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Brasil: Termina a era de Teixeira, patrão do futebol verde e dourado

Após 23 anos, presidente da Federação Brasileira de Futebol pede demissão – Acabou a era de polêmicas e escândalos, mas também de sucessos – Ele é creditado por trazer a Copa do Mundo de volta ao Brasil e colocar as contas da federação em ordem – Em seu lugar José Maria Marin, 79 anos.

Brasil: Termina a era de Teixeira, patrão do futebol verde e dourado

A era de Ricardo Teixeira terminou com carta de demissão, oficialmente por motivos de saúde, personagem polêmico do futebol verde e dourado. Seu lugar já foi ocupado pelo vice-presidente da CBF, a Federação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, de 79 anos. Ele terá que transportar o país rumo à Copa do Mundo de 2014 e já prometeu que dará continuidade ao trabalho do antecessor.

Sua gestão foi muito controversa, com alguns destaques e muitas sombras. Durante os 23 anos em que presidiu ao futebol verde e dourado, colocou em ordem as contas da Federação de Futebol, registando em 2010 um património de 35 milhões de euros. Nos anos 90 reorganizou os campeonatos do país introduzindo o grupo "à italiana", a pedido da opinião pública, e criou condições para que patrocinadores e televisões fizessem maiores investimentos no mundo do futebol. Entre seus sucessos também a criação da Copa do Brasil que permitiu que clubes menores conquistassem espaço em torneios internacionais. Mas, acima de tudo, o mérito de ter trazido a organização da Copa do Mundo de volta ao Brasil depois de 64 anos. Também não devem ser esquecidos os dois títulos (1994 e 2002) conquistados pela Seleção.

E um dos protagonistas do mundial americano expressou toda a sua satisfação após a demissão de Teixeira: "Hoje podemos comemorar – ex-bomba Romário, agora parlamentar, comentou duramente no Facebook Nós erradicamos o câncer do futebol." O ex-dirigente do futebol verde e dourado tem, de facto, estado no centro de muitos escândalos, investigações jornalísticas e comissões parlamentares que ao longo dos anos têm tentado desvendar episódios de corrupção, facturas falsas, contrabando e branqueamento de capitais em paraísos fiscais. Após o enésimo caso revelado em fevereiro pelo jornal Folha de S. Paulo, os holofotes voltaram-se para ele. A demissão seria consequência das últimas suspeitas que começaram a pairar sobre o homem mais importante do futebol brasileiro. Sua posição incômoda, de fato, arriscou criar mais atritos nas relações entre a Fifa e o governo brasileiro, que na semana passada foi duramente criticado pelo secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, devido ao atraso nas obras para a próxima Copa do Mundo.

Por outro lado, outro protagonista de 1994, Bebeto, lamentou a demissão.Em campo, era companheiro fixo de Romário, nas declarações oficiais se distanciava completamente do ex-gêmeo do gol. Assim como Ronaldo, grande aliado e defensor do patrão do futebol: “Lamento a demissão de Ricardo Teixeira – disse o Fenômeno – mas devemos respeitar sua decisão de cuidar da saúde e da família. Termina uma era histórica para o futebol brasileiro e abre-se outro parêntese bem em meio a uma fase delicada. A próxima Copa do Mundo está chegando e teremos que ver como a Federação de Futebol, agora sem seu chefe, concluirá os preparativos.

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