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A Itália passa no teste dos leilões de BTP, mas continua sob escrutínio dos mercados. Milão esta manhã

Draghi: "O BCE não pode resolver todos os problemas" - Schaeuble evoca o fantasma da Grécia, mas um relatório do Crédit Suisse tranquiliza: "A situação italiana não é tão ruim quanto parece" - Uma lufada de ar fresco no leilão BTP e Milan neste manhã começa a subir – os bancos levantam a cabeça na bolsa – Vinke pede o divórcio da ENI da Saipem

A Itália passa no teste dos leilões de BTP, mas continua sob escrutínio dos mercados. Milão esta manhã

Mario Draghi foi claro: “O mandato do BCE só vai até certo ponto. Existem limites claros para o que a política monetária pode e deve fazer. Em particular: “Não podemos consertar finanças públicas instáveis. Não podemos reestruturar bancos com problemas”. Não podemos resolver os profundos problemas estruturais das economias europeias. A partilha de uma moeda comum só é sustentável se cada país assumir as suas próprias responsabilidades” Em suma, a Itália não pensa que o pára-quedas do BCE possa ser válido indefinidamente. 

As palavras de Draghi à Academia Católica da Baviera ecoam as preocupações de Wolfgang Schaueble, que não hesita em evocar o precedente estabelecido pela Grécia sobre os possíveis efeitos da crise italiana sobre o euro. Pelo menos por enquanto, no entanto, os mercados estão confiando no Bel Paese porque, como um relatório do Crédit Suisse publicado nas manchetes desta manhã, "a situação não é tão ruim quanto parece". E assim o Tesouro colocou 6,5 bilhões de Btp nesta manhã sem problemas, obtendo rendimentos ligeiramente inferiores aos do mercado secundário, ainda que superiores aos leilões anteriores. 

AS LISTAS 

A Piazza Affari recuperou pouco menos da metade da perda ruinosa do dia anterior, com aumentos espalhados por toda a lista de preços. O índice milanês FtseMib subiu 1,7%, mais do que as outras bolsas europeias. Londres +0,8% e Frankfurt +1%. Paris subiu 1,9%. O principal dado do dia é o leilão Btp. O Tesouro colocou esta manhã todos os 4 mil milhões de obrigações a 10 anos esperadas a um rendimento de 4,83%, inferior aos 4,88% registados esta manhã no mercado secundário. O leilão anterior, no final de janeiro, havia registrado um rendimento de 4,17%. A melhora do BTP continuou durante a sessão e o mercado fechou com o yield em 4,78% e o spread em 333, queda de 9 pontos base em relação a ontem.

O leilão de 2,5 bilhões de BTPs de 5 anos também transcorreu relativamente bem, com boa demanda que limitou a alta do yield a 3,59%. Em termos de taxas de câmbio, o euro foi para 1,3103 dólares (1,305 ontem) e 120,04 ienes, enquanto o dólar-iene é igual a 91,6. O petróleo é negociado a 92,79 dólares o barril, alta de 0,17%.

RECUPERAÇÃO DA ECONOMIA, RECUPERAÇÃO EM WALL STREET

Boa subida da bolsa americana no final da sessão, com o índice Dow Jones a subir 1,26%, S&P500 a +1,27%. O Nasdaq avançou 1,04%. A economia americana dá sinais de recuperação: os economistas têm apreciado a aceleração do mercado imobiliário que em janeiro registou um crescimento de 4,5% (face ao mês anterior) nas vendas de habitação em curso, contra expectativas de +1,9%. Os dados das encomendas de bens duráveis, que subiram 1,9% (excluindo o setor de transportes) ante projeções de +0,2%, também foram positivos.

O impulso de +2,30% de Tóquio foi muito mais robusto. A compra é sustentada pela confirmação de que o novo governador do Banco do Japão será Haruhiko Kuroda, ex-presidente do banco asiático, que é favorável a uma política de estímulo monetário à economia. Hong Kong também subiu fortemente + 1.50%. Nota curiosa: Bloomberg, ao comentar a recuperação das cotações dos títulos australianos, um dos poucos triple A entre os títulos do governo após o rebaixamento do Reino Unido, manchete assim: "O efeito Berlusconi arrasta os títulos". 

DENTRO DO LOCAL DE NEGÓCIOS 

As ações dos bancos subiram de cabeça, com exceção do Mediobanca (-1,98%), na sequência das contas do primeiro semestre divulgadas na véspera. Os MPs também caíram (-1,8%), enquanto o mercado se pergunta se o resultado eleitoral terá impacto na instituição sienense que ainda não recebeu os chamados títulos Monti. Em algumas ações (Intesa, Mediolanum e Banco Popolare), a Consob impôs a proibição de vender a descoberto. No final da sessão o Unicredit marca +1,8% a par do Intesa. Banco Populare +0,6%. Generali subiu 2,5%, Mediolanum +1,7%. Unipol - 0,8%. A Eni ganhou 2,1%. 

Eric Knight, principal acionista ativista do cachorro de seis patas, retorna ao cargo. Após a batalha, que ele venceu, sobre Snam, Vinke agora está pedindo o divórcio de ENI de Saipem. O caminho principal não é a venda ou aumento de capital, mas a transferência pró-quota para os atuais acionistas da Eni, o que deixaria o CDP com uma participação de cerca de 13% da empresa, talvez para se casar mais tarde com um dos grandes nomes da do setor, Schlumberger ou Halliburton. Terna subiu 1,8% após a promoção para comprar o Ubs. 

Entre as ações industriais, Fiat subiu 2,2%, Finmeccanica +1%. StM positivo +4,1%, Prysmian +4% e Tenaris +2,8%. A lista de aumentos continua com: Autogrill +2,4%, Diasorin +1,6%, Tod's +1,6%. Rcs +5,1% também é destaque. Telecom Itália + 0,9%. As decisões sobre o destino do La 7 foram adiadas para o conselho de administração da Telecom Italia Media em 4 de março “porque – lê um comunicado de imprensa – a definição de alguns aspectos contratuais ainda está sendo finalizada”. 

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