comparatilhe

A Bolsa ignora a crise política, mas até quando?

Bancos e petróleo seguram a Piazza Affari que hoje, no entanto, terá que lidar com o pânico gerado pelo rascunho do programa de governo anti-UE de Lega e Cinque Stelle – O dólar sobe e os títulos dos EUA esmagam as bolsas – Argentina paga a prestação da dívida - Os TLCs estão a sofrer: a Vodafone paga depois do colapso da Colao e da Ilíada (-19%)

A Bolsa ignora a crise política, mas até quando?

A economia dos EUA está crescendo novamente, mas depois da Europa, o Japão também está desacelerando. A conjuntura económica reflecte-se no dólar e na evolução dos títulos do tesouro norte-americanos, enquanto reabrem as apostas na subida das taxas norte-americanas. As tensões sobre o petróleo após o banho de sangue que continua acompanhando a abertura da Embaixada dos EUA em Jerusalém contribuem para agitar o clima. O mercado dá como certo as sanções dos EUA contra o Irã, enquanto a Europa, liderada pela França, tenta evitar uma ruptura definitiva. A paz na Coreia do Norte é muito menos óbvia após o endurecimento de Kim diante das manobras militares americanas junto com Seul. E mais uma vez um acordo sobre tarifas entre Washington e Pequim parece muito distante: o vice-primeiro-ministro Liu He está nos EUA para negociações que prometem ser muito complicadas.

JAPÃO INTERROMPE O CRESCIMENTO

Não faltam, portanto, motivos para o nervosismo dos mercados. A Bolsa Japonesa está fraca após a confirmação de que a longa fase positiva da economia foi interrompida. O PIB da Terra do Sol Nascente registrou queda de 0,6% no primeiro trimestre, muito acima do previsto (-0,1%). Além disso, o valor do quarto trimestre de 2017 foi revisado para baixo, de +1,6% para +0,6%. O iene caiu em relação ao dólar para o nível mais baixo dos últimos quatro meses, em 110,3.

A Bolsa de Valores de Seul ficou estável, enquanto a moeda da Coreia do Sul, o won, enfraqueceu em relação ao dólar para 1.077. A Bolsa de Valores de Hong Kong perde 0,8% e as listagens chinesas também estão em baixa.

A cruz euro-dólar caiu esta manhã para 1,185, perto dos mínimos do ano. A forte alta do dólar derrubou o ouro, que ontem registrou sua pior sessão do último ano e meio: -1,7% a 1.290 dólares a onça. Esta manhã nos mercados asiáticos, o metal precioso subiu para 1.293 dólares.

A ECONOMIA DOS EUA ACELERA: O ANO DE 3,065 PARA XNUMX%

O mercado de títulos dos EUA está em grande turbulência: o rendimento dos títulos do Tesouro de dez anos atingiu 3,065%, o maior desde o início de 2011. O rendimento de dois anos sobe para 2,56%, seu nível mais alto desde 2008. Vendas no Japão soberanos estão em alta: o de 0,048 anos caiu para 0,64%. Forte pressão também sobre os Bunds alemães. Os dez anos de Berlim são negociados a XNUMX%, a maior alta desde março.

As vendas de títulos, cujo rendimento se move em sentido contrário ao preço, também afetaram Wall Street: o Dow Jones fechou em queda de 0,78%, após oito dias consecutivos de ganhos. S&P 500 -0,68%. NASDAQ -0,81%.

A pressão de alta nas taxas do mercado americano está parcialmente ligada à aceleração da economia real: as vendas no varejo de abril cresceram em linha com as expectativas em 0,3%, mas os dados do mês foram revisados ​​para cima anteriormente. O dado antecipado referente ao índice do setor manufatureiro (Empire Manufacturing) de maio ficou bem acima do esperado, com resultado de alta de 20,1 pontos ante estimativa de 15 pontos.

PETRÓLEO VAI NO MAIS ALTO, SAIPEM +2,4%

O petróleo movimentou pouco esta manhã, mas continua em patamar muito elevado, a 78,4 dólares o barril na versão Brent depois de ter ultrapassado a barreira dos 79 dólares. O diferencial entre o petróleo do Mar do Norte (Brent) e o petróleo de referência dos Estados Unidos (WTI) aumenta para +7,3 dólares o barril, o mais alto dos últimos três anos.

