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ACONTECEU HOJE – Enzo Biagi, há 12 anos a despedida do jornalista popular

“Sempre sonhei em ser jornalista, cheguei a escrever sobre isso em uma redação no ensino médio”, disse Enzo Biagi, um dos mais famosos jornalistas de televisão dos anos 60 que saiu há exatos 12 anos. Mas além da TV, Biagi trabalhou por muito tempo em jornais tornando-se diretor do Il Resto del Carlino e colaborador do Corriere della Sera e La Stampa

ACONTECEU HOJE – Enzo Biagi, há 12 anos a despedida do jornalista popular

"Sempre sonhei em ser jornalista, até escrevi sobre isso em uma redação no ensino médio: imaginei-o como um "vingador" capaz de corrigir erros e injustiças [...] me descobrir o mundo". Estas palavras foram escritas por aquele que mais tarde se tornaria um jornalista, e também um dos mais populares da segunda metade do século XX na Itália: Enzo Biagi, nascido em 1920 numa aldeia nos arredores de Bolonha e lembrado como um dos rostos mais conhecidos do telejornalismo a partir dos anos 60, morreu há exatos 12 anos, aos 87 anos. A sua longa e prestigiosa carreira está historicamente ligada à Rai, para onde ingressou a 1 de Outubro de 1961, tornando-se director de notícias, da qual também foi maestro. Ele renunciou em 1963, mas ele voltou à rede principal em várias ocasiões ao longo dos anos, até a década de 90, quando começou a apresentar o Il Fatto, um programa aprofundado após o TG1 sobre os principais acontecimentos do dia, do qual Biagi foi o autor.

Foi o próprio Il Fatto quem o consagrou como um dos mais importantes jornalistas de sua geração, a ponto de em 2004 o formato de sucesso ser proclamado por um júri de críticos de televisão como o melhor programa jornalístico feito nos primeiros cinquenta anos de Rai. Mas, apesar de si mesmo, o sucesso de Il Fatto foi também o início de sua decadência para Biagi, visto que em abril de 2002, o jornalista – junto com outros – foi afetado pelo chamado “édito búlgaro”: o então primeiro-ministro Silvio Berlusconi, comentando a nomeação da nova direção da Rai, esperava que "a nova gestão não permitisse mais o uso criminoso da televisão pública". Foi o início, para Enzo Biagi, de uma longa disputa entre ele e Rai, com inúmeras reviravoltas e uma interminável série de negociações que viram primeiro a mudança do horário de Il Fatto, depois sua transferência para Rai 3 e finalmente seu cancelamento dos horários. Ele terminou com Rai no final de 2002, após 41 anos históricos de colaboração.

Mas a da televisão pública não foi a única parceria de sucesso para Biagi: depois de renunciar ao cargo de diretor da TG1 em 1963, voltou a Milão, onde tornou-se correspondente e colaborador dos jornais Corriere della Sera e La Stampa. Em 1967 ingressou no grupo Rizzoli como diretor editorial. Ele assina suas peças no semanário L'Europeo e transforma o periódico literário Novella em um jornal de fofocas. Em 1971 foi nomeado diretor do Il Resto del Carlino com o objetivo de transformá-lo em um jornal nacional. Em 1974, sem sair do Corriere, ele colaborou com seu amigo Indro Montanelli na fundação de Il Giornale.

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