comparatilhe

Grécia: Tsipras entre a OCDE, Rússia e China

O EUROGRUPO À PARTIDA – Possível adiamento para o Conselho Europeu de amanhã. Grécia estuda um plano de reforma com a OCDE para fechar acordo com a Troika – Tsipras é convidado à China pelo premiê Li Keqiang – O vínculo com Putin se fortalece: Moscou está disposta a conceder ajuda financeira a Atenas. E Atenas rejeita novas sanções europeias contra a Rússia

Grécia: Tsipras entre a OCDE, Rússia e China

No dia do Eurogrupo sobre o destino da Grécia, as posições permanecem tão distantes que uma nova discussão no Conselho Europeu de amanhã não pode ser descartada. O resultado final seria então adiado para a próxima reunião do Eurogrupo na próxima semana. Esperando para ver como a situação evolui para o novo primeiro-ministro de Atenas, Alexis Tsipras, reiterou sua intenção de desenvolver um novo plano de reforma em conjunto com a OCDE, cortando assim os funcionários da Troika. O programa será baseado "no mandato popular e no nosso programa político - especificou o número um do Syriza durante uma conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria - e não no que foi previamente decidido" junto com UE, BCE e FMI.

As reformas que o governo grego pensa dizem respeito sobretudo "à luta contra a corrupção, a evasão fiscal e o clientelismo", disse Tsipras, que prometeu deslocar-se rapidamente a Paris - sede da OCDE - para levar a cabo a elaboração do plano. 

Por sua vez, Gurria destacou que queria “trabalhar com a Grécia. Não estamos aqui para dizer a eles o que fazer, mas para fornecer ferramentas já utilizadas por outros governos para resolver os mesmos problemas”. 

Enquanto isso, no início da tarde uma fonte do governo grego anunciou que Tsipras havia sido convidado na China pelo Premier Li Keqiang, que telefonou ao primeiro-ministro grego para o felicitar pela vitória eleitoral e pedir-lhe que "aprofunde e alargue os laços históricos entre os dois países".

Também esta manhã Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, depois de se encontrar com o seu homólogo grego Nikos Kotzias em Moscovo, disse que a Rússia "considerará" a possibilidade de conceder "ajuda financeira à Grécia" se um pedido nesse sentido vier de Atenas. 

Ontem mesmo o ministro da defesa grego, Panos Kammenos, líder do partido nacionalista Gregos Independentes no governo junto com o Syriza, havia feito um claro alerta em Bruxelas: “O que queremos é um acordo, mas se não existir, se virmos que a Alemanha continua rígida e pretende explodir Europa, então temos a obrigação de ter um plano B, que é conseguir financiamento de outra fonte. Pode ser os Estados Unidos, na melhor das hipóteses, ou pode ser a Rússia, ou a China, ou algum outro país."

Hoje no início da tarde a bolsa de valores de Atenas cai 4,41%, após o salto de quase oito pontos percentuais registrado ontem. Os rendimentos dos títulos do governo grego de 10 anos estão subindo novamente e estão atualmente em 10,88%.

Comente