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Super euro, faíscas em Wall Street: ventos da guerra comercial

Novos recordes em Wall Street e na Bolsa de Frankfurt, mas o dólar cai após a adoção de novas tarifas pelo presidente Trump – programa da Netflix – títulos espanhóis e portugueses sobem – Bancos em destaque na Piazza Affari

O Fórum de Davos abriu com um convite do primeiro-ministro indiano, Barendra Modi, para a prática de ioga, uma terapia eficaz contra o risco de guerra e para combater a poluição (em Nova Deli o ar é mais venenoso do que em Pequim). Mas o chamado para relaxar soa como uma oportunidade à medida que os riscos de uma guerra comercial se espalham: Donald Trump, antes de embarcar para os Alpes suíços, endossou tarifas sobre painéis solares chineses e eletrodomésticos coreanos, para proteger a Whirlpool.

Enquanto isso, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, Comprometido com o México a defender o NAFTA, ele anunciou que o Canadá aderirá ao TPP, acordo comercial entre as nações da região da Ásia-Pacífico cancelado pelo presidente dos Estados Unidos. Dessa forma, disse Trudeau, limitaremos os danos. Mas, ao contrário, os sindicatos automotivos temem o desembarque em massa de fabricantes japoneses e coreanos.
Neste ambiente animado, nos mercados o novo baque do dólar se destaca. O iene subiu (-0,35% para 109,90 pela primeira vez abaixo de 110 desde setembro) juntamente com o euro na véspera da diretoria do BCE. Esta manhã, a moeda única negociou a 1,2315, o valor mais alto desde 2014. O yuan também avançou para níveis não vistos desde o final de 2015, em 6,39%. O rendimento dos T bonds está sob tensão (2,62% em dez anos)

TÓQUIO PARA BAIXO, TECNÓLOGOS PARA BAIXO EM TAIWAN

A desaceleração da moeda norte-americana afetou os mercados asiáticos, que se mantiveram fracos apesar dos novos recordes de Wall Street. Lá Mercado de ações do Japão está começando a fechar em baixa: Índice Nikkei -0,8%. O índice Hang Seng da Bolsa de Valores de Hong Kong perdeu 0,3%, o CSI300 das bolsas de Xangai e Shenzen manteve-se inalterado. As vendas em empresas de alta tecnologia custaram a Taiwan uma queda de mais de 1%. Os mercados de ações da Coréia do Sul e da Índia permaneceram inalterados.

S&P E NASDAQ NO MAIS ALTO. PROGRAMA NETFLIX (E BARBIE)

O dólar fraco, por outro lado, é o propulsor para Wall Street empenhado em triturar recorde após recorde. O índice S&P500 fechou em alta de 0,2%, aos 2.840 pontos, novo recorde histórico. O índice bateu 12 recordes neste mês, algo que nunca aconteceu na história. O impulso veio dos dados trimestrais das empresas, em geral muito bons até este ponto.

Na Nasdaq +0,71% (novo recorde em 7.460,29), o show de Netflix +12%: a capitalização do líder de streaming ultrapassou ontem 100 bilhões de dólares, os assinantes quebraram a barreira de 100 milhões de unidades no lançamento. A incógnita está nos custos de produção (8 bilhões em investimentos para este ano). Em Wall Street, até os entretenimentos mais tradicionais se destacam: Mattel, a casa da Barbie, conseguiu um aumento de 16% na onda de uma possível fusão com Hasbro (Monopólio).

O índice Dow Jones movimentou pouco -0,01% retido pelas contas de Procter & Gamble -3,09% e por Johnson & Johnson -4,26% que é afetado pela falta de reduções de impostos para perdas anteriores (efeito da reforma) de 13,6 bilhões de dólares.

Pouco mudou esta manhã em petrolium: Brent a US$ 69,77, Wti a US$ 64,41. O Barclays elevou sua estimativa de 2018 sobre o preço médio do petróleo bruto do Mar do Norte para US$ 60 o barril, de US$ 55. Ontem na Piazza Affari Eni -0,1%, Saipem +1,5%.

CONFIANÇA ALEMÃ EMPURRA FRANKFURT PARA RECORDE

A ascensão das bolsas europeias veste as cores da bandeira alemã. Os dados que chegam do outro lado do Reno, dois dias após a reunião do BCE, sinalizam as excelentes condições da principal economia da Europa: o clima de confiança entre os investidores está crescendo fortemente (índice Zew 20,4 de 17,4 em dezembro), as condições econômicas, segundo as estatísticas, estão em seu nível mais alto desde dezembro de 1991.

