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A inteligência artificial desafia a arte: exposições e eventos no MAXXI

O Museu de Arte Contemporânea de Roma acolhe uma exposição e uma série de eventos que visam investigar a relação do homem com a tecnologia, a relação com o digital, o estado da arte entre tradição e inovação. A exposição estará patente até 24 de fevereiro de 2019 e será acompanhada por vários eventos. Visita gratuita dia 18 de novembro

A inteligência artificial desafia a arte: exposições e eventos no MAXXI

O que acontece quando a inteligência artificial encontra a arte? É preciso fixar um ponto no espaço que delimite as fronteiras entre o analógico e o digital? O debate sobre a evolução da ciência entendida como recurso ou ameaça ao homem ainda está em curso. É por isso que o Museu MAXXI de Roma também decidiu seguir este setor da arte com uma exposição e uma série de eventos.

Partimos de uma questão que nasce precisamente da forma como a arte se foi estruturando ao longo dos séculos: primeiro foram as pinturas murais, depois o carvão, as aguarelas, as têmperas e as tintas a óleo. Depois houve Warhol, Pollock, Dalì e a experimentação na arte aprendeu a acompanhar a evolução da sociedade e as descobertas científicas. Hoje existem robôs, máquinas, computadores e a pesquisa artística deixou-se penetrar pela pesquisa tecnológica. Será possível continuar falando de arte como ela sempre foi entendida ou uma forma de expressão totalmente nova está sendo criada agora que é filtrada pelo digital?

A exibição -  Low Form. Imaginários e Visões na Era da Inteligência Artificial, aberto até 24 de fevereiro de 2019 – é uma viagem imersiva, multimédia e multissensorial que inspirou 16 artistas internacionais a apresentar um presente e um futuro cuja representação é filha do inconsciente tecnológico e de uma imaginação dilatada, entre sonhos gerados por computador, algoritmos criativos e avatares que questionam o sentido da existência.

Os artistas envolvidos são: Zach Blas & Jemima Wyman, Carola Bonfili, Ian Cheng, Cécile B. Evans, Pakui Hardware, Jamian Juliano-Villani, Nathaniel Mellors & Erkka Nissinen, Trevor Paglen, Agnieszka Polska, Jon Rafman, Lorenzo Senni, Avery K Singer, Cheyney Thompson, Luca Trevisani, Anna Uddenberg, Emilio Vavarella.

À margem da exposição, foi publicada uma pesquisa sobre o novo surrealismo do século XXI que explica o trabalho dos artistas envolvidos que expressam uma realidade gerada e transformada pela tecnologia. A da Low Form não é apenas uma exposição que pretende ser um espaço expositivo para confrontar as intuições dos artistas, mas uma laboratório de estudo, comparação e reflexão em torno do tema mais amplo da relação do homem com a tecnologia e dos possíveis cenários que podem surgir em um futuro próximo ou distante, uma possibilidade de se deixar invadir pela dúvida de que a corrida frenética do indivíduo ao delírio de onipotência deve encontrar um freio ou simplesmente aprender a gerencie o progresso não demonizando-o.

A exposição será acompanhada por uma série de eventos, como o de quarta-feira, 14 de novembro, intitulado A consciência da arte. A mente importa que foi o segundo encontro promovido pelo museu e pela SPI - Sociedade Psicanalítica Italiana, que a partir dos temas do programa expositivo, apresentou um momento de confronto entre psicanálise e arte em torno das grandes emergências da sociedade contemporânea. A primeira reunião data do passado dia 4 de Outubro com o título Do trauma ao perdão, enquanto a final da série será realizada no dia 14 de maio e terá como título Crise de identidade e a busca por um centro.

“Temos que começar a pensar em um novo papel do Antitruste para o século 15 que trate da centralização do poder no mundo digital”, disse o estudioso Luciano Floridi durante o evento na quinta-feira, XNUMX de novembro Transformação Humana Digital. Desenhando um projeto humano para o século XXI.

Outro encontro que pretende refletir sobre a relação entre o homem e a máquina em paralelo com a exposição Low Form e no contexto da projeto de fitas de arte – programa de exibição em colaboração com a In between Art Film – consiste numa seleção de vídeos dos mais interessantes artistas contemporâneos que analisam o estado da arte na era da informação e do progresso digital, investigando as implicações socioculturais do nosso presente. Os vídeos da revista com curadoria de Eleonora Farina, realizados maioritariamente digitalmente e com recurso a imagens geradas por computador (CGI), cruzam referências culturais diferentes e transversais, numa contaminação entre disciplinas que restaura a variedade e a hibridez da cultura globalizada.

O próximo novembro 18 partindo da análise do edifício que abriga o MAXXI e projetado pelo arquiteto anglo-iraquiana Zaha Hadid será possível visitar a exposição gratuitamente e deixar-se envolver pela discussão sobre temas e questões relacionadas à nossa relação com a tecnologia e os incríveis cenários abertos por sua evolução.

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