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O dólar superestrela é a força vital das bolsas de valores. Corrida contra o tempo por Mps e Carige

Às vésperas das eleições de meio de mandato nos EUA, o dólar rompe a barreira dos 113 ienes e é negociado a 1,2444 em relação ao euro – Petróleo e ouro em queda – Emergindo em alta, mas novo calote para a Argentina – Aumento de capital para MPs e Bonomi manobrando no Carige - Partida para OPV da RaiWay - Telecom, partida brasileira esquenta - Stm rumo ao Cdp

O dólar superestrela é a força vital das bolsas de valores. Corrida contra o tempo por Mps e Carige

O dólar brilha nos céus das Bolsas de Valores, após os estímulos promovidos pelo Banco do Japão que deu asas às Bolsas de Valores também nos EUA e na Europa. Esta manhã, Tóquio fechou para férias, a moeda norte-americana ultrapassou a barreira dos 113 ienes nas bolsas do Leste Asiático (+3% desde a manhã de sexta-feira) e é negociada a 1,2444 face ao euro, um nível que promete ser uma pequena panaceia para a economia europeia, aguardando os dados do PMI esta manhã.

A nota negativa vem de Pequim: o índice PMI, que mede a atividade manufatureira do Dragão, está surpreendentemente retraído: apenas 50,8 contra uma previsão de 51,2. Mas a esperança de novos estímulos à economia freou as vendas em Xangai em -0,4%. 

Em Wall Street, em grande efervescência na sexta-feira, a expectativa pelas eleições de meio de mandato, nas quais os democratas podem perder o controle do Senado, se fará sentir. As estatísticas mostram que, após a nomeação eleitoral, as listas de ações quase sempre seguiram o caminho ascendente até o Natal. Pode ser assim novamente desta vez, dizem os especialistas, quer os republicanos (favoritos) ou os democratas prevaleçam. Mas o risco é que, na Geórgia e na Louisiana, a margem entre os dois partidos seja tão estreita que será preciso verificar o voto. Nesse caso, será preciso esperar até 6 de janeiro para ter o veredicto final, fator desconhecido que pode afetar as tabelas de preços. 

Para a Europa, porém, o compromisso mais importante será a reunião do BCE na quinta-feira: após o fim do Qe americano e a aceleração do japonês, cabe a Frankfurt dar o pontapé inicial no mini Qe, ou seja, a compra de ABS e obrigações hipotecárias, esperando que Mario Draghi possa prosseguir com operações mais robustas.

RUMO AO CONSÓRCIO PARA SIENA. CARIGE GANHA DINHEIRO

A partida mais urgente (e dramática) na Piazza Affari diz respeito à corrida contra o tempo para finalizar os planos para preencher as "lacunas" MontePaschi (2,1 bilhões) e Banca Carige (814 milhões) que surgiram dos testes de estresse do BCE.

“Cobertura total do défice através de aumento de capital” e “novas medidas não dilutivas e não onerosas para o Banco, incluindo a venda de ativos financeiros, destinadas a reforçar ainda mais o seu perfil de capital”. São estes os pilares do plano anunciado por nota da instituição ontem à noite em que se sublinha que "não é em estudo que vê o Ministério da Economia e Finanças intervir sob a forma de novos auxílios estatais”. Nenhum adiamento para o título Monti, portanto. 

Não menos dramático é o desafio para o Banca Carige. Depois de ter vendido as seguradoras, o instituto aponta para outros desinvestimentos, da Creditis, sociedade de leasing e factoring de crédito ao consumo, antes de proceder ao aumento de capital já aprovado (650 milhões) ou à fusão com outro banco (entre as denominações flutuantes Ubi e Cariparma). Mas há uma alternativa: a intervenção da Investindustrial, empresa de Andrea Bonomi que poderá adquirir 20% do capital social durante um aumento. Nesse caso, a venda do banco Cesare Ponti não prosseguirá, destinado a se tornar, segundo os planos do financiador, o banco privado do grupo. 

Para os demais bancos italianos, a próxima semana promete ser menos tempestuosa do que a passada, sob a pressão do pós-exame europeu e a saída aventureira de Andrea Erria, chefe da EBA ("mesmo os bancos promovidos não estão tranquilos" ) que na quinta-feira passada corria o risco de causar um colapso. Em vez disso, após as medidas do Banco do Japão, o índice do setor EuroStoxx ganhou 3% na sexta-feira. 

Os destaques da sessão foram a Unicredit (+4,2%) e a Intesa (+3,8%), que continua a ser a segunda melhor blue chip desde o início do ano no Eurostoxx 50: +28% (a primeira é a Orange com +40% ), contra os decepcionantes -0,7% registrados pelo índice. Aguardado hoje por uma confirmação B. Pop. Milan, +2,7% na sexta-feira após a S&P confirmar sua classificação e perspectiva, e Ubi Banca (+6,7%), entre as melhores ações da lista em vista das operações de M&A, apesar do CEO Victor Massiah dizer que não haverá arquivos abertos.