Na Piazza Affari, entre as melhores ações estão as petrolíferas Saipem, que sobem 2,4%, e Eni +0,5%, dentro de um setor europeu de petróleo e gás que está em alta de cerca de um ponto percentual. Tenaris +0,46%

SALVAR ARGENTINA: PODE PAGAR A DÍVIDA

O peso argentino se recuperou em relação ao dólar para 24,05 de 24,98 no dia anterior, com a notícia de que o estado conseguiu concluir o leilão de títulos de um mês a cinco meses: graças aos 620 bilhões de pesos arrecadados, a Argentina pode pagar as dívidas vencidas hoje.

O EURO FRACO SALVA A EUROPA. MILÃO +0,3%

As bolsas europeias movimentaram-se pouco, arrefecidas pelos dados vindos da Alemanha: +1,6% contra uma previsão de +1,8% da primeira estimativa do PIB do trimestre. Apoiar as listas foi o declínio do euro, ontem em uma baixa de quatro meses

Uma alta de 0,31%, para 24.297 pontos, foi suficiente para o Milan conquistar a palma da mão com maior aumento. Os volumes estão crescendo, negociados em 2,85 bilhões.

TLC SOFRE: VODAFONE -4,3%, ILIAD -19%

Frankfurt está estável na Zona Euro, Madrid perde 0,5%, Paris ganha 0,23%. Forte queda da Ilíada (-19%) após a queda das receitas na fixa. A companhia telefónica prepara-se para aterrar em Itália "no final do verão". Objetivo? Ponto de equilíbrio na Itália em termos de margem operacional bruta (Ebitda) com participação de mercado inferior a 10%.

Londres +0,13% apesar do crash da Vodafone (-4,26%) após o inesperado renúncia de Vittorio Colao.

FMI: EUROPA TEM MEDO DE REFORMAS

Na Europa, o crescimento econômico é robusto, sobretudo graças à demanda interna, mas os governos não estão explorando essa situação o suficiente para reduzir a dívida e implementar reformas. Isto foi afirmado pelo Fundo Monetário Internacional na edição de primavera do relatório "Perspectivas Econômicas Regionais para a Europa".

O Fundo estima que o crescimento nas economias europeias avançadas, especialmente na zona do euro, desacelere para 2,3% este ano, ante 2,4% em 2017, antes de desacelerar ainda mais para 2% em 2019, em uma previsão também compartilhada pela Comissão Europeia.

Um dia movimentado para o mercado de dívida da zona euro, na sequência da subida da yield dos títulos do Tesouro norte-americano, novamente acima dos 3%, no máximo há três anos e meio. A perspectiva do impacto no petróleo bruto das sanções dos EUA contra o Irã pesa muito.

SPREAD PARA 131. JÁ 3,723 BILHÕES PARA BTP ITÁLIA

Ao final do pregão, o BTP de dez anos fechou em 1,91%, de máxima de 1,95%. O spread com o Bund fechou em 131 pontos base.

As declarações de Villeroy de Galhau contribuíram para movimentar o mercado da zona euro. O governador do Banque de France argumentou que o BCE poderia atualizar sua orientação de taxa à medida que o fim do QE se aproxima.

Enquanto isso, a incerteza política italiana aumenta, mas o cenário não impede a aprovação do BTP Itália: ontem as assinaturas do título com vencimento em maio de 2026 subiram para 3,723 bilhões, graças a 1,417 bilhão de pedidos que se somaram aos 2,306 bilhões de segunda-feira. A colocação junto ao público encerra hoje, amanhã haverá a oferta reservada a investidores institucionais.

CENTRO DE NEGÓCIOS VIAJA COM PNEUS PIRELLI

O desempenho positivo da Piazza Affari se deve em grande parte à recepção positiva dos dados da Pirelli (+4,34%), a melhor blue chip do dia, que assim eliminou a perda desde o início de 2018. O grupo fecha o primeiro trimestre de 2018 com receitas a crescer 5,7% (orgânicas) para 1,31 mil milhões de euros, com um decréscimo de 2,2% após o impacto das taxas de câmbio. O crescimento orgânico da receita deve ser 9% superior (+4% incluindo taxas de câmbio e aplicação da nova norma contábil IFRS 15), ligeiramente abaixo das estimativas anteriores devido à decisão de reduzir a exposição ao segmento Standard. Por outro lado, confirmou-se a expectativa de crescimento em Alto Valor, setor no qual a empresa anuncia foco há algum tempo.

