comparatilhe

Merkel: "Fechamento da união fiscal". Ontem Draghi e Sarkozy soaram o alarme

A chanceler fala perante o Bundestag – “Vai demorar anos a resolver a crise da dívida europeia” – Mas mostra-se mais confiante do que Sarkozy – Bolsas europeias ganham, Piazza Affari na liderança – Enquanto isso, o spread Btp-Bund diminui – Guarguaglini sai da Finmeccanica, Orsi sobe e Alessandro Pansa entra no conselho de administração – Os casos da Fondiaria, Unipol e TI Media

Merkel: "Fechamento da união fiscal". Ontem Draghi e Sarkozy soaram o alarme

Pela manhã, como esperado, Angela Merkel falou em frente ao Bundestag. Ele enfatizou que resolver a crise da dívida soberana europeia "pode ​​levar anos". Mas lembrou também que a união fiscal está próxima, “está na ordem do dia”. Ela se mostrou mais positiva do que Sarkozy ontem. Os mercados de ações estão reagindo bem às suas palavras. Por volta das 10h, a Piazza Affari ganhava mais de 2%.

A tempestade não acabou. Na verdade, parece mais ameaçador do que nunca. É o sentido dediscurso de Mário Draghi ao Parlamento Europeu, mas também o grito de alarme de Nicolas Sarkozy (“a UE corre o risco de ser varrida”). Mas a política luta para "encontrar credibilidade", como pede o presidente do BCE. Uma boa ocasião pode ser o discurso que Angela Merkel fará hoje no Bundestag ilustrando a estratégia que a Alemanha terá na próxima cúpula de chefes de estado. Mas, segundo as previsões, o chanceler repetirá a linha de sempre.     

Enquanto isso, na Itália, Mario Monti se prepara para o batismo de fogo. Domingo de manhã, véspera da apresentação das medidas anticrise, o primeiro-ministro vai reunir-se com os parceiros sociais que, esquecidos das suas boas intenções, prometem batalha: mais um teste para verificar a credibilidade de políticos e técnicos.

OXIGÊNIO PARA BTPs. A sequência positiva da Bolsa de Milão parou e após cinco sessões consecutivas de alta o índice Ftse Mib fechou em baixa de 0,16%, aos 15244 pontos. Para Londres a queda é de 0,25% e para Paris de 0,77%. Mas a situação na frente da dívida soberana está melhorando: o rendimento dos BTPs de 10 anos cai 37 pontos base para 6,61%, enquanto o diferencial Itália-Alemanha diminui para 444 pontos base, o menor desde o início de novembro.

Mesmo Wall Street perdeu força após os leões de quarta-feira, apesar dos bons dados sobre a indústria manufatureira: o índice Dow Jones caiu 0,19%, o Standard & Poor's 500 caiu 0,21%. Especialmente os títulos do setor financeiro estão sofrendo. Entre as razões para a desaceleração das tabelas de preços americanas, destaca-se a notícia de que o estado de Massachusetts decidiu processar alguns dos principais bancos americanos por seu comportamento, julgado ilegal, em relação a despejos por hipotecas não pagas. Na mira do governo de Boston estão o Bank of America e o JP Morgan.

MOVIMENTOS LATERAIS, TENDÊNCIA REFLEXIVA. Após o rali, os mercados estão frios diante de boas notícias macro (ver dados dos EUA) ou vindas de títulos do governo. Além disso, poucos vão querer enfrentar o fim de semana com vagas abertas: a situação político-financeira é muito fluida para alimentar a confiança.  

GOLDMAN: WALL STREET RUMO AO CRESCIMENTO ZERO. O estrategista do Goldman Sachs, David Kostin, não dá esperança: no final de 2012, o índice S&P estará em 1.250, mais ou menos nos mesmos níveis atuais (1244 ontem). A economia dos EUA, raciocina-se, continua em fase depressiva, o aumento dos lucros das empresas servirá apenas para evitar um colapso. 
O euro está sendo negociado em relação ao dólar a 1,347, de 1,343 ontem à noite e após uma aposta curta acima de 1,35.

Pier Francesco Guarguaglini, envolvido na investigação de compras da enav, deixa o cargo de presidente da Finmeccanica que é assumida, com as respetivas competências, pelo atual administrador-delegado, Giuseppe Orsi. O cargo de presidente soma-se ao de administrador-delegado exercido desde 4 de maio. Alessandro Pansa, que mantém o cargo de gerente geral, passa a fazer parte do conselho. É com uma solução inteiramente interna ao grupo que se escreve a palavra para encerrar um dos capítulos mais atormentados da história da holding aeroespacial e de defesa. Mas a última polêmica sobre a liquidação do gestor continua: 4 milhões líquidos. A Finmeccanica registrou ontem uma alta de 2,7% na Bolsa após um início de queda.

Franquear é bom para as políticas. A Fondiaria Sai fechou ontem com alta de 9,3%. Como resultado da liberação de ágio sobre ativos, a margem de solvência aumentou 5,3 pontos percentuais. Em meados de novembro, a empresa disse que havia estabelecido a meta de atingir uma margem de solvência de 120% "no menor tempo possível", ante 111% no final de setembro. 

Bom aumento para a Unipol +2,9%: a empresa Coop também iniciou a liberação do ágio registrado nas demonstrações financeiras de 2010 por um valor igual a € 1,54 bilhão, o desembolso imediato é igual a aproximadamente € 247 milhões e a economia fiscal esperada é de aproximadamente € 430 milhões. O impacto na margem de solvência é de 8 pontos percentuais.

Contraste os bancos: Ubi -1,8%, Pop. Emilia -2,2%, Unicredit -0,4%, Monte Paschi +1,7%, Banca Popolare di Milano +1,8%.

A Eni ganhou 0,2%, a Tenaris perdeu 1,4%, a Saipem 2,5%. Mercado começa a avaliar a hipótese de embargo ao petróleo iraniano.

A Telecom Italia perdeu 0,3%, enquanto a subsidiária Telecom Italia Media continuou (+9,8%): Tarak Ben Ammar negou querer lançar uma oferta pública de aquisição da empresa de mídia, mas suas negativas não diminuíram as especulações.

Luxottica +1%, a aquisição do brasileiro Grupo Tecnol. Nos termos do acordo, o valor total é de aproximadamente 110 milhões de euros.

Comente