  • O boom da economia real é confirmado pelo avanço da Bolsa: o índice Dax atingiu seu recorde histórico, voando para 13.596 pontos e depois fechou a sessão em +0,7% em 13.554.
  • Em vez disso, a Piazza Affari perdeu força depois de ter perdido temporariamente a cota de 24 (máximo de 24.050). O índice Ftse Mib caiu -0,22% para 23.837 pontos. O índice Zew, que mede a confiança na economia italiana, também melhorou, subindo 5,6 pontos em janeiro.
  • Madri positivo, +0,24% e Londres +0,21%; pouco movimento Paris -0,12%.

OS MERCADOS REDESCOBREM OS BONDS DE ATENAS

Os ministros das finanças da zona do euro, disse o chefe da Economia, Pier Carlo padoan, nas duas jornadas do Eurogrupo e do Ecofin, manifestaram "preocupação" com o cenário de instabilidade que poderá advir das eleições de 4 de março. O sentimento, pelo menos por enquanto, não se transmite à tendência do mercado de dívida concentrado no progresso da Europa mediterrânica: Portugal e Espanha juntaram-se à Grécia.

O Eurogrupo chegou a um acordo sobre uma nova ajuda de 6,7 mil milhões, acreditando que Atenas cumpriu os objetivos do orçamento de 2018 de um excedente primário de 3,5% do PIB. A nova ajuda chegará em duas parcelas: a primeira em fevereiro de 5,7 bilhões, a segunda na primavera. O programa de ajuda terminará conforme planejado em agosto. Os rendimentos dos títulos do governo de 2 e 5 anos caíram para mínimos históricos de 0,97% (primeira vez na história abaixo de 1%) e 2,73%, respectivamente.

OS TÍTULOS ESPANHOL E PORTUGUÊS VOAM. NO LEILÃO O CTZ

Enquanto isso, a dívida espanhola continua tendo grande sucesso: ontem o Tesouro de Madri lançou um contrato de empréstimo de 10 anos por 43 bilhões via sindicato: a demanda foi superior a 140 bilhões. Neste contexto, o spread entre o BTP e o Bund caiu para 142 pontos base (contra 1,89) no fecho, para uma yield de 1,92% (de 1,88%) depois de ter atingido um mínimo de XNUMX%.

O Ministério da Economia vai disponibilizar entre 2,75 e 3,75 mil milhões de euros na CTZ de outubro de 2019 e nos BTPEIs de maio de 2022 e setembro de 2032 no leilão marcado para 26 de janeiro. A julgar pelo desempenho dos demais países da zona do euro, a queda é influenciada pela incerteza eleitoral. O spread Portugal-Alemanha caiu, de facto, para o nível mais baixo desde abril de 2010 para 118 pontos, tendo o espanhol ficado abaixo dos 90 pontos, o mais baixo desde março de 2015. Antecipa-se que amanhã a direção do BCE não altere as comunicações ao mercado apesar da chuva de dados positivos na frente macro.

NOMEAÇÕES DO BCE, DE GUINDOS E WEIDMANN OS FAVORITOS

A reunião do Ecofin e do Eurogrupo foi em parte dedicada a iniciar a discussão sobre as nomeações para o banco central: para o cargo de deputado Draghi no lugar do português Victor Constancio (reunião decisiva a 19 de fevereiro) o espanhol é o favorito Louis de Guindos . Sua nomeação pode se traduzir em apoio a um candidato do Norte quando Mario Draghi sair (final de 2019). Neste caso, Jens Weidmann poderá estar na pole position, mas terá de lidar com o governador do Banque de France François Villeroy de Galhau.

BANCOS, DESTAQUES BPM E BPER

Os bancos estão fracos em linha com a tendência do Stoxx setorial europeu, enquanto o foco do mercado ainda está concentrado na inadimplência. Em particular:

  • Positivo Bper +1%. A Kepler-Cheuvreux confirmou o julgamento da compra, ajustando o preço-alvo de 4,70 euros para 4,65 euros. O Mediobanca foi mais otimista ao promover a meta para 6,0 euros, ante 5,60 euros na segunda-feira. A vantagem potencial em comparação com a listagem é de cerca de +30%.
  • Ubi no final, subiu 0,5% na sequência dos comentários positivos dos analistas sobre os rumores na imprensa relativos a uma aceleração da estratégia de redução de stocks Npl com uma possível venda à vista de um bilião de créditos malparados.
  • Banco Bpm +1,8%. A Capital Research tem 5,15% do capital, com essa participação o fundo é o primeiro cotista.
  • Abaixo de Unicrédito - 0,73%, O Intesa segue nas máximas do ano, inalterado.
  • creval -4,8%, foi a pior ação da sessão. O instituto pretende antecipar a transferência do crédito malparado para junho. O fundo Algebris estaria pronto para participar do aumento de capital, além de ter interesse em empréstimos descontinuados.

