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O euro nas mãos de Draghi: hoje o Diretório do BCE

Em plena campanha eleitoral alemã, o ministro Schaeuble pressiona Draghi a voltar à política monetária "normal", mas o presidente do BCE terá de impedir que o mercado dê como certa a redução do QE em outubro sem favorecer um novo fortalecimento do o euro - Os cenários que abrem a demissão de Fischer do Fed - Acordo sobre a dívida nos EUA

Os mísseis de Kim, por enquanto, permanecem no solo. O furacão Irma já superou os efeitos do Harvey em termos de intensidade e força destrutiva. Mas hoje o foco está nos bancos centrais, tendo em vista um outono muito quente. A relação entre os bancos centrais e a política já não era tão delicada há algum tempo.

É o caso do Banco Central Europeu, instado pelo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, "a regressar a uma política monetária normal" na véspera da direcção de hoje. Talvez seja apenas retórica pré-eleitoral, mas certamente a tarefa de Mario Draghi não está sendo facilitada, que hoje terá que mostrar suas habilidades de trapezista para evitar que o mercado dê como certa a redução do Qe em outubro, sem com isso favorecer um maior fortalecimento da moeda única.

É o caso do Fed, que ontem teve de registrar duas novidades: a renúncia de seu número dois, Stanley Fischer, conhecido falcão da política monetária, que decidiu fazer as malas nove meses antes do prazo natural. Oficialmente "por motivos pessoais", mas em carta a Donald Trump, Fischer reitera: "Tornamos o sistema financeiro mais forte, mais resiliente e mais capaz de fornecer crédito tão importante para a prosperidade das famílias e empresas do nosso país". reformas que o Presidente quer desmantelar.

Além disso, a decisão de Donald Trump de aceitar a oferta dos democratas (definida como "catastrófica" pelo líder republicano no Congresso Paul Ryan) de fundir ajuda às vítimas de furacões e a prorrogação por três meses do teto da dívida federal. Nenhum detalhe: o novo prazo, 15 de dezembro, cai 48 horas após a última reunião do conselho do Fed em 2017, aquela que deve sancionar a terceira alta de juros do ano.

O banco central terá vontade de tomar tal decisão diante de um possível default? Que autonomia terá o Fed, agora sem 4 cargos vagos mais Janet Yellen expirando em fevereiro? Segundo o Wall Street Journal, o próximo presidente do Fed não será Gary Cohn, que perdeu as boas graças do presidente devido às duras críticas à atitude de Trump após Charlottesville.

A MOEDA ÚNICA ALÉM DE 1,19 À ESPERA DO BCE. CARROS CHINESES VOAM PARA HONG KONG

A força do euro é confirmada esta manhã, subindo para 1,1925 em relação ao dólar algumas horas depois da diretoria do BCE. Entre as moedas em destaque está o dólar canadense, cotado a 1,1230 contra a moeda norte-americana, a maior cotação desde junho de 2013. O Banco Central na terça-feira elevou as taxas de surpresa.

Bolsas de valores asiáticas positivas graças ao aumento dos estoques de energia. Sal de Tóquio, +0,8%. Em Hong Kong (+0,5%) a estrela da Geely brilha: o grupo automotivo, que também controla a Volvo, subiu 4,4% após anunciar um aumento de 90% nas vendas em agosto. O coreano Kospi também recuperou (+1%) enquanto esperava pelas próximas jogadas de Kim. Um novo lançamento de míssil pode ocorrer no fim de semana.

PETRÓLEO APOIA WALL STREET, SAIPEM AINDA BOMBANDO NO LOCAL DE NEGÓCIOS

O acordo entre Donald Trump e os democratas sobre o adiamento do vencimento da dívida federal e a recuperação dos estoques de petróleo permitiu que Wall Street fechasse a sessão com leve alta. O índice Dow Jones sobe 0,25%, S&P 500 +0,31% para 2,465,54 pontos (apenas 15 pb do recorde histórico). NASDAQ +0,28%.

