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Agenda digital, missão (im)possível: entre o Horizonte 2020 e os investimentos em redes

O Governo acelera em três frentes: cartório nacional, identidade digital e fatura eletrônica - O plano europeu Horizonte 2020, no entanto, estabelece metas ambiciosas em termos de conectividade, considerando que a banda larga já cobre 14% do território italiano, contra 54% da média da UE – Operadoras são chamadas a investir em redes.

Agenda digital, missão (im)possível: entre o Horizonte 2020 e os investimentos em redes

“Não podemos perder esta oportunidade de mudar o assunto da Agenda Digital”. Assim, Antonio Catricalà, vice-ministro do Desenvolvimento Econômico, reafirmou o compromisso do governo de Letta de respeitar os compromissos assumidos no campo digital. Ele fez isso durante a mesa redonda com a Agcom organizada em Roma pela Business International e Fiera Milano Media.

Em particular – conforme explica Francesco Caio, comissário do Governo para a implementação da agenda digital – o Executivo pretende acelerar em três frentes: a criação do cadastro nacional (unificando todos os cadastros municipais), a identidade digital (que simplificará o e- gov) e nota fiscal eletrônica (até junho de 2014 a AP só poderá receber notas fiscais neste formato). São medidas que "permitirão racionalizar os custos de gestão - especificou Caio -, garantindo que a revisão de gastos seja cada vez mais direcionada e permita a liberação de recursos para realocação em outros lugares".   

No entanto, o desafio não diz respeito apenas à eficiência da Administração Pública. Há outras grandes dificuldades: o plano europeu Horizonte 2020 (financiado ontem por Bruxelas com 77 mil milhões de euros) exige que nos próximos sete anos todos os países garantam uma ligação à Internet de 30 megabits a 100% da rede e uma ligação à Internet de 100 megabits a 50 %. Catricalà disse ter "a certeza de que estes são objectivos alcançáveis ​​para a Itália", também porque "o dinheiro público destinado a este fim não será afectado: pelo contrário, serão adicionados fundos provenientes da Europa, enquanto os operadores individuais terão a certeza de retorno sobre seu investimento. 

No entanto, nem todos estão tão otimistas. Se Agostino Ragosa – gerente geral da Agency for Digital Italy – estima o valor necessário para implementar a Agenda em cerca de 10 bilhões, o professor Maurizio Dècina, professor de Telecomunicações do Politécnico de Milão, acredita que com os mesmos recursos é possível almejar obter “50% das casas conectadas, com cobertura de 80% do território” em sete anos, já que “os objetivos do Horizonte são absolutamente inatingíveis”. 

As dúvidas surgem das condições atuais da Itália, que estão bem distantes da média da UE. Só no último dia 30 de junho, por exemplo, em nosso país havia 2,5 milhões de pessoas sem conexão com a internet. Em geral - segundo dados europeus - a cobertura de banda larga não ultrapassa 14% do território italiano, contra 54% da média europeia. 

Um quadro que não simplifica as escolhas estratégicas a que são chamadas as empresas de telecomunicações: "Nesta fase, apenas os operadores que conseguirem aumentar os investimentos estruturais na sua rede poderão sobreviver - disse Laura Rovizzi, diretora geral da Open Gate Italia –. O papel da Telecom Italia, até agora a única operadora italiana, é decisivo para alcançar os objetivos do Horizonte 2020. É por isso que o regulador deve incentivar os investimentos, por exemplo, através da revisão dos custos da rede e do rearranjo das frequências”. 

A chamada para investir já foi aceita pela Vodafone Itália, que anunciou em meados de novembro para quer dobrar a alocação para os próximos dois anos, elevando-o para 3,6 bilhões de euros. “Pretendemos usar esses recursos para estender as tecnologias 3G e 4G a todo o território nacional e desenvolver a rede de fibra ótica – explicou o presidente Pietro Guindani -. Temos que investir. Não ha alternativa".

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