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O BCE, a Internet e os gigantes do petróleo estão aquecendo os mercados, mas cuidado com a Catalunha

A "pomba" de Draghi no Qe, os resultados brilhantes da Alphabet, Amazon e Microsoft e o petróleo a 60 dólares animam as bolsas, mas a crise catalã pode arruinar o feitiço - Desde o início do ano, a Piazza Affari ganhou 18,5% e o spread cai para 151 bps

O BCE, a Internet e os gigantes do petróleo estão aquecendo os mercados, mas cuidado com a Catalunha

Não se preocupe, a festa pode continuar. É o que pensam os mercados depois dos sinais vindos do Banco Central Europeu, mais "pomba" do que as previsões já optimistas. As listas de ações voam, os spreads são reduzidos em benefício dos BTPs e outros periféricos. O euro caiu, de 1,18 para 1,163 em relação ao dólar, ao menor nível desde julho, dando novo fôlego aos estoques industriais.

Ontem à noite, com a bolsa fechada, os resultados brilhantes da Alphabet, Amazon e Microsoft, três gigantes com um valor total de 1.700 bilhões de dólares, e a alta do preço do petróleo contribuíram para um final de outubro em alta. contas da Big oi, inclusive da Eni. Em meio a tanta euforia, alimentada também pelo avanço da reforma tributária norte-americana, correm o risco de desaparecer os diversos motivos de tensão geopolítica (Catalunha, Coreia do Norte, Oriente Médio) que poderiam descarrilar o comboio do aumento e uma consideração : em 2018 os mercados ainda terão menos dinheiro disponível para suportar o encargo de compra.

Em 2017, segundo o Pictet, choveram nos mercados 2 biliões dos cinco principais bancos centrais, um número sem precedentes. Em 2018 haverá a primeira reversão de tendência, a começar pelo Fed, que começará a drenar parcialmente os títulos vincendos. Em setembro, o BCE se juntará ao coro em vista de 2019, o ano da mudança, quando a Itália perderá seu anjo da guarda em Frankfurt, Mario Draghi.

AMAZON NAS ESTRELAS (+7%), MICROSOFT NAS NUVENS (+4,5%)

São inúmeras as ideias que chegam dos mercados, começando depois da Bolsa de Valores de Wall Street. A Alphabet (anteriormente Google) subiu 3% no after hours depois de anunciar um crescimento de receita de 24%, para US$ 27,77 bilhões, devido à forte expansão da publicidade móvel.

A Amazon foi ainda melhor, estável durante a sessão e depois saltando 7,6% após os resultados sustentados pelas vendas excepcionais do Prime Day. Entretanto, a notícia da autorização de alguns estados dos EUA para vender medicamentos via Amazon causou a queda de estoques de saúde.

Até a Microsoft supera amplamente as previsões graças ao aumento de dois dígitos dos serviços em nuvem. As ações da gigante do software subiram 4,5% após a Bolsa, apesar das contas piores do que o esperado da subsidiária Nokia (-17%). A capitalização da Microsoft ultrapassou o máximo retornado em 1999 antes das sentenças impostas pelo US Antitrust.

O dia de ouro da tecnologia foi completado pelo aumento no Twitter (+20%) rumo ao primeiro lucro trimestral de sua história.

ÁSIA SUBIU NOVAMENTE, NIKKEI AO NÍVEL DE 1996

Enquanto aguarda os balanços, Wall Street experimentou uma sessão mista. Tanto o Dow Jones +0,31% quanto o S&P 500 +0,13% fecharam em território positivo. O Nasdaq caiu -0,11%, pressionado pelo colapso da gigante de biotecnologia Celgene (-16,4%). A ênfase no nome do presidente do Fed continua. Segundo o Politico, apenas Jerome Powell e John Taylor permanecem na disputa, mas, ao que tudo indica, Donald Trump ainda quer ganhar tempo.

A recuperação das ações de tecnologia em Wall Street impulsionou as ações asiáticas esta manhã. O índice Nikkei (+1%) registrou mais uma alta. Terreno positivo para todos os outros mercados: Hong Kong +0,8%, índice CSI 300 das bolsas de Xangai e Shenzhen +0,4%, Seul +0,5%, Mumbai +0,1%.

