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Confindustria: recuperação face ao primeiro trimestre de 2015

Segundo o CsC, o primeiro trimestre de 2015 fechará com PIB positivo de 0,2%, que subirá para +0,5% no ano – “O cenário econômico mundial parece melhor do que há três meses” – Inflação remonta apenas a 2016 – Rendimentos aos níveis de 1997, perderam 3.700 euros cada um em 2007 – 8,6 milhões de pessoas estão desempregadas.

Confindustria: recuperação face ao primeiro trimestre de 2015

O Centro de Estudos Confindustria corta suas previsões sobre a evolução do PIB italiano. As novas estimativas falam de uma recessão de 0,5% em 2014 (de -0,4% indicada em setembro), seguida em 2015 e 2016 de crescimentos de 0,5 e 1,1% respetivamente. E ainda, “a manutenção da previsão para 2015 nos valores apontados em setembro - explicam os economistas da viale dell'Astronomia - mesmo num contexto muito mais favorável, já é um sinal de confiança no que diz respeito às previsões baixistas feitas por maioria dos analistas, especialmente internacionais". Em detalhe, segundo o CSC, a Itália sairá da recessão já no primeiro trimestre de 2015, que fechará com um PIB positivo de 0,2%, e "o cenário económico mundial parece melhor do que há três meses", ainda que “a incerteza permanece”.

O PERIGO DA "CLÁUSULA DE SALVAGUARDA"

Um fator que pode pesar na evolução futura do PIB italiano é a possível aplicação da cláusula de salvaguarda incluída na Lei de Estabilidade, que prevê um aumento de impostos indiretos de 12,8 bilhões de euros, 0,8% do PIB. Se a cláusula fosse acionada “faria com que a economia voltasse à recessão – escreve Confindustria -. Evitar a sua aplicação é, portanto, necessário para estabilizar o país na sua rota renovada de crescimento”.

O LASTRO DA CORRUPÇÃO: 300 BILHÕES PERDIDOS EM 20 ANOS

O obstáculo mais importante a superar, porém, é a corrupção, que representa um "lastro de desenvolvimento - prossegue o estudo - um verdadeiro travão ao progresso económico e civil", a ponto de o aumento de um ponto na corrupção estar correlacionado com a diminuição na taxa de crescimento anual do PIB per capita de 0,8 pontos percentuais.

Por outro lado, se o país conseguisse reduzir a corrupção ao nível da Espanha, nossa taxa de crescimento anual aumentaria 0,6 pontos percentuais, e se com Mãos Limpas a Itália reduzisse a corrupção ao nível da França (-1%), o 2014 O PIB teria sido superior em cerca de 300 mil milhões (5 mil euros por habitante).

Para trazer estruturalmente a Itália de volta a um ritmo de desenvolvimento "muito superior aos atuais - continuam os analistas do CSC - é crucial reduzir drasticamente a corrupção, que é a ponta do iceberg da ilegalidade generalizada e do desrespeito às regras . Na luta contra a corrupção, as empresas, com a ajuda de suas associações, podem dar uma contribuição decisiva adotando códigos de conduta eficazes e aplicando sanções de ostracismo generalizadas para aplicá-los. Portanto, com as devidas precauções, as empresas italianas e suas associações têm os recursos necessários para vencer” esta batalha.

INFLAÇÃO VAI SUBIR APENAS EM 2016 (0,6%)

Quanto à dinâmica da inflação, segundo a Confindustria em 2014 e 2015 ela se estabelecerá em 0,2%, enquanto em 2016 voltará a subir para 0,6%. A deflação, em todo o caso, não assusta: o CSC exclui “a materialização de um processo generalizado de redução dos níveis de preços em Itália”.

RENDA A NÍVEIS DE 1997, PERDEU 3.700 EUROS CADA PESSOA DESDE 2007

O relatório revela ainda que os rendimentos dos italianos voltaram este ano aos níveis de 1997, com uma perda de 3.700 euros por habitante desde 2007 (-12,3%). A regressão levou à renúncia a seis semanas por ano de consumo: como se as famílias italianas parassem de gastar em meados de novembro.

Precisamente das previsões sobre a evolução do consumo, porém, surgem os primeiros indícios positivos: este ano a despesa das famílias – nas previsões da CSC – aumentará 0,2%, mas o aumento será de 0,5% em 2015 e para 0,8% em 2016.

8,6 MILHÕES DE PESSOAS SEM TRABALHO

Muito menos animador é o quadro do lado trabalhista. De fato, da viale dell'Astronomia, eles fazem saber que hoje na Itália existem 8,6 milhões de pessoas total ou parcialmente desempregadas. O mercado, portanto, continua “fraco”. Segundo os cálculos dos economistas da Confindustria, aos 3 milhões e 300 mil desempregados estimados no terceiro trimestre de 2014 (+113,2% face a sete anos antes) devemos acrescentar dois outros grupos de desempregados: os trabalhadores a tempo parcial involuntários (2 milhões e 595 mil, +111,8%) e os não-empregados que estariam disponíveis para trabalhar mas não realizaram ações de investigação ativa por desânimo (1 milhão e 708 mil indivíduos, +73,4%) ou por aguardarem pelo resultado de ações de pesquisa anteriores (725 mil).

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