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Assembly Tim, a paz morna de Elliott-Vivendi irrompe

Assembleia de acionistas da Telecom abre com o sinal tranquilizador invocado pelo CEO Gubitosi: o acionista francês, que detém 23,9%, renuncia ao pedido de mudança dos 5 administradores indicados por Elliott, missão impossível com o CDP a subir para 9,89% do capital – Ações salto de mercado – Gubitosi: “A diretoria vai ficar assim por mais três anos” – VÍDEO.

Assembly Tim, a paz morna de Elliott-Vivendi irrompe

"Espero que as divisões sejam superadas e que o acionista Vivendi reveja sua posição". A assembléia de acionistas da Telecom Italia abre com estas palavras o diretor administrativo Luigi Gubitosi, e o convite foi imediatamente aceito por Caroline Le Masne De Chermont, representante do acionista francês que detém 23,9% da TLC e que teve o voto pela revogação de cinco diretores executivos marcados na ordem do dia: “A Vivendi investiu 4 bilhões na Tim e está interessado em restabelecer a harmonia, no interesse de todos os acionistas – disse De Chermont -. Só havíamos pedido uma mudança de governança, não estamos aqui para mudar tudo. Queremos um conselho mais independente e transparente mas estamos prontos para aceitar o pedido de Ad Gubitosi”. A revogação dos administradores, incluída nos pontos 6 e 7 da ordem do dia e sobre a qual a assembleia geral decidiu adiar com 95,35% dos votos a favor, não foi, portanto, votada e o sinal de flexibilização atingiu os mercados de forma muito clara: a ação da Tim, já imediatamente após as declarações de Gubitosi e Vivendi, disparou na Bolsa, onde atingiu 4% pouco antes do meio-dia, acima de 0,56 euros por ação, fechando então acima de 2%.

“Estamos todos muito satisfeitos, eu a diretoria e os acionistas porque vocês viram que foi decidido com um percentual muito alto, todos os grandes nomes votaram a favor da eliminação de uma questão controversa e, portanto, hoje foi o primeiro passo de uma longa marcha que faremos juntos", comentou o CEO Gubitosi ao final da reunião, adiando diante dos jornalistas o pedido não tão velado - da Vivendi - de renovação do conselho em troca da renúncia à troca de cinco diretores: "Sem alterações estão previstos na diretoria, que permanecerá no cargo até o final de 2021 conforme planejado”, interrompeu o gestor. A jogada da Vivendi aliás já estava no ar na véspera, dado que os franceses, apesar de serem os principais accionistas da Telecom com quase 24%, simplesmente não tinham números para trazer para casa o resultado desejado, depois de estarem 'acuados da aquisição da Cdp, que dentro de um ano tem dobrou sua participação no capital da TLC, passando de 4,9 para os atuais 9,89%.

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A Cassa Depositi e Prestiti pendeu assim a balança a favor do fundo norte-americano Elliott, que detém 9,5% e na assembleia já contou com o apoio de fundos institucionais estrangeiros, por sugestão dos proxy advisors ISS, Frontis e Lewis. Com o fim das hostilidades da Vivendi, caiu também a nomeação dos cinco novos diretores, propostos na véspera da transalpina e que teriam sido Franco Bernabè, Rob van der Valk, Flavia Mazzarella, Gabriele Galateri di Genola e Francesco Vatalaro através. “A Vivendi – acrescentou o CEO Gubitosi – tem muito a dar à Telecom, Espero que possamos trabalhar harmoniosamente, dividir novamente seria errado. A coesão vai melhorar com o tempo e estou convencido de que um clima de confiança será restaurado entre os membros”.

Em seu discurso, Gubitosi aludiu à necessidade de “uma descontinuidade na gestão da Tim. 2019 será um ano importante, precisamos nos concentrar na execução do plano de negócios. A empresa deve ser mais uma vez protagonista da inovação, começando pelo 5G: a Tim tem história e know-how para enfrentar esse desafio. O acordo com a Vodafone mas também a discussão com a Open Fiber para a rede e o acordo alcançado com os sindicatos vão neste sentido de crescimento e inovação. No entanto, persistem muitos problemas, a começar pelo aumento dos custos, que terão de ser cortados”. O plano de Gubitosi prevê voltar à plena rentabilidade até o final do plano, em 2021: o Ebitda, em 2018, foi de 7,4 bilhões, praticamente pela metade ante os 13 bilhões de 2006, último ano da gestão industrial italiana. A dívida líquida, que em 2018 ainda era superior a 25 mil milhões, terá que ser reduzido em pelo menos três bilhões em dois anos. Após as tréguas recolhidas durante o encontro, a Telecom poderá finalmente aprofundar a discussão sobre a rede única, já firmada com a Open Fiber, metade da Enel e não por acaso metade do próprio CDP que ajudou a neutralizar as hostilidades ambições da Vivendi e que tem na nova infraestrutura um de seus objetivos explícitos.

Artigo atualizado às 19h de sexta-feira, 29 de março.

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