comparatilhe

Seguros e faturas de energia: inquérito a 33 empresas para “ofertas combinadas”

A investigação do IVASS, Antitruste e Autoridade de Energia diz respeito a apólices de seguro combinadas com contratos de fornecimento de eletricidade, gás e água - estão envolvidos 20 operadores de energia e 13 seguradoras.

Seguros e faturas de energia: inquérito a 33 empresas para “ofertas combinadas”

O Instituto de Supervisão de Seguros, juntamente com as Autoridades Antitruste e de Eletricidade, abriu uma investigação “a 20 operadoras de energia e 13 seguradoras” para o fenômeno das ofertas combinadas, ou seja, apólices de seguro combinadas com contratos de fornecimento de eletricidade, gás e água. Isso foi revelado esta manhã em Roma por Salvatore Rossi, presidente da IVASS, durante seu discurso na reunião anual da Associação de Companhias de Seguros. O nome da operação é “Você está segurado e talvez não saiba”. A investigação foi iniciada em abril.

As ofertas combinadas, espalhadas por todo o mundo, na Itália envolvem mais de 15 milhões de cidadãos, aos quais são oferecidos mais de 1.600 tipos diferentes de "pacotes" derivados de acordos comerciais entre seguradoras e operadores econômicos de vários tipos. A tendência das empresas energéticas envolve 2 milhões de segurados e mais de 33 milhões de euros em prémios.

ALTERAR AS REGRAS SOBRE MULTAS IVASS

Além disso, segundo Rossi, é preciso alterar a legislação que rege as sanções impostas pelo IVASS às seguradoras, "porque sua eficácia é quase nula" e "não pagá-las é a regra", a ponto de, em 2014, "em face a provisões de cerca de 4 milhões, menos de 300 mil euros correram para os cofres do Tesouro”.

REGULAMENTO DO ÓRGÃO DE FISCALIZAÇÃO ATRASADO EM MAIS DE UM ANO

Rossi sublinhou ainda que o regulamento governamental para a criação do órgão de fiscalização dos mediadores de seguros está mais de um ano atrasado, solução semelhante à lançada anteriormente para os consultores financeiros com o registo supervisionado pela Consob. 

“O regulamento do governo que deveria implementar o dispositivo legal nunca foi editado, embora tenha passado um ano desde o prazo fixado – observou Rossi -. Até o momento, não é possível prever resultados e tempos. Parece-me um estudo de caso daquelas disposições legislativas cuja implementação regulamentar é adiada para as calendas gregas num clima de incerteza e obstrucionismo por parte de portadores de interesses privados, aliás mal-entendidos”.

A RECEITA IVASS PARA CONSUMIDORES

Em seu discurso, Rossi também ilustrou a filosofia da IVASS para a proteção do consumidor: “Devemos nos esforçar para entender as escolhas do consumidor em um mundo de contínuas inovações tecnológicas e financeiras que apresentam não apenas riscos, mas também oportunidades – disse -. A melhor defesa do consumidor, além de uma concorrência sã, reside numa comunhão de interesses, tanto dos poderes públicos para colmatar as assimetrias de informação do mercado, como das empresas bem geridas para salvaguardar a sua reputação a longo prazo”.

Comente