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Grécia, cúpula da UE no início: acordo Merkel-Sarkozy para inadimplência seletiva sem tributar os bancos

O acordo alcançado durante a noite entre a França e a Alemanha deve servir de base às decisões que serão tomadas esta tarde durante a cimeira entre os 17 países da Zona Euro em Bruxelas – Espera-se também que permita ao EFSF comprar títulos no mercado secundário de países Em crise.

Grécia, cúpula da UE no início: acordo Merkel-Sarkozy para inadimplência seletiva sem tributar os bancos

Para a Grécia, a hipótese de inadimplência seletiva avança. Em vez disso, a ideia de um novo imposto sobre os bancos parece ter sido evitada. Esses são os pontos centrais do acordo alcançado por Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, que na noite em que se conheceram em Berlim. As conversações, que duraram cerca de sete horas, contaram com a presença do presidente do BCE, Jean-Claude Trichet.

Berlim e Paris finalmente chegaram a um acordo sobre dois pontos fundamentais: a participação do setor privado no financiamento da dívida grega (medida à qual a Alemanha se opunha até ontem) e o reforço do fundo de poupança do Estado da UE, o EFSF, que deveria ser autorizada a comprar títulos públicos de países em crise também no mercado secundário. Fala-se também em alargar a duração dos empréstimos a países em dificuldade (portanto também a Portugal e Irlanda) de sete anos e meio para 15 anos, a uma taxa de juro reduzida de 4,5 para 3,5%.

O acordo franco-alemão deverá servir de base às novas medidas a favor da economia grega que serão estabelecidas hoje em Bruxelas, onde decorre uma cimeira entre os chefes de estado e de governo da zona euro. O primeiro objetivo é evitar que a crise da dívida em Atenas contagie outros países do sul da Europa, principalmente Espanha e Itália.

Segundo uma fonte do Eliseu citada pelo Le Monde, o calote seletivo que Merkel e Sarkozy têm em mente para a Grécia pode “durar algumas horas, alguns dias ou alguns meses, dependendo dos títulos e das agências de rating”. As modalidades de implementação da disposição terão ainda de ser negociadas, mas tudo indica que já está prevista a atribuição de 30 mil milhões de euros como garantia.

O BCE sempre se opôs à hipótese de default grego, mesmo que seletivamente. O temor é que possa haver um choque sistêmico comparável ao de 2008 e alimentado por rebaixamentos em cadeia das agências de rating. Neste ponto, porém, parece que até a instituição de Frankfurt pode aceitar o compromisso alcançado entre a França e a Alemanha.

Foi o calote grego que antecipou a possibilidade Jean Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, que disse pela manhã que "não descarta" uma solução semelhante, ainda que "deva ser feito tudo para o evitar". A reação das Bolsas foi imediata, com todas as cotações europeias a cair em terreno negativo. No entanto, após algumas horas, houve uma mudança brusca de rumo nos mercados, saltou na trilha de rumores do possível acordo de resgate-Grécia.

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