Entre os industriais, a alta de St diminuiu durante o dia: +0,2% após atingir alta de mais de dois pontos percentuais na onda de indicações vindas do Investor day em Londres. Prismiano +0,1%.

Fiat-Chrysler -0,4%. Complicações à frente das negociações com as autoridades ambientais dos Estados Unidos, no decorrer de um processo contra a empresa, foi revelado que a empresa não havia informado corretamente os investidores sobre o tema das emissões dos motores a diesel.

COMMERZBANK DÁ O IMPULSO AOS BANCOS

O setor bancário também se destacou, em linha com o resto da Europa (+0,3% do Eurostoxx) impulsionado pelo Commerzbank (+3%) que prometeu voltar a distribuir o dividendo em 2018.

O índice italiano avançou 0,6% devido ao aumento das taxas de mercado e aos dados positivos sobre empréstimos e empréstimos vencidos publicados pela ABI. As subidas mais pronunciadas dizem respeito à Ubi (+1,7%) e ao Banco Bpm (+1,3%) que até ao final do ano deverão expulsar, através de garantias do Estado, 8,5 mil milhões de euros de crédito malparado, incluindo, cinco mil milhões de euros até junho. O Bper Banca também subiu (+1%). Os grandes nomes também foram positivos: Unicredit +0,3%, Intesa +1%.

Banca Mediolanum -1%. O Ministério Público de Roma abriu uma investigação sobre uma decisão de 2016 do Conselho de Estado que permitiu à Fininvest não vender uma participação de 20%, conforme prescrito pelo Banco da Itália, após a perda dos requisitos de integridade de Silvio Berlusconi, que também recuperou plenos direitos políticos nos últimos dias.

A gestão é positiva. Azimut (+1,3%), Banca Generali +0,7% rebotes. O banco Fineco está ditando o ritmo (-0,1%).

UNIPOLSAI NO FIM DA CESTA. DESAPARECE LIGRESTI

As seguradoras estão fracas: Generali -0,1%. Fechando a cesta principal está a Unipol Sai -1,9% no dia do desaparecimento de Salvator Ligresti.

No final do mês, as ações da empresa sairão do índice MSCI Europe, no qual Pirelli e Moncler entrarão (estáveis).

PRADA SOB FOGO, LUXO SOFRE

Queda à moda de Salvatore Ferragamo (-0,3%). Pesa a forte queda da Prada (-5%) em Hong Kong: a ação foi atingida pela venda do Citigroup.

Ferragamo -0,3%. Em Hong Kong, a Prada perdeu 5% após a venda do Citigroup. A ação perde mais 2,8% esta manhã

TRIMESTRALMENTE: ERG DIMINUI (-3,5%)

No restante da lista, o dia foi dominado por uma chuva de relatórios trimestrais.

Technogym (-2%) pressionada pela realização de lucros, apesar do crescimento de receita acima do esperado.

Esprinet -3%: a dívida cresce. Ima -0,5%, Saras +0,2% reage pouco aos resultados trimestrais.

Erg recua (-3,5%). Resultados do trimestre. EBITDA ajustado de 162 milhões, em linha com as projeções. Dívida em 1,23 bilhão. Metas para 2018 confirmadas: Ebitda nos 475 milhões de euros.

Estaleiros +1%. Encomendado pelo navio de luxo extra Silversea Cruises no valor de mais de 320 milhões de euros.

Grupo Giglio (+1,3%), fechou o primeiro trimestre de 2018 com EBITDA normalizado de 3,1 milhões de euros, +32% face ao primeiro trimestre de 2017.

A Cerved (-0,1%) concluiu a compra da plataforma de recuperação de crédito malparado, denominada “Juliet”, à Monte Paschi.

A Isagro (-1%) divulgou os resultados em 31 de março de 2018. Faturamento de 42,2 milhões de euros, queda de 5 milhões em relação ao ano anterior. Ebitda de 4,5 milhões de euros, uma redução anual de 2,9 milhões.

Comente