimestre que acaba de terminar, a concretização do 10 milhões de assinantes até 2025 não está em disputa. 

Avançando com os dados, as assinaturas on-line e a publicidade digital combinadas aumentaram 32%, para US$ 239 milhões, enquanto a impressão continua seu declínio inexorável, correspondendo a uma tendência visível em todos os jornais internacionais. Pela primeira vez, a empresa também divulgou a número de leitores (usuários registrados que podem ler 8 artigos por mês gratuitamente), igual a 100 milhões. As vendas de assinaturas aumentaram 15%, para 329 milhões, com as assinaturas digitais subindo 38%, para 179,6 milhões. 

A receita de publicidade caiu 8,5%, para US$ 97 milhões, apesar do aumento da publicidade digital, que atingiu US$ 59,5 milhões. Os custos operacionais subiram pouco mais de 1% no ano passado para US$ 421,4 milhões, com a empresa gastando menos com viagens e eventos, devido à pandemia, mas aumentou o número de pessoas contratadas.

Para o trimestre atual, o The New York Times espera que as receitas de assinaturas aumentem 15% ano a ano, com as receitas de assinantes digitais crescendo cerca de 30%.

Na Nasdaq, após a publicação do trimestral, a manchete do New York Times caiu 4,77%, em contraste com o desempenho do índice hi-tech que hoje ganhou 0,1%.

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