GERENCIADO: 100 BILHÕES EM FINANCIAMENTO. SAL FINO AINDA

Enquanto isso, o rali do FinecoBank continua + 1,38%. 2017 termina em alta para a gestão de ativos italiana. As entradas líquidas em dezembro ascenderam a 2,3 mil milhões de euros, resultado que permitiu que a indústria chegasse a quase 100 bilhões no ano. Com base no mapa mensal da Assogestioni, no ano passado os fluxos ascenderam a 97,5 mil milhões de euros, quase o dobro dos 56 mil milhões de 2016.

EXOR LIDERA A AGNELLI SCUDERIA. AMANHÃ AS CONTAS FCA

véspera de orçamento para Fiat Chrysler- 0,61%. Ontem, a ação atingiu um novo recorde histórico de € 19,98, depois corrigiu e fechou em € 19,57. Bem Exor+0,96% para 62,95 euros) após o aumento do preço-alvo da Kepler Cheuvreux de 60,9 para 68,3 euros (rating buy). O preço-alvo foi revisado para cima para levar em consideração o aumento do NAV após o crescimento das ações da FCA. Mas, diante dos múltiplos pagos pela Aig pela compra do resseguro Validus, o Parceiro Re foi pago com o desconto.

A SOMBRA DO DÓLAR E DA MAÇÃ NO DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRA STM

Mesmo Stm -0,79% começa a anunciar as contas do trimestre esta noite. Há muita expectativa após o rali na esteira da corrida do índice de semicondutores Sox que, desde sua baixa em 2008 (atingida após o estouro da bolha subprime) multiplicou seu valor por sete.

Mas sobre o título do grupo ítalo-francês, fornecedor de Apple, a incerteza reina sobre a situação econômica vivida pela gigante norte-americana, dados os rumores sobre a crise de vendas iPhone X: segundo alguns analistas, a Apple está prestes a retirar do mercado o mais recente smartphone. Outros, porém, têm opinião contrária: segundo a Canalys, foram 26 milhões de unidades vendidas no trimestre. Para a empresa liderada por Carlo Bozotti (que em breve deixará o comando) os analistas esperam um aumento de receita de 27% ano a ano, +10,4% trimestre a trimestre.

A RECUPERAÇÃO DE TELECOM CONTINUA, PAUSA PARA MEDIASET

A observar na tabela de preços principal:

  • Buzzi Unicem +1,44%: Ubs elevou seu preço-alvo de 27,4 para 30 euros, confirmando a recomendação de compra.
  • Telecom Italia ainda sobe +1,23%. A Equita Sim confirmou a recomendação de compra e o preço alvo em 1,06 euros.
  • No que diz respeito aos investimentos em direitos futebolísticos, os analistas avaliam positivamente a postura cautelosa e oportunista dos operadores envolvidos, incluindo Tim e Mediaset -0,49% que apresentaram ofertas abaixo do mínimo.
  • Novas vendas em Ferragamo que perdeu 2,12% na realização de lucros após os aumentos de ontem na sequência da oferta pública de aquisição da Ynap.

CAMPARI PEDE UM RHUM, GIMA BOOMS

Venda Campari +1,18%. A Mediobanca Securities (neutra, preço-alvo 6,1 euros) relata algumas declarações do CEO Bob Kunze-Concewitz segundo as quais o grupo está pronto para crescer no segmento de rum escuro e envelhecido em grande turbulência após a compra da tequila Patron pela Bacardi por US$ 5,1 bilhões.

Entre as médias/small caps:

  • Nova ascensão para Mondadori +8,52% aguardando notícias sobre as atividades francesas.
  • Vola Gima Tt +5,35%. Mediobanca Securities reitera recomendação de superação e preço-alvo de 19,9 euros para a fabricante de cigarros eletrônicos; a Food & Drug Administration dos EUA concluiu que os Iqos (a nova geração de cigarros da Filipe Morris) contêm menos componentes nocivos do que os cigarros tradicionais.
  • Trevi Fin. +19,84% para 0,462 euros foi a melhor ação da Piazza Affari. As atenções do mercado continuam voltadas para o acordo com os credores e para a possível venda da Drillmec.

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