A economia dos EUA continuou a expandir entre “modesto” e “moderado” entre julho e agosto. Isso foi confirmado pelo Federal Reserve em seu Livro Bege, o relatório publicado a cada seis semanas sobre o estado de saúde da economia dos EUA. O texto refere que as despesas de consumo “cresceram na generalidade dos distritos no comércio e no turismo, mas os resultados foram mistos no que diz respeito à venda de automóveis”. 

O setor energético apresenta forte recuperação (+1,6%): Brent a 54 dólares, Wti a 49,1 dólares. A melhora nas margens de refino e a reabertura de fábricas na costa do Golfo do México elevaram os preços das empresas. Exxon e Texaco registram ganhos de cerca de 2%.

Boa subida dos preços do petróleo também na Piazza Affari: Eni +0,6%, Tenaris +0,9%. Saipem acelera (+2,8%), entre os protagonistas dos encontros com a comunidade financeira em Nova Iorque promovidos pela Barclays CEO Energy Power Conference. Dos encontros ficou claro que a maioria dos dirigentes das empresas que participaram da conferência apontaram perspectivas positivas para o setor.

A saída antecipada de Stanley Fischer, ferrenho defensor das regras bancárias, não desagrada aos grandes nomes do setor financeiro: Goldman Sachs +0,45%, Bank of America +0,5%, JP Morgan +0,8%.

FRANKFURT LIDERA BOLSAS EUROPEIAS, MILÃO +0,3%

Sessão positiva para as principais bolsas europeias na véspera do anúncio de hoje das taxas do BCE. A Piazza Affari agia como uma lebre pela manhã, enquanto as outras listas mostravam-se vermelhas. No final, o índice Ftse Mib avançou 0,35%, para 21.823 pontos. Paris também avança (+0,29%) enquanto Madrid (-0,48%) está no vermelho: o clima esquenta com o temido referendo sobre a independência da Catalunha, julgado ilegal pelo governo central. A melhor tabela de preços, pelo segundo dia consecutivo, é de Frankfurt (+0,75%). Fora da Zona do Euro, Zurique caiu 0,11%.

UE EM LONDRES: NÃO TOQUE NO PARMESÃO E NO CHAMPANHE

Londres (-0,25%) está em terreno negativo. A Grã-Bretanha está planejando medidas para limitar a imigração da União Europeia antes do Brexit. Os planos do governo, revelados por um documento confidencial na posse do Guardian, prevêem autorizações de trabalho de 3 a 5 anos para os cidadãos europeus mais qualificados. Para outros trabalhadores, o documento fala em vez de um limite de dois anos para reduzir "o número de cidadãos da UE autorizados a viajar para o Reino Unido".

A UE pediu formalmente a Londres que garanta a proteção dos produtos típicos, em particular o champanhe, o parmesão e o queijo Beaufort.

Após os últimos dados do Istat, o Ministério da Economia vê o PIB acelerando para +1,4/1,5% em 2017 e 2018. Segundo fontes governamentais familiarizadas com a situação, o desconto de meio ponto percentual solicitado na primavera passada na Europa foi de fato "adquirido" e, portanto, espera-se que o endividamento líquido suba no próximo ano de 1,2 esperado no Def para 1,7/1,8% do PIB.

BTP EM BAIXO, HOJE O "ROLO" DOS TÍTULOS. GRANDES OFERTAS DA FRANÇA

No secundário italiano, na pendência do BCE, o sinal menos dominou decisivamente: o spread Btp/Bund dos títulos de dez anos subiu para 168 pontos base. Juntamente com taxas e 'orientação futura', a nomeação de hoje em Frankfurt também será uma oportunidade para aprender sobre a atualização trimestral das estimativas do corpo técnico do BCE sobre crescimento e inflação no período de três anos 2017/2019.

