A inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém desencadeou uma série de confrontos muito duros entre manifestantes palestinos e o exército israelense. Coquetéis molotov e pedras de um lado, balas do outro. O balanço é de massacre: entre a Cisjordânia e a fronteira com a Faixa de Gaza, os últimos dados falam de 59 mortos e mais de 2.000 feridos, incluindo 27 em estado grave.
Segundo A Anistia Internacional, entre os palestinos mortos também há cinco menores. A associação denuncia uma “vergonhosa violação das normas internacionais e dos direitos humanos: muitas pessoas foram baleadas na cabeça e no peito; mais de 500 foram feridos por balas”.
Estamos testemunhando uma violação abominável do direito internacional e dos direitos humanos em #Gaze. 38 mortos confirmados, incluindo 6 crianças, com cerca de 2000 pessoas feridas. Muitos estão relatando ferimentos na cabeça e no peito. Mais de 500 feridos com munição real. Isso deve acabar imediatamente.
— Amnistia Internacional (@amnistia) 14 2018 Maio
Números atualizados do Ministério da Saúde palestino mostram que 52 pessoas foram mortas hoje #Gaze, incluindo 5 crianças menores de 18 anos.
— Amnistia Internacional (@amnistia) 14 2018 Maio
"Um posto avançado americano não foi aberto em Jerusalém", disse o presidente palestino. Abu Mazen, que falou em "massacre" e reiterou que "a América não é mais mediadora no Oriente Médio". Abu Mazen então anunciou a "greve geral nos territórios palestinos" e três dias de luto pelos mortos em Gaza.
"Continuaremos a agir com firmeza para proteger nossa soberania e nossos cidadãos - respondeu o primeiro-ministro israelense Benjamim Netanyahu – Todo país deve proteger suas fronteiras. O Hamas, uma organização terrorista, afirma que pretende destruir Israel e envia milhares de pessoas para romper a barreira defensiva para atingir esse objetivo”.
A Turquia convocou seus embaixadores nos EUA e em Israel para consultas. Ancara também decretou 3 dias de luto nacional. "Israel é um Estado terrorista" que "está cometendo genocídio", disse o presidente turco Erdogan.
"A responsabilidade pelo que está acontecendo claramente é do Hamas, que está provocando intencionalmente a resposta de Israel", disse um porta-voz do Casa Branca. Segundo fontes diplomáticas, os EUA bloquearam um pedido à ONU para uma investigação independente sobre o que aconteceu na fronteira entre Israel e Gaza.
Os confrontos foram condenados por quase toda a comunidade internacional: o mundo árabe, a ONU e a UE.
Said Abu Ali, secretário-geral adjunto da Liga Árabe com o pelouro da questão palestiniana e dos territórios ocupados, "pediu uma intervenção internacional urgente para travar o horrendo massacre perpetrado pelas forças de ocupação israelitas contra os palestinianos, em particular na Faixa de Gaza".
Federica Mogherini, Alto Representante para a Política Externa da União Europeia, espera “que todos atuem com a máxima moderação para evitar mais perdas de vidas”.