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Efeito Powell nas bolsas de valores: S&P acima de 3 mil

O sinal lançado ontem pelo presidente do Fed sobre a redução dos juros impulsiona as bolsas e pela primeira vez na história o índice S&P ultrapassa a barreira dos 3 pontos base

Efeito Powell nas bolsas de valores: S&P acima de 3 mil

Os mercados de ações asiáticos se recuperaram esta manhã após a mensagem de ontem do presidente do Fed, Jerome Powell. É fácil prever que a onda longa está destinada a atingir até as listas europeias, que ontem esfriaram diante dos sinais vindos de Wall Street. Ontem, pela primeira vez em sua história iniciada em 1957, o índice S&P 500 ultrapassou a barreira dos 3 pontos durante a sessão, atingindo a máxima de 3.003,98 pontos. À noite, o otimismo foi alimentado pela publicação da ata da última reunião do FOMC, mais uma confirmação do corte iminente de juros.

OS EUA PRONTOS PARA ACABAR COM O IMPOSTO DA WEB

Mas a tensão na frente das relações, não apenas comerciais, entre as potências continua alta: Donald Trump ordenou uma investigação sobre o imposto sobre serviços digitais que a França se prepara para aprovar com efeitos significativos nos gigantes da web, uma iniciativa semelhante à do assumiu-se então em detrimento da China, na origem da guerra tarifária. Também por isso, as Bolsas valorizam, mas não enlouquecem diante da perspectiva de um primeiro corte de um quarto de ponto já dado como certo.

LISTAS DE PREÇOS CHINESAS AUMENTAM, KOSPI +1,2%

Da noite para o dia, porém, as Bolsas de Valores asiáticas receberam a mensagem e se alinharam. Esta é a situação desta manhã: Hang Seng de Hong Kong +1,1%, Xangai e Shenzhen CSI 300 +0,3%, Kospi de Seul +1,2%, Nikkei de Tóquio +0,5%, Sydney +0,4%.

O índice S&P 500 corrigiu recentemente para 2993,07, +0,8% no dia anterior, mas três pontos abaixo do recorde estabelecido na semana passada. O Nasdaq também avançou 0,8%, melhor que o Dow Jones (+0,3%).

COMCAST BRILHA EM WALL STREET, BAQUE DE LEVI'S

A Comcast brilhou na lista (+2,3%): a maior operadora de cabo dos Estados Unidos recebeu uma opinião positiva da Goldman Sachs, que elevou sua recomendação para Buy from Neutral, elevando o preço-alvo de 54 dólares para 44 dólares. Em vez disso, Strauss de Levì caiu drasticamente após o trimestre (-11%).

Mas as palavras de Powell acima de tudo tiveram o efeito de reiniciar o declínio nas taxas de mercado.

BONDS DOWN, GOLD E OIL ADVANCE

O título de 2 anos, o barômetro mais sensível às decisões do Fed, é negociado a 1%, uma queda de sete pontos base. O título de 8277 anos caiu para 2,0630, apenas para se recuperar esta manhã para 2,04%.

A queda do dólar também foi retomada, negociada a 1,1263 em relação ao euro.

O dinheiro mais barato também impulsiona o preço do ouro, que esta manhã chegou a 1.424 dólares a onça, subindo 0,3%: +1,5% ontem no fechamento. 

Efeito Powell também nos +4,4% registrados ontem para o petróleo Brent, mas também devemos considerar a queda drástica dos estoques nos Estados Unidos, que caíram 9,5 milhões de barris na semana passada, três vezes mais do que o consenso. Enquanto se esperava o primeiro furacão da temporada, cerca de um terço das usinas do Golfo do México foram fechadas. O petróleo do Mar do Norte subiu 0,3%, para US$ 67,2 o barril, esta manhã.

SAIPEM BRILHA DEPOIS DE CONTRATOS NA ÁSIA

Em grande evidência na Piazza Affari Saipem (+3%) após a assinatura de dois contratos na Arábia Saudita no valor de 3,5 bilhões de dólares. Eni +1,2%, Tenaris +1,8%.

POWELL DESAFIA TRUMP: NÃO VOU SAIR MESMO QUE ELE ME PERGUNTE

No entanto, o presidente do Fed, Jerome Powell, enviou um sinal alto e claro: as taxas devem cair. Não porque Trump esteja pedindo, mas porque, apesar do crescimento do emprego, a saúde da economia vem se deteriorando nos últimos meses. “Se me perguntarem – disse em resposta às perguntas dos parlamentares – quanto pesa o último aumento de empregos em nossas avaliações, responderei zero”. O que mais conta é o abrandamento da economia global, com a Ásia e a Zona Euro a liderar, mas também a inflação em baixa e, não só um sinal, as crescentes desigualdades no mercado de trabalho.