Qualquer revisão para baixo das projeções de preços devido à força da taxa de câmbio pode resultar em um adiamento do cronograma para o fim do programa de compra de Qe, que no papel se encerra no final do ano. O substancial calendário de ofertas também pede prudência e ajuste de posições, que prevê até 14,25 bilhões de novos títulos franceses e alemães de médio longo prazo disponíveis para investidores amanhã de manhã.

A oferta francesa é particularmente pesada e concentrada no trecho extralongo: entre 8 e 9 bilhões de Aveia aos dez, 19, 24 e 43 anos. Para completar o quadro, o detalhe técnico do 'roll' (ou rotação) nos futuros de Bund e Btp de dez anos esperados para hoje por volta do meio da sessão.

CAR GP NAS LISTAS: POLE POSITION FCA E DAIMLER

Na Europa, os ganhos voltaram a concentrar-se no setor Automóvel (+1,8% do índice Stoxx) sob o impulso da Daimler, em alta de 3,1%, impulsionada pela Goldman Sachs, que elevou o rating para Comprar e dos outros grandes nomes do Reno: Volkswagen +2,1% e BMW +2%.

Ao contrário do dia anterior, o rali envolveu a Fiat Chrysler: +4,2% para 13,84 euros, um novo recorde histórico graças à promoção do Barclays para Overweight de Equal Weight, preço-alvo de 13 para 18 euros. “Apreciamos tanto as opções estratégicas quanto o histórico operacional da Fiat Chrysler – explicaram os analistas – a única com real dinâmica de ganhos e repleta de catalisadores em termos de opções estratégicas no setor”. Boas notícias também do mercado brasileiro. Com mais dois dias úteis e a retomada do consumo, a produção de automóveis cresceu 15,4% em agosto e as vendas 17,2% em relação a julho. As estimativas são da associação nacional de produtores.

Ferrari +0,05% fechando em 97,75 euros após estabelecer mais um recorde histórico em 99,20 euros na sessão. Onze dos dezanove analistas ainda recomendam a compra da ação (+78% desde o início do ano) com um objetivo médio de 105 euros. Ontem, porém, a Ferrari recebeu duas vozes discordantes. A SocGen reiterou o julgamento da Sell com um preço-alvo de 80 euros. Bernstein confirmou o rating Underperform e a meta de 77,30 euros. 

TESTES DE PAZ COM VIVENDI: FLY MEDIASET

A recuperação da Mediaset continua: +2,7%, acima dos 3 euros, após dez quedas consecutivas. As ações da controladora da Fininvest foram motivadas por rumores de que a Vivendi poderia oferecer à Alfa Romeo um papel na joint venture no setor de mídia entre a Tim e o Canal+, movimento que levaria ao aporte da Premium, TV por assinatura do grupo Mediaset, dentro a nova sociedade. Já a Telecom Italia continua em baixa (-0,3%).

BANCOS, AUMENTAM A CARIGA

Depois de um começo tranquilo, os bancos se recuperaram. Unicredit +0,1% fechou com leve recuperação, Intesa mais fraco e Banco Bpm, ambos -0,1%. Por outro lado, a Carige fortaleceu-se, ganhando 5,2% na sequência da proposta do primeiro acionista Malacalza de realizar o aumento de capital exclusivamente com direitos de opção. Quedas contidas também para as seguradoras: Generali cai 0,3%, Unipol -0,4%.

BAQUE DA UNIEURO, AS CONTAS DÃO ISAGRO DE CARGA

A Caltagirone Editore está a abrandar: -5,17% para 1,30 euros, ainda acima do preço (1 euro) previsto no leilão. O CEO Albino Majore vendeu 15.000 títulos no mercado ao preço agregado de 1,4882 euros (num intervalo entre 1,45 e 1,52 euros).

A Unieuro também caiu fortemente (-5,58% para 16,25 euros) após a colocação pela Italian Electronics Holdings, accionista de referência, de 17,5% do capital a investidores institucionais ao preço de 16 euros por acção, no mínimo do intervalo de preços.

Já a Isagro se destaca entre as melhores ações, +5,5% após as contas.

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