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Livros: acionada a lei de redução de descontos (também online)

A partir de 25 de março nas livrarias, lojas online e grandes varejistas, o desconto máximo ordinário passa de 15% para 5% - Enquanto isso, as editoras fazem as contas: o impacto do coronavírus no setor será devastador

Livros: acionada a lei de redução de descontos (também online)

Hoje, quarta-feira, 25 de abril, entra em vigor a nova lei do livro, que reduz para 5% o desconto máximo aplicável de vendedores (mesmo online). A única exceção é para publicações educacionais, cujo teto permanece em 15%. Nos pontos de venda, podem ser organizadas promoções uma vez por ano com o antigo limite de 15% de desconto. Já nas promoções organizadas diretamente pelos editores, o desconto máximo cai de 25 para 20%.

A lei havia sido aprovada de forma definitiva e unânime pelo Senado no início de fevereiro. Do ponto de vista dos cidadãos, é inegável que o momento da entrada em vigor não é o melhor: com a propagação da pandemia de coronavírus e a obrigação de ficar em casa, nas últimas semanas milhões de italianos são (quase) obrigados a cultivar o prazer da leitura para passar o tempo. Claro, muitos se contentam com livros não lidos espalhados em estantes e mesinhas de cabeceira, já que as estantes são fechado por decreto e o comércio online – embora crescente – ainda não atinge todos os segmentos da população.

Por outro lado, a nova lei do livro foi pensada para proteger um patrimônio querido não só por milhares de leitores, mas também por diversas comunidades. Vamos falar sobre livrarias independentes, ou seja, aqueles não afiliados aos gigantes da distribuição editorial em grande escala, como Feltrinelli ou Mondadori. Justamente essas pequenas realidades – que em algumas cidades ou distritos metropolitanos também são pontos de agregação social – não resistiram à concorrência dos gigantes (capazes de propor políticas de preços particularmente agressivas) e acabaram falindo, falindo. A lei que hoje entrou em vigor visa precisamente interromper esta dinâmica, para salvar da falência as (poucas) livrarias independentes que conseguiram resistir até agora.  

Entre outras medidas, a nova lei também introduz um Plano de Ação Nacional para a promoção da leitura, através de um Fundo com uma dotação de 4.350.000 euros anuais a partir de 2020. Chega também o cartão eletrónico de 100 euros para famílias desfavorecidas e nasce o registo de livrarias de qualidade.

No entanto, todas estas medidas não serão suficientes para compensar o efeito do coronavírus, que já começa a se fazer sentir em toda a indústria editorial. Segundo o Observatório da Associação Italiana de Editores (IEA), o impacto da emergência do Covid-19 em 2020 será devastador: 18.600 títulos a menos publicados em um ano, 39,3 milhões de cópias não impressas e 2.500 títulos não traduzidos.

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