ARÁBIA EMPURRA BRUDE. AS CONTAS ENI ESTÃO AQUI

O petróleo também é destaque. Nesta manhã, os preços do Brent estão a um passo da barreira dos 60 dólares (59,40) nas máximas do ano. O WTI é negociado a 52,64 dólares, a maior alta desde abril. A subida está também condicionada pelo pronunciamento da Arábia Saudita que se pronunciou a favor do restabelecimento do equilíbrio na oferta mundial de petróleo bruto. O príncipe saudita Mohammed bin Salman disse isso em entrevista à Bloomberg.

Enquanto aguardava a publicação dos dados da Eni (ontem +0,87% para 13,92 euros) Tenaris brilhou +1,45% que beneficiou do plano de investimentos da petrolífera estatal argentina Ypf. 

LOCAL DE NEGÓCIOS: +18,5% DESDE O INÍCIO DO ANO. MADRI DE ALTA TENSÃO

Sacos voam nas asas da pomba Draghi. A redução suave do Quantitative Easing é bem aceita pelas tabelas de preços do Velho Continente, que temiam diabinhos escondidos nos detalhes. O Qe durará até dezembro em sua forma atual (60 bilhões por mês) e continuará até setembro a uma taxa de 30 bilhões por mês.

Milão era a praça mais efervescente da Europa. O índice Ftse Mib, que acelerou fortemente durante a tarde, fechou em 22,807 com alta de 1,61%, próximo das máximas do ano (22.850 pontos). O índice italiano confirma-se assim como o melhor desde o início do ano com uma subida de cerca de +18,5%.

Paris (+1,50%) e Frankfurt (+1,39%) também marcaram presença. Discussão separada para Madrid (+1,9%). A Bolsa de Valores entra em combustão quando um acordo se aproxima: nenhuma declaração de independência, eleições antecipadas. Mas à noite as festas voltam a endurecer. Um dia muy caliente se aproxima.

A economia da Espanha crescerá pouco mais de 3% este ano, apesar dos apelos pela independência da rica Catalunha. A informação é do ministro da Economia, Luís de Guindos. As listas fora da Zona Euro também subiram: Zurique +1,25%, Londres apenas +0,53%.

BTP ABAIXO DE 2%, SPREAD PARA 151. LEILÃO DE BOT HOJE

O mercado de títulos se recuperou após o veredicto do Banco Central Europeu sobre a flexibilização quantitativa. A taxa italiana de 1,944 anos, após cair para 1,974%, a menor desde o início de setembro, fixou-se em 2,033%, de 151% no final da sessão de ontem. O spread com a mesma maturidade do Bund estreitou-se para 2016 pontos base, o mais baixo desde meados de dezembro de 154, para fechar em 156 pontos base face aos XNUMX pontos base da véspera.

O BCE, diretamente e por meio do Banco da Itália, compra atualmente cerca de 9 bilhões de euros por mês em títulos públicos italianos. A partir de janeiro, as compras continuarão em um ritmo substancialmente reduzido pela metade por pelo menos mais 9 meses.

Segundo estimativas do estrategista do UniCredit Luca Cazzulani, a extensão das compras do BCE em 2018 cobrirá 70-80% das emissões líquidas de títulos do governo italiano no próximo ano, quando - pela primeira vez após três anos - o equilíbrio entre vencimentos e nova oferta, considerando as compras feitas pelo BCE, terá um retorno positivo, para cerca de 20 mil milhões.

Na frente primária, a rodada de leilões de final de mês, que começou com a colocação de 3 bilhões do novo Ctz em outubro de 2019 e 1,25 bilhão do Btpei em maio de 2028, continuará hoje com a oferta de BOTs semestrais, oferecidos por um montante de 6 mil milhões, contra 6,6 mil milhões de euros de títulos vincendos.

No final da sessão, no mercado cinza de Mts, o Bot de abril de 2018 estava descontando um rendimento de -0,364%, acima da mínima histórica de -0,382% registrada no final de setembro.

STM SUPERSTAR (+12%) BATE ESTIMATIVAS

A principal ação do dia foi Stm (+12%) que retorna ao seu esplendor do início do milênio em 19,84, o preço que alcançou em 2004. A joint venture ítalo-francesa de semicondutores, desde 18 de setembro, voltou a entrar no Cac 40, a cesta das blue chips, divulgou dados que superam as previsões já animadoras. O lucro líquido foi de US$ 326 milhões, uma melhora acentuada em relação aos US$ 71 milhões do ano anterior. A margem bruta sobe para 39,5%, bem dentro da meta da empresa. O ano de 2017 deve fechar com um aumento de 18% na receita ano-a-ano, com uma melhora substancial na rentabilidade. Tanto os números trimestrais quanto as previsões estão acima das estimativas dos analistas. 

