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Euro 2016: Itália, o fim do sonho, eliminada nos pênaltis, mas de cabeça erguida

Depois de um jogo sem tréguas e terminando na prorrogação por 1 a 1, a roleta dos pênaltis premia a Alemanha e elimina os Azzurri que saem da Eurocopa sem arrependimentos após dar tudo de si – Di Ozil e Bonucci (de pênalti) os gols – Conte : "Desculpe sair assim, mas os meninos mostraram coragem, orgulho e paixão: o meu não é um adeus, mas um adeus".

Euro 2016: Itália, o fim do sonho, eliminada nos pênaltis, mas de cabeça erguida

Fim do sonho. A Itália chega perto do feito contra a bem mais popular Alemanha mas para no clímax, justamente em um momento em que os valores técnicos eram quase nulos e as chances de passar, sim, eram iguais para ambos. A lotaria dos penáltis, mais uma vez, diz-nos mal mas as recriminações não atingem um europeu jogado ao máximo, sem remorsos de qualquer espécie. “Lamento sair assim, mas não posso repreender os meninos por nada – confirmou Antonio Conte. – Mostraram coragem, orgulho, paixão e apego à camisa, deram tudo o que tinham e por isso não posso reclamar de nada.

Superamos enormes obstáculos e quase perdemos uma façanha extraordinária”. É verdade, afinal sabia-se que os alemães eram mais fortes e o que mais importava era tentar a sério, até ao fim. A Itália conseguiu, apoiada por uma organização tática mais uma vez perfeita e um coração enorme, para não dizer louvável. A Alemanha seguiu em frente, mas ela também sabe que arriscou muito, muito mais do que poderia imaginar na véspera. Uma partida muito equilibrada a do Bordeaux, jogada mais na anulação do adversário do que na imposição do próprio jogo. Nos pontos os alemães criaram algo mais mas isso, no geral, era previsível, assim como o desejo de empreendedorismo dos nossos meninos. Nem o gol de Ozil (65') quebrou as costas da Itália, boa em manter o foco e voltar ao jogo no melhor momento.

Aos 77 minutos, aliás, Boateng bateu descaradamente com as mãos na área, para um pênalti tão ingênuo quanto sacrossanto: Bonucci foi para a marca do pênalti e a partida voltou ao empate. 1-1 e bola ao centro, com o fantasma do prolongamento e das grandes penalidades a aproximar-se e portanto, pelo menos no papel, a nosso favor. A meia hora seguinte viu-nos esperar e conter o adversário, aliás sem arriscar nada de sensacional (o único verdadeiro golo foi Draxler num rebote favorável), com o plano nada velado de conseguir jogar de 11 metros. Desta vez, porém, a lenda dos pênaltis a favor do time mais fraco acabou sendo uma lenda. A estes níveis, os detalhes fazem a diferença e muitos da nossa equipa, por mais que estejam dispostos, não estão habituados a tamanha tensão. Inútil se alongar na história do local, basta saber que Darmian errou (e antes dele Zaza, Pellé e Bonucci) e Hector não.

A eliminação dói, mas vem de cabeça erguida, disso não há dúvidas. A Itália venceu Bélgica e Espanha e só acabou se rendendo à Alemanha nos pênaltis, fazendo partidas bem acima das expectativas iniciais. Obrigado também, senão sobretudo, a um extraordinário treinador, cuja ausência, independentemente do que Ventura possa fazer, será muito sentida. “O meu não é um adeus, mas um adeus – retorquiu Conte. – No entanto, o fato é que eu tive que fazer a guerra sozinho, comigo havia apenas o presidente Tavecchio, mas ele também poderia ir até certo ponto. Gostaria de ter ficado, mas não pude adiar alguns fatos, cada vez que liderar a Itália foi uma grande honra, me deixou com emoções indeléveis”. Assim como aqueles dados ao povo azul, por uma vez orgulhosos, independentemente do resultado final.

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