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Diálogos matemáticos: seis fórmulas que mudaram o mundo

A história do conhecimento através de seis fórmulas é o tema da nova edição da revista "Diálogos Matemáticos", organizada pela editora Mulino com a Music Foundation for Rome e com o patrocínio do CNR – Seis encontros no Auditório Parco della Musica em Roma de 21 de janeiro a 13 de maio.

Diálogos matemáticos: seis fórmulas que mudaram o mundo

Do teorema de Pitágoras, através do qual todo estudante começa a conhecer a Geometria, ao último teorema de Fermat, ao cálculo fundamental de Newton, da equação da Relatividade, ao "elegante" teorema de Gauss e aos da incompletude de Gödel e da indeterminação de Heisenberg, a história e empreendimento de conhecimento pode ser reconhecido em algumas fórmulas, muitas vezes simples, elegantes e tão concisas de ler quanto complexas, misteriosas e muito ricas em conteúdo, que revelam também acontecimentos pessoais, desafios intelectuais, viradas dramáticas na história da humanidade e revoluções de pensamento. Seis fórmulas capazes de descrever e sintetizar grandes porções do mundo e seu funcionamento.

Os interlocutores destes Diálogos serão matemáticos, físicos, lógicos, filósofos, psicólogos, geneticistas: Vicenzo Barão,Cláudio Bartocceu, Arnaldo Benini,Remo Bodei, Edoardo Boncinelli,Humberto Bottazzini, Massimo Bucciantini,Laura Catastini, Franco Ghione, Giulio Giorello,Paulo Legrenzi, Gabriel Loli, Piergiorgio Odifreddi, Guido Tonelli, e com a participação de Massimo popolizio. Todas as reuniões serão apresentadas e moderadas por Pino Donghi.

O PROGRAMA

– 21 de janeiro de 2018 às 11h

a2 + b2 = c2

PITÁGORAS, O PAI DE TODOS OS TEOREMAS

Remo Bodei e Umberto Bottazzini

Entre as muitas lendas que acompanham o teorema de Pitágoras, uma conta como o filósofo teria formulado seu teorema enquanto, sentado em um grande salão do palácio de Polícrates em Samos, observava os ladrilhos quadrados do piso, talvez vendo um deles "perfeitamente" quebrado na diagonal… história ou lenda, se foi Pitágoras quem o descobriu ou se já era conhecido entre os babilônios, na China e na Índia, o teorema da geometria euclidiana que estabelece a relação entre os lados de um O triângulo retângulo marca um dos pontos de partida da civilização, do desenvolvimento cultural, da filosofia e da estética… assim como o primeiro teorema que todos estudamos na escola.

– 11 de fevereiro de 2018 às 11h

E = mc2

EINSTEIN, RELATIVIDADE, ESPAÇO E TEMPO

Vincenzo Barone e Arnaldo Benini

Entre as fórmulas que acompanharam a revolução "relativista" do início dos anos 900, superando a grande síntese newtoniana, a da relação entre massa e energia é também uma das mais icônicas da história do pensamento. Simplicidade e elegância aliadas a um poder explicativo capaz de subverter o conhecimento e abrir inúmeros horizontes à pesquisa científica e à investigação do significado. Com a "relatividade especial", todas as ideias convencionais sobre o mundo, a partir das noções de espaço e tempo, são questionadas: as equações de Albert Einstein tornam-se uma visão do mundo, aquele em que vivemos. E como podemos entender o mundo sem uma noção de tempo?

– 18 de março de 2018 às 11h

GAUSS, O TEOREMA ELEGANTE

Laura Catastini, Franco Ghione, Guido Tonelli

Em 1827 Gauss publicou uma pesquisa destinada a mudar definitivamente a história da matemática e do pensamento filosófico sob o título Disquisitiones generales circasurfaces curvas. Nesta obra Gauss indica o caminho para desenvolver coerentemente uma geometria em um ambiente bidimensional curvo, com seus segmentos, círculos, triângulos. Nesses espaços, Gauss prova que a área de um triângulo A,B,C não depende do comprimento de seus lados, mas do tamanho de seus ângulos internos. Infinitas outras novas geometrias tornam-se possíveis, mesmo aquelas em que a soma dos ângulos internos pode ser maior ou menor que 180°... e nossa imagem do universo pode se desenvolver livremente quebrando as grades da jaula euclidiana.

– 8 de abril de 2018 às 18h

NEWTON, O CÁLCULO DA CIÊNCIA MODERNA

Massimo Bucciantini e Giulio Giorello

“Elaborei um método geral que é aplicado, sem ter que recorrer a nenhum cálculo complicado, não só para desenhar tangentes e curvas de qualquer tipo [...] . Assim escreveu, de próprio punho, Isaac Newton anunciando a descoberta do teorema fundamental do cálculo, cuja relação básica mostra como "integração" e "diferenciação" são o inverso um do outro, isso teve um enorme impacto no estudo de trajetórias e dos movimentos dos corpos em movimento e sua velocidade. No centro de uma controvérsia que opôs os seguidores de Newton na Inglaterra aos de Leibniz no continente europeu, o teorema fundamental do cálculo representa um dos resultados científicos mais significativos dessa grande revolução que, anunciada pelas teorias astronômicas de Copérnico, passando por Kepler e Galilei, chega-se à síntese newtoniana, ou seja: o nascimento da ciência moderna.

– 22 de abril de 2018 às 11h

an + bn =/ cn

FERMAT, O DUELO DA SOLUÇÃO

Paolo Legrenzi e Piergiorgio Odifreddi

Os egípcios já sabiam que 9 + 16 = 25, ou seja, 32 + 42 = 52. E os pitagóricos descobriram infinitos exemplos de tríades de inteiros análogos. Em 1637, Pierre de Fermat mostrou que não é possível encontrar números inteiros tais que a4 + b4 = c4, e imaginou que também não era possível para nenhum outro expoente diferente de 2. Ele estava certo, mas demorou mais de 350 anos pois Andrew Wiles provou isso. Esta história milenar é uma verdadeira saga, e neste encontro contaremos algumas anedotas e alguns antecedentes.

– 13 de maio de 2018 às 11h

GÖDEL E HEISENBERG, OS PRINCÍPIOS DA DÚVIDA

Claudio Bartocci, Edoardo Boncinelli, Gabriele Lolli e com a participação de Massimo Popolizio

A prova de 1930 de Kurt Gödel de que, em uma teoria matemática que satisfaça certas condições mínimas, é possível construir uma proposição sintaticamente correta que não pode ser provada nem refutada dentro da teoria, com a consequência de que a coerência da teoria não é demonstrável na própria teoria, juntamente com o princípio da incerteza enunciado pelo físico alemão Werner Heisenberg em 1927, que estabelece limites para o conhecimento da posição ou velocidade de uma partícula subatômica, representam dois pilares do pensamento não só para o desenvolvimento das respectivas disciplinas, a matemática e física, mas para a pesquisa epistemológica e para a filosofia da ciência do século XX, e não só disso. Talvez também na medida dessa relevância, tenham ocorrido muitos equívocos e fugas metafóricas sobre as quais podemos refletir hoje sedatis motibus. Sem esquecer que os pressupostos teóricos da "interpretação de Copenhague" inspiraram uma das apresentações teatrais de maior sucesso dos últimos vinte anos.

Para mais informações www.mulino.it  ewww.auditório.com.

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