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Amaroteca, 40 pequenos produtores em exposição em Bolonha

Ervas, açúcares, teor alcoólico e receitas secretas: o prazer do final de uma refeição em exibição na Villa Zarri.

Amaroteca, 40 pequenos produtores em exposição em Bolonha

Assim como os dialetos, existem muitos bitters italianos que encontramos em nossas mesas no final de uma refeição importante. Cartão de visita de todos os territórios, os bitters são uma tradição muito antiga do nosso país: cada campanário tem a sua receita, a sua erva, a sua raiz, enfim o seu segredo. Segundo Matteo Zamberlan, bartender e autor do recente "O grande livro dos bitters italianos" (Giunti), existem 975 bitters na Itália. Nem todos estarão em exibição e poderão ser degustados na segunda-feira, 25 de novembro, na Villa Zarri, perto de Bolonha , mas amaroteca tem a ambição de mostrar cerca de quarenta rótulos nacionais, pequenas produções de nicho da mais alta qualidade.  

A feira amarga é uma boa aposta de Edoardo Schiazza, patrono do Caffè Rubik em Bolonha, em colaboração com a Ascom, associação comercial da cidade. “Por trás de cada amaro existe uma história cultural, uma tradição local a ser preservada – explica – Mas hoje o amaro ainda é um produto desvalorizado, muitas vezes até dado de presente no final da refeição. Por isso deve ser potenciada pela promoção das marcas mais pequenas como vamos tentar fazer na Amaroteca”. 

A tradição dos bitters tem suas raízes em nossa Idade Média: antes eram remédios curativos e tinham propriedades terapêuticas. Estamos por volta do ano mil, são os frades dos conventos que preparam os licores obtidos a partir da maceração alcoólica de raízes e ervas. Mas são as famílias italianas, sobretudo do interior, que incentivam a tradição, cada uma com a sua fórmula que não deve ser divulgada: trata-se de gramas de açúcar, de teor alcoólico, de receitas guardadas.  

Esta história será contada na Villa Zarri: não haverá grandes marcas, mas pequenos produtores numa feira de feira (das 10 às 18, entrada gratuita) que pretende divulgar o prazer e a cultura do amaro, aproximando diretamente produtores e consumidores. Quarenta expositores de toda a Itália: do bolonhesa Amaro Zarri (que mistura 28 ervas e raízes como alcaçuz, menta, absinto, genciana) e Amaro della Salute à base de plantas aromáticas (incluindo alcachofra e genciana) produzidas por Essenziali do Villaggio della Salute Più ao Varnelli das Marcas com seu inconfundível sabor de anis, do Brescian Amaro Guelfo que remete à laranja ao Partisan do bosque Lunigiana ao Limolivo do Gargano com limões e folhas de oliveira. 

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