DRAGHI SHOCKS ENEL

O sector das utilities esteve em grande evidência (+1,7% do índice Eurostoxx para o sector) na sequência das decisões do BCE, que afastam o risco de subida das taxas de juro. A Enel acelera em uma ascensão notável atingindo os novos máximos desde 2009 em 5,285 euros. Nos primeiros nove meses de 2017, a geração líquida de eletricidade do grupo Enel foi de 184,471 GWh, uma queda de 5% em relação ao ano anterior. Isso foi relatado no relatório de dados operacionais do grupo divulgado antes da aprovação dos resultados econômico-financeiros pelo conselho de administração. Italgás +2,2%.

BANCOS, A REUNIÃO DO MPS CONTINUA

Em sentido inverso, pelo mesmo motivo, os bancos contrastaram: o índice italiano avançou 0,4%, em linha com o setor europeu. Unicredit +0,1%, Intesa Sanpaolo +1%, Banco Bpm -0,5%. No entanto, o rali do MPS continuou: +3,91% para 4.728 euros. A Mediobanca Securities retomou hoje a cobertura com “neutro” e um target de 5 euros. 

Também em alta estão o Fineco Bank (+2,8%) e o Banca Mediolanum (+2%). Entre as poucas ações, a Banca Intermobiliare recupera +17% após a queda catastrófica da véspera (-41,7%). No entanto, a ação continua distante do preço da oferta pública lançada pela Attestor Capital.

FCA PREMIADA POR GOLDMAN SACHS E MORGAN STANLEY

A Fiat Chrysler subiu cerca de 3% após relatórios de alguns bancos de investimento comentando os resultados do trimestre. A Morgan Stanley elevou o preço-alvo para 16 euros face aos 15 euros anteriores, confirmando o rating Overweight. O Goldman Sachs revisou seu preço-alvo de 25,5 euros para 25,3 euros. Julgamento Compra confirmada. Ambas as empresas esperam uma forte geração de caixa no futuro, graças ao bom desempenho da área do NAFTA e destacam como alguns ativos, em particular Magneti, Jeep e Maserati, estão subvalorizados.

PARADA DE LUXO, RECORDE DE CAMPARI

No luxo, Moncler cai (-1,4%). O fundo Eurazeo, acionista do grupo, anunciou esta manhã ter alienado 8,5 milhões de ações, equivalentes a 3,34% do capital, a 24,48 euros por ação, mantendo 5,3%. 

Ferragamo recuperou no final -0,18%, que foi afetado hoje por um rebaixamento para "underperform" por um corretor italiano nas expectativas de um trimestre fraco, após um comentário semelhante do JP Morgan ontem. Luxottica +1%.

Campari atinge novos máximos históricos: +3%.

REGISTRO, CUPOM ANTECIPADO. FILA DÁ COR AOS PIRs

A Recordati fechou os primeiros nove meses de 2017 com um resultado líquido a crescer 20,6% para 219,8 milhões, contra um volume de negócios de 963,8 milhões (+11,8%). O grupo farmacêutico anunciou ter aprovado um dividendo intercalar de 0,42 euros que compara com 0,35 euros em 2016. O dividendo intercalar será pago a partir de 22 de novembro com destaque a 20.

Banca Ifis +1,5% para 48,20 euros consolida as subidas (+87% desde o início do ano). O instituto, especializado em factoring e gestão de Npl, apresentou em Milão uma prévia da plataforma web TiAnticipo para o financiamento de créditos certificados dedicados a empresas que trabalham com a Administração Pública e que estará oficialmente online a partir de 31 de outubro.

Fila (+1,4%) fechou bem a €18,85. Desde o início do ano +40%. A empresa líder no setor de cores foi incluída entre as ações do PIR com maior potencial de acordo com o Mediobanca. A empresa está incluída tanto na lista de oportunidades de curto prazo quanto na lista de melhores ações de médio e longo prazo. A avaliação dos analistas do Mediobanca é Outperform, com um preço-alvo de 22,5 euros, o que significa um upside potencial superior a 20%.

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