Bolsas estáveis, dólar efervescente e matérias-primas, não só petróleo, sob pressão. Aqui está o panorama após a audiência de Janet Yellen no Congresso, a votação do Parlamento grego. Esperando pelas palavras de Mario Draghi que, no final da direção do BCE, poderia anunciar hoje o desbloqueio de empréstimos a bancos gregos.
O índice Nikkei sobe em Tóquio (+0,5%), apoiado na desvalorização do iene. Pouco movimento Hong Kong (-0,1%). Como de costume, as listas chinesas são voláteis: Xangai (+1%), Shenzhen (+1,9%). Ontem à noite Wall Street fechou ligeiramente em baixa: os índices registraram uma queda entre 0,1 e 0,2%. As boas indicações vieram dos +1,38% trimestrais da Intel após a Bolsa e Netflix, alta de 10% após o fechamento.
DO LEITE AO ÓLEO, MATÉRIA-PRIMA EM FOGO
As notas mais relevantes vêm do mercado de câmbio e commodities após as palavras de Janet Yellen perante o Congresso: as condições da economia americana são favoráveis para uma alta de juros já em 2015, talvez já em setembro.
As primeiras reações no mercado de câmbio viram o dólar subir em relação às moedas dos principais produtores de commodities. O dólar canadense cai após o corte de juros, o dólar australiano e, principalmente, a moeda do Nova Zelândia, arrastado por colapso dos preços do leite fresco (-10,7%) da qual o país é um grande produtor.
O euro caiu abaixo da barreira de 1,10 em relação ao dólar. O petróleo voltou a cair: Brent (-2,5%), Wti (-3,1%), apesar dos estoques dos EUA abaixo do esperado. Entre as petrolíferas, destacam-se Saipem (+0,4%), Eni (+1,2%).
BTP ABAIXO DE 2%, MILÃO +1,3% AINDA EM ALTA
As bolsas europeias não sofreram muito com as tensões pela voto de Atenas: o jogo grego, aos olhos do mercado, já está fechado.
O índice EuroStoxx 50 ganhou 0,5% e atingiu o sexto dia consecutivo de ganhos, subindo 10% desde os mínimos da última terça-feira. Em Milão, o índice Ftse Mib fechou em alta de 1,3%. Após a queda após o não no referendo grego, o índice ganha 11,5%. Ótimo dia para mim BTP, caiu durante o dia abaixo da barreira de 2% em seu nível mais baixo desde o início de junho. Spread estável em 117, apenas graças à descida simultânea do Bund.
As condições da economia americana são favoráveis para uma alta de juros já em 2015, talvez já em setembro. “Dove” Janet Yellen foi vocal na primeira das duas audiências perante o Congresso agendadas para a semana.
O Parlamento grego aprovou o acordo alcançado com o Eurogrupo pouco depois da meia-noite. 228 deputados votaram a favor, mas 39 deputados do Siryza disseram não, enquanto a batalha se desenrolava do lado de fora do prédio entre a polícia e pelo menos 10 manifestantes. Agora, à espera do voto ainda mais incerto do Bundestag alemão, decorrem os trabalhos para enviar à Grécia o empréstimo-ponte de 7 mil milhões, retirado dos cofres do EFSF.
BANCOS
Ar de risco para o Bancos Populares, em grande movimento em Milão onde se destacaram: Banca Popolare di Milano (+2,4%), Banco Popolare (+1%). Banca Popolare dell'Emilia Romagna +(2,9%): a empresa anunciou ontem à noite que escolheu o Goldman Sachs como assessor financeiro para possíveis operações extraordinárias em vista do possível processo de consolidação do setor. ?Intesa +1,5%, Unicredit +0,2%, Monte Paschi +2,4%.
No segmento de gestão de ativos, atingido por fortes vendas ontem, só se recuperou Banca Generali (+1,5%). Ainda fraco Mediolanum (1%), Azimut (-2%). ?Entre ações industriais Finmeccanica se destaca com +3,1%, em novos máximos do ano, um nível de preços que também corresponde ao recorde dos últimos seis anos.?? Não há notícias específicas sobre o título, mas certamente ajudou o acordo nuclear com o Irã. ??A Finmeccanica é um grupo presente em muitos setores industriais (transporte ferroviário, material rodante, aeroespacial, defesa) e importantes espaços poderão ser reabertos para novas encomendas. ??Desde o início do ano, a ação da Finmeccanica aumentou em 60% na Piazza Affari.
Em grande evidência Fiat Chrysler (+3%). O Credit Suisse começou ontem a cobrir a ação com a recomendação Outperform, o preço-alvo é de 18,3 euros. Sergio Marchionne, que iniciou pessoalmente as negociações para a renovação do contrato de trabalho da Chrysler, disse que não fará novas ofertas à GM.
Ainda digno de nota são StMicroelectronics +2,5%, Prysmian +0,2%. As outras blue chips foram positivas: ?Enel +1,7%, A2A +1%, Atlantia +1,5%. Entre as small caps, a corrida do Aeroporto Marconi em Bolonha continua +5% que estreou na terça-feira em sua estreia na Piazza Affari com um aumento de quase 30%. Eurotech +4%.