BOLSAS DE REGISTROS, QUEDA DE PETRÓLEO E OURO

Os mercados reabrem suas portas após um final de semana agitado, que apagou as sombras nas listas de ações. Novos recordes estão sendo comemorados em Wall Street: o índice S&P 500 (+2,7% na semana) sobe acima de 2000, o Nasdaq marca uma alta de 14 anos. A recuperação é favorecida pelo desempenho dos resultados trimestrais: 363 empresas das 500 do S&P registaram um aumento nos lucros superior a 10 por cento. O índice Stoxx 600 aumentou 2,9% na semana (+1,8% na sexta-feira), mas insuficiente para trazer o balanço de outubro de volta ao superávit (-1,8%). Em Milão, o índice Ftse Mib fechou a semana em alta de 1,5%. 

Enquanto isso, o dólar atingiu um novo recorde em relação ao iene, acima de 112 (o menor em sete anos) e em relação ao euro, abaixo de 1,25. O superdólar ajuda a comprimir o preço das matérias-primas: o ouro despencou para 1.165,40 dólares a onça (o menor nível desde agosto de 2010). O petróleo registra a sexta semana consecutiva de queda, algo que não acontecia desde 2002: o Brent caiu 9,3% em outubro. Apesar da desaceleração dos preços, a Opep aumentou a produção e os volumes estão em alta nos Estados Unidos. 

No mercado de títulos, o BTP de dez anos se fortalece. O rendimento caiu 10 pontos base para 2,34%. O spread com o Bund vai para 150 (-9 pontos base). A diferença entre os títulos italianos e espanhóis de 27 anos também está diminuindo, o diferencial é de 15 pontos base, o menor dos últimos 44 dias. Subiu XNUMX pontos base.

OPERAÇÃO DE EMERGÊNCIAS, NOVO PADRÃO NA ARGENTINA

O empurrão vindo do Japão mais do que compensou o choque esperado do fim do QE nos mercados emergentes: a bolsa brasileira fechou a semana em alta de 5,2%, na onda da nova injeção de liquidez. O destaque estava na Argentina esta manhã, depois que o Bank of New York Mellon, custodiante de alguns títulos argentinos reestruturados, alertou os detentores de títulos sobre o default dos títulos, o segundo desde julho. Consequentemente, a Fitch rebaixou o rating dessas emissões para 'D' de 'C'.

A economia argentina está em recessão - aponta a Fitch - e a situação vai piorar, pois um evento de default impacta a confiança e reduz o fluxo de dinheiro para o país.

PIAZZA AFFARI SINTONIZE A FERROVIA. E DIGA ADEUS AO INDESITO 

A recuperação do mercado foi um presente de boas-vindas para a Rai que lança hoje a oferta pública de venda de 30,51% da RaiWay, quota que poderá subir para 34,93% em caso de pleno exercício do greenshoe. A empresa visa, assim, interromper a onda negativa de IPOs que renunciaram à listagem desde o verão devido à falta de demanda.

O leque de ações da empresa de torres de transmissão foi fixado em 2,95-3,5 euros por ação, equivalente a uma valorização do capital económico da empresa de 802-952 milhões de euros. 

A Rai Way anunciou que encerrou os primeiros nove meses do ano com receita pró-forma de 155,2 milhões, Ebitda pró-forma de 80,4 milhões e lucro líquido pró-forma de 26,9 milhões. A dívida financeira líquida a 30 de setembro era de 73 milhões. O documento pró-forma simula, a partir de 1 de janeiro de 2014, os efeitos contabilísticos dos novos contratos de prestação de serviços ativos e passivos com a empresa-mãe Rai, celebrados a 1 de julho.

No entanto, a Piazza Affari poderá em breve abrir mão de um título quase "histórico". A oferta pública de aquisição da Whirlpool Italia sobre a Indesit começa esta manhã: a oferta igual a 11 euros por ação diz respeito ao free float (29,99%) não controlado pelo grupo norte-americano por um valor total de 336 milhões. 

TELECOM, O JOGO BRASILEIRO AQUECE

Grande atenção para o jogo brasileiro da Telecom Italia, no final da semana entre as melhores empresas do índice europeu de telecomunicações após a imprensa noticiar um acordo entre America Movil, Telefonica e Grupo Oi para uma oferta na Tim Brasil, porém não negado por potenciais licitantes. Tim Brasil disse que não há negociações em andamento e que não recebeu nenhuma oferta.

Mas no fim de semana o bilionário Patrick Drahi, à frente da Altice, fez uma oferta de 8,8 mil milhões de dólares para a compra dos ativos da Portugal Telecom à Oì, o que teria assim levantado o capital necessário para lançar a oferta na Tim Brasil: 32 mil milhões reais, antecipação que elevou as ações em 15%. Os licitantes estão confiantes de que a oferta não encontrará resistência política após a afirmação de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais. 

STM, O CHIP VAI PARA O CDP

Stm em destaque após +5% na sexta-feira, um ganho que só serve para reduzir a perda acumulada ao longo do mês de outubro que ascende a cerca de 13 pontos percentuais apesar dos resultados crescentes. Na origem do prejuízo esteve o alerta sobre as perspectivas para o quarto trimestre. Mas o Tesouro ambiciona vender a participação da Stm ao grupo Cassa depositi e prestiti (Cdp) até ao final do ano: a atual avaliação de mercado do pacote ronda os 615 milhões de euros.

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