Não menos drástico é o julgamento sobre a pressão de Donald Trump. “Como ele reagiria se um dia Trump dissesse para fazer as malas, você está fora?” A republicana Maxine Waters pergunta a ele. "Simples, eu não faria isso." "Desculpe, não ouvi", respondeu o parlamentar maliciosamente. “Minha resposta seria não”, confirmou Powell. A piada não acabou aí porque a senhorita Waters insistiu. "Cara senhora - interrompeu o banqueiro - tenho que me repetir: tenho um mandato de quatro anos e quero respeitá-lo". E a cena terminou com os aplausos dos democratas, mas também da maioria dos republicanos, nada convencidos pela interferência de Trump.

LOCAL DE NEGÓCIOS POSITIVO, O RESTO DA EUROPA EM VERMELHO

O vento do Fed na Europa só traz sorte para a Piazza Affari, que colhe os frutos do alívio trazido às contas bancárias pela corrida aos títulos do governo italiano. Já os restantes mercados estão a abrandar, pressionados pela realização de lucros do Bund que voltou a ultrapassar os -0,30%, depois de ter caído abaixo deste limiar pela primeira vez desde 24 de junho. As estimativas de crescimento da Comissão Europeia confirmam os problemas da Itália, apenas +0,1% este ano, +0,5% no próximo- Mas ao lado desta nota dolorida, mas conhecida, vem uma novidade ainda mais amarga: a Alemanha, locomotiva insubstituível do Velho Continente, sobe em apenas 0,5%, um ritmo italiano.

A Piazza Affari (+0,73% para 22.044 pontos) é a única lista a fechar em território positivo graças ao petróleo e aos mercados financeiros.

Os outros mercados ficaram no vermelho: Frankfurt -0,48%, Madrid -0,28%. Paris (-0,08%) e Londres (-0,07%) estão praticamente estáveis.

BOT TAXAS PARA BAIXO. LEILÃO BTP HOJE

Ontem, o Tesouro colocou 6,5 bilhões de BOTs anuais com uma queda de 13 pontos base, para -0,061%, o menor nível desde maio de 2018, antes da posse do governo Conte.

A yield do Bund alemão subiu ontem oito pontos base para -0,32%, permitindo que o spread diminua com o BTP abaixo dos 200 pontos base. O título do governo alemão de dez anos, oferecido ontem pela manhã na nova versão cupom zero, teve pouco sucesso, a relação entre oferta e demanda caiu para o menor nível do último ano e meio.

O spread entre os títulos espanhóis e italianos de 128 anos cai para XNUMX pontos-base, nível não visto desde março.

Hoje último compromisso com os leilões do meio do mês. 5,5 bilhões de euros serão oferecidos em BTPs de 3 e 7 anos. O desempenho dos títulos no mercado cinza antecipa uma nova queda nos rendimentos.

Em particular, a taxa do BTP de três anos fechou em 0,581%, bem abaixo dos 1,05% da colocação de meados de junho.

A taxa do BTP de sete anos foi fixada em 1,367% também neste caso, abaixo dos 1,96% da colocação em meados de junho.

A QUEDA DO SPREAD IMPULSIONA OS BANCOS ITALIANOS

Em evidência em Milão os bancos (+0,2% o índice do setor, melhor que o resto da Europa) sustentados pela queda das yields e pela redução do spread.

Positivo Unicredit (+1%), Ubi Banca (+1,8%) e Banco BPM (+1%). A recuperação do Banca Monte Paschi continua (+5%). 

EQUITA: BOLSA DE VALORES NÃO AVALIA EVOLUÇÃO DE NPLs

Um relatório da Equita mostra que nos últimos 12 meses os bancos italianos perderam 22% na bolsa, ainda que tenham reduzido os NPEs em 36% e o spread tenha caído 30 pontos base, com benefícios óbvios no balanço.
O otimismo volta também no Deutsche Bank +2% que perdeu quase 10% em duas sessões após o anúncio do maxi plano de recuperação.
Generais +0,2%. Entrou em negociações exclusivas para comprar a seguradora portuguesa Tranquilidade, informa a Reuters.

SNAM AVANÇA, TERNA E ITALGAS FRACA

No cabaz principal, destaca-se também o bom desempenho do Snam (+1,1%): o Exane Bnp Paribas elevou a recomendação de "outperform" de "neutro" e o preço-alvo para 4,9 euros face aos anteriores 4,8 euros. Assine em vez de Terna e Italgas, ambos -0,4%.

A Sale Atlantia aguarda a confirmação do interesse em participar da operação da Alitalia.

Well Inwit (+3,2%) depois de o Credit Suisse ter aumentado o preço-alvo para 10,40 euros de 8,7 euros, num quadro mais detalhado sobre a estrutura do acordo com a Vodafone nas torres.

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