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Dez perguntas a serem feitas antes de comprar um título bancário

Do BLOG ADVISE ONLY - Os títulos bancários sempre foram uma ferramenta muito popular entre os poupadores italianos, mas muitas vezes são comprados sem saber como funcionam e quais os riscos que correm.

Dez perguntas a serem feitas antes de comprar um título bancário

Os eventos recentes envolvendo Banca Marche, Banca Etruria, CariChieti e Cassa Ferrara e seus títulos subordinados ensinaram aos poupadores que investir nesses títulos não deve ser menosprezado. A lição foi dramática: todos acompanharam a dolorosa história do aposentado que se suicidou após perder suas economias. 

Então, aqui estão 10 perguntas a se fazer (e a se fazer) antes de comprar um título bancário, para evitar erros e erros potencialmente letais para seus ativos, pequenos ou grandes.

1) Que tipo de antiguidade tem o vínculo?

Conheça os vários graus de senioridade e subordinação das obrigações, desde as obrigações subordinadas juniores Tier 1 às obrigações seniores garantidas, porque o seu risco é muito diferente. No caso de resgate bancário, os vários tipos de obrigações serão afetados de forma muito diferente, com diferentes consequências para os seus investimentos.

2) Qual é a classificação do título e do emissor?

Claro, a classificação não conta toda a história. De fato, as agências de classificação cometeram grandes erros no passado, muitas vezes ficando atrás dos mercados financeiros. Mas a partir daí dizer que o rating é completamente inútil, segue: ele continua sendo uma importante medida de risco de inadimplência. Tenha em atenção que as obrigações Investment Grade, de qualidade média-alta, têm um rating igual ou superior a BBB, enquanto abaixo deste nível entramos no mundo dos High Yield, ou obrigações especulativas, com maior risco de incumprimento. Portanto: tenha cuidado e fique atento à classificação do que você compra. A notação, se atribuída, é indicada na Ficha de Produto e no Prospeto Informativo, que podem ser consultados genericamente no site do banco.

3) É listado e líquido?

Em primeiro lugar, verifique se os títulos propostos estão listados em um mercado regulamentado, como o MOT ou o EuroTLX. Se assim não fosse, para os poder vender antes do prazo, teria essencialmente apenas um possível comprador: o banco que os vendeu. O mesmo banco pode não estar disposto ou em posição de comprá-los de volta. Portanto, evite títulos não listados, se possível, porque eles correm o risco de se tornar uma armadilha para suas economias. Também é fundamental se atentar aos valores negociados e ao “livro” de negociação: eles oferecem informações importantes sobre a liquidez da ação. Um livro semi-vazio ou vazio significa que o título é ilíquido porque há poucas pessoas dispostas a comprar e vender o título. Observe também a largura do spread bid-ask (ou bid-ask). Melhor ver isso do que o preço, ou seja: 100x (preço de venda – preço de compra)/preço médio. Se esse número for muito grande, ou seja, se não estivermos falando de pontos-base (por exemplo, 0,25%), mas de pontos percentuais (por exemplo, 2%), isso significa que a ação é bastante ilíquida. O que significa que, se houver necessidade, vendê-lo e receber seu dinheiro de volta pode não ser um passeio no parque. O AdviseOnly calcula um indicador sintético de liquidez, que resume toda essa informação em um número entre 0 e 100.

4) Quais são as cobranças implícitas?

A remuneração de quem emite um título bancário com poupadores é dada pelos encargos implícitos: custos declarados no prospecto, mas que não são óbvios para o comprador desatento. Mas podem ser altos e impactar fortemente no resultado do investimento.

5) É um título estruturado?

Títulos estruturados são títulos que pagam cupom ou amortizam o principal com base no desempenho de uma cesta de títulos, índices financeiros ou moedas estrangeiras, às vezes de forma complexa e pouco intuitiva. Na minha opinião, eles devem ser evitados, porque costumam ser mais arriscados (e, em todo caso, geralmente não são particularmente lucrativos). Nunca compre o que você não entende.

6) É perpétuo?

Os títulos perpétuos não têm, em essência, vencimento. São normalmente títulos altamente subordinados, ou seja, com elevado risco de serem penalizados em caso de dificuldades bancárias ou incumprimento. Tire as consequências para si mesmo...

7) É conversível?

Existem obrigações que permitem ao emitente, ou seja, ao banco, converter a obrigação em ações – também já falámos sobre isso, com o caso da obrigação Veneto Banca. Há já algum tempo que é cada vez mais fácil encontrar as Coco bonds: obrigações híbridas convertíveis que se transformam automaticamente em ações do banco que as emitiu em determinadas condições, associadas a uma performance negativa do balanço do banco (mais precisamente, se o "índice principal Tier 1" cai abaixo de 5%). Desta forma, o banco alivia sua exposição à dívida. Mas o obrigacionista é penalizado, porque corre o risco de uma ação do banco que vai mal. Melhor evitar, o que acham?

8) Como é calculado o cupom?

Você deve deixar claro se o cupom é taxa fixa, variável ou taxa mista (fixa mais variável ou variável com mínimo e máximo). Todas as outras coisas sendo iguais, de fato, um cupom de taxa fixa é mais arriscado do que um de taxa variável, porque alonga a duração do título, aumentando a sensibilidade às taxas de juros.

9) Quanto rende a mais que um BTP do mesmo prazo?

Obviamente, os títulos de um banco italiano só valem a pena se, com o mesmo prazo, renderem mais que um título do governo italiano: talvez o banco seja mais sólido que o Estado? Mmmhhh. No entanto, se o spread, ou seja, a diferença de rendimento entre os dois títulos, for muito grande, significa que o título do banco é muito mais arriscado do que o título do governo. Portanto, pese os prós e os contras com cuidado.

10) Já possuo outros títulos do banco?

Esta é uma pergunta que você deve se fazer. Talvez seu banco tenha conseguido fazer você assinar muitos de seus títulos. Isso viola regras elementares de diversificação de portfólio, concentrando excessivamente os investimentos.

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