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Bolsa ganha 10,5% em 2019, mas atenção à manobra bis

A Piazza Affari está entre as melhores bolsas europeias em 2019 e está no topo desde outubro mas será preciso perceber como vai reagir à chegada da manobra corretiva orçamental – em março, porém, o BCE poderá impulsionar os mercados com nova liquidez - Banks, Tim e Juve brilham

Bolsa ganha 10,5% em 2019, mas atenção à manobra bis

As bolsas chinesas estão prontas para celebrar o acordo entre Pequim e Washington, ainda que as negociações tenham acabado de ser retomadas com a chegada aos EUA de Liu He, braço direito de Xi Jing Ping. O índice Csi 300 de Xangai marca ponto esta manhã, mas continua em seus máximos: desde o início de janeiro o ganho é de 16% e contagia os demais mercados asiáticos, de Hong Kong a Tóquio, que se adapta ao clima expansivo promovido por todos bancos centrais.

JAPÃO TAMBÉM PREPARA NOVA LIQUIDEZ

Esta manhã, o governador do Banco do Japão, respondendo a uma questão parlamentar, disse que o instituto está disposto a usar qualquer instrumento, incluindo a injecção de nova liquidez, para impedir a valorização do iene face ao dólar. A moeda japonesa caiu para 110,49 desde os picos do fim de semana (111,13).

A moeda norte-americana movimentou-se pouco face ao euro (1,129). Cruz Euro-Libra em 0,875, +0,1%.

Na ausência de Wall Street, paralisada pelas festas de fim de ano, a alta continuou nos mercados do Leste e Emergentes, amparada na perspectiva de um acordo tarifário e ainda mais na aposta em uma política monetária mais expansiva dos EUA.

O ouro também participa da festa, tendo saltado para os patamares mais altos (1.327 dólares a onça) enquanto aguardava as intervenções dos bancos centrais. E o petróleo também se mantém em valores sustentados: 66,10 dólares o barril para o Brent, próximo das máximas de meados de novembro. Os valores de energia se beneficiam disso. Eni +0,6%: SocGen, Kepler e Berenberg elevaram sua meta confirmando a classificação de compra. Saipem +1,5%, para novos máximos desde novembro. O Banca Akros confirmou a compra com uma meta de 6,4 euros.

HONDA DEIXA O REINO UNIDO, CINCO ESTRELAS PRO SALVINI

Neste quadro, a Europa acaba por representar a zona de maior risco. Os mercados mantêm-se, apoiados na expectativa da ação do BCE, mas as situações de risco multiplicam-se. O risco das possíveis consequências de um Brexit difícil está crescendo, sublinhado pela decisão da Honda de fechar a fábrica no Reino Unido. Agora é dado como certo que Donald Trump, uma vez encerrada a disputa com Pequim, lançará sua ofensiva contra os carros europeus, iniciando uma batalha por tarifas que, ensina a experiência chinesa, corre o risco de prejudicar seriamente as tabelas de preços.

Itália, como antecipou o subsecretário Giancarlo Giorgetti, está iniciando uma manobra corretiva (estamos falando de 9 bilhões) já considerados antes mesmo do veredicto da Fitch. Na frente política o não das 5 estrelas no julgamento de Matteo Salvini salve o governo por enquanto, mas a votação (ainda mais pouco confiável) na plataforma de Rousseau revela a divisão do Movimento sobre o assunto.

LOCAL DE NEGÓCIOS +0,58%, O MAIS ALTO DESDE OUTUBRO

Mas as nuvens não estragaram a calma estável das bolsas europeias, no máximo desde o início de novembro, graças sobretudo ao empurrão do Milan, que se confirma como a lista mais brilhante. O índice FtseMib (+0,58%) atingiu novas máximas desde meados de outubro em 20.348 pontos durante o dia, ampliando a evolução da semana passada, a melhor em 22 meses (+4,5%). Desde o início do ano +10,50%.

Paris (+0,3%) e Madrid (+0,35%) também sobem; flat Frankfurt, o mais exposto à retaliação dos EUA sobre as importações de automóveis. O Bundesbank disse que o crescimento alemão provavelmente permanecerá fraco pelo menos no primeiro semestre de 2019, devido ao impacto no investimento da deterioração do quadro macroeconômico.

Londres perde (-0,26%), enquanto o Brexit também dilacera o Partido Trabalhista, com sete deputados anunciando adeus ao apoio de Jeremy Corbyn ao processo de saída da União Europeia. A Honda anunciou que fechará sua fábrica em Swindon, a única fábrica da montadora japonesa na UE que produz o modelo Honda Civic. Honda é o último em ordem cronológica a deixar o Reino Unido. Como a Panasonic e a Sony concordaram em mudar as operações para Amsterdã, a Nissan anunciou planos de cancelar os planos de fabricar SUVs em Sunderland, apesar das garantias do governo do Reino Unido.

De regresso a Itália, o subsecretário da presidência do conselho da Lega, Giancarlo Giorgetti, disse que o Governo vai verificar "nos próximos meses" se é necessária uma manobra correctiva para cumprir as metas de défice e dívida acordadas com a Comissão Europeia.

PRAET: SOBRE A OUTRA DECISÃO NO INÍCIO DE MARÇO

Os mercados estão focados nas confirmações de que novos empréstimos do BCE estão a caminho. Depois do anúncio de Benoit Coeuré e das palavras de outros banqueiros centrais europeus, ontem foi a vez de Peter Praet. O economista-chefe do BCE, que em breve será substituído pelo irlandês Philip Lane, disse que o banco central fará uma avaliação das condições de crédito em sua reunião do conselho de março, quando novas estimativas trimestrais sobre crescimento e inflação serão apresentadas.

Neste contexto, o mercado secundário registou uma sessão positiva mas com volumes modestos devido à ausência de investidores norte-americanos.

O SPREAD BAIXOU PARA 266. UM NOVO ANO DE XNUMX ESTÁ CHEGANDO

De 268 pontos base no início, o spread entre BTPs e Bunds no segmento de dez anos caiu para 266. O yield de dez anos caiu para 2,77%.

A França aproveitou a situação favorável da demanda, anunciando em meados da sessão a emissão de um novo benchmark em maio de 2050, ou seja, um prazo 'longo' de trinta anos, a ser colocado por meio de um sindicato bancário.

Mesmo líquida desta operação, a semana foi bastante movimentada: o gabinete de research da Unicredit calcula uma oferta bruta para a zona euro entre 20 e 23,5 mil milhões, contra títulos a vencer de 16 mil milhões de papel alemão, bem como 500 milhões de cupões da Áustria, Alemanha e Irlanda.

ATÉ CHIPRE VOLTA AOS MERCADOS

Chipre também está se movendo, anunciando uma emissão com prazo de 15 anos.
Sexta-feira à noite com o mercado fechado, com o press release sobre os leilões de médio e longo prazo no final do mês, o Tesouro deve anunciar, segundo a Reuters, um novo BTP de dez anos, em linha com o plano de emissões trimestrais.
Também na sexta-feira, porém, será comunicada a atualização do rating da Itália pela Fitch (hoje BBB).

A atitude do BCE também está na origem do rali na Piazza Affari no setor bancário, que subiu 1,71%. Desde o início do ano, o aumento é de 10% contra +7% do índice europeu. Além do efeito do novo refinanciamento do empréstimo, também beneficia a superação geral dos parâmetros mínimos de capital (rácio CET1 SREP) exigidos pelo Banco Central Europeu dos bancos italianos no último teste em meados de fevereiro.

BANCOS ITALIANOS EM RALLY: +10% DESDE O INÍCIO DO ANO

A melhor ação foi Ubi Banca (+3,9%). O Instituto lançou uma obrigação coberta vencimento em 25 de setembro de 2025 por 500 milhões de euros. Os pedidos ultrapassaram 2,7 bilhões.

A Unicredit também esteve bem (+3,15%): a Goldman Sachs aumentou o seu target para 18,20 euros (Buy).

Intesa São Paulo +0,88%. Em contraste, o Bper perdeu 0,4%. Na semana passada, o instituto anunciou a compra do Unipol Banca e a participação da Fundação Banco di Sardegna no instituto sardo de mesmo nome. FinecoBank +1,5%, marca novos máximos desde outubro.

AS COMPRAS NA TIM CONTINUAM

Outro grande protagonista da sessão é Tim (+3,19%). Ontem, o vice-primeiro-ministro Luigi di Maio afirmou que o Governo é favorável à criação de uma rede única, desde que o projeto seja concretizado através de uma operação de mercado.

A Mediaset também avança (+3,34%): para os corretores a prorrogação está ligada às constantes compras da Fininvest e aos renovados rumores de fusão com a Mediaset Espana

O setor automobilístico foi negativo, na esteira de dados fracos sobre vendas na China e temores de tarifas sobre importações europeias nos EUA. A Brembo (-1,27%) é a pior da lista principal à frente da Pirelli (-0,99%). FCA -0,17%.

TRAVAGEM DO CARRO, JUVENTUS ACELERA NOVAMENTE

Por outro lado, a corrida da Juventus (+2,54%) em antecipação à Liga dos Campeões não conhece obstáculos nem paragens.

No restante tarifário, destacam-se as subidas da Elica (+10,48%) e da Geox (+5%).

No vermelho Gima TT (-4,72%): Mediobanca Securities baixou o preço-alvo para 8,3 euros de 10,3, deixando o rating neutro.

O EVENTO DIÁRIO RUMO AO OBJETIVO

O Il Fatto Quotidiano lançou formalmente o processo de pedido de admissão à AIM. Os 25,7% representados por ações em tesouraria serão colocados à venda. Os recursos serão usados ​​para apoiar "a estratégia de desenvolvimento digital e baseada em dados, a diversificação do portfólio na produção de televisão e o desenvolvimento da plataforma de conteúdo para a Loft web TV".

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