Na noite entre quinta e sexta-feira, os Estados Unidos bombardearam o aeroporto de Bagdá em um ataque aéreo, Iraque, matando o poderoso general iraniano Qassem Suleimani, bem como vários milicianos iraquianos.
O Pentágono fez saber que o ataque do drone é ordenado pelo próprio presidente, Donald Trump, que não informou o Congresso sobre a decisão e se limitou a postar uma bandeira americana no Twitter algumas horas depois.
QUEM FOI O GENERAL SULEIMANI
Il General Suleimani, um dos homens mais populares do Irã, era o chefe das Forças Quds, um corpo especial da Guarda Revolucionária Iraniana encarregado de operações no exterior. Além de ser o coordenador das ações militares iranianas em diversas áreas de crise no Oriente Médio, a começar pela Síria e Iraque, Suleimaini também comandava a inteligência de Teerã e era muito próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
O PERIGO DE UMA GUERRA EUA-IRAN
Sua morte é o ato de guerra mais grave realizado pelos Estados Unidos contra o Irã nos últimos quarenta anos e corre o risco de ter consequências muito graves, porque Teerã não poderá deixar de responder. Os antecessores de Trump na Casa Branca sempre engavetaram o plano de eliminar Suleimaini justamente por medo de abrir um conflito militar com o Irã.
AS JUSTIFICAÇÕES DOS EUA
O chefe da defesa dos EUA, Mark Esper, escreveu em comunicado que "o general Suleimani estava desenvolvendo ativamente planos para atacar diplomatas americanos e outro pessoal no Iraque e em toda a região" e acrescentou que já havia se responsabilizado no passado pelas mortes de centenas de militares americanos.
O QUE ACONTECEU NO ÚLTIMO MÊS
Em dezembro, o assassinato de um empreiteiro americano já havia levado a outro ataque militar dos EUA contra a milícia iraquiana pró-iraniana Kataib Hezbollah. Por sua vez, essa missão havia provocado - entre terça e quarta-feira desta semana - o assalto à embaixada dos Estados Unidos em Bagdá por milhares de manifestantes pró-iranianos.
TEERÃ FALA DE UM "ATO DE TERRORISMO INTERNACIONAL"
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, chamou o ataque dos EUA de "ato de terrorismo internacional" e enfatizou que Suleimani era "a força mais eficiente na guerra contra o ISIS", como coordenador das milícias iraquianas pró-iranianas na guerra contra o Estado Islâmico no Iraque . Teerã já anunciou retaliação contra os EUA.
O GOVERNO DO IRAQUE TAMBÉM CONDENA O ATAQUE
Quanto ao governo iraquiano, aliado tanto dos Estados Unidos quanto do Irã, o primeiro-ministro Adil Abdul Mahdi (xiita) condenou o ataque dos EUA, qualificando-o de "uma agressão" e uma "violação flagrante" do acordo de segurança que permite às forças militares dos EUA estar